A entrevista do ex-assessor da família Bolsonaro, Fabrício José Carlos de Queiroz, ou simplesmente Fabrício Queiroz, deu em nada, como sabemos.
Ele tentou creditar a movimentação financeira estranha e em favor de familiares do presidente eleito a um processo de "compra e venda de carros".
Fabrício, apelidado de "laranja dos Bolsonaro", no entanto, agiu como seu amigo.
Jair Bolsonaro fugiu do último debate entre candidatos à Presidência da República no primeiro turno.
Mas foi entrevistado pela Rede Record TV, em concorrência com o mesmo debate na Rede Globo.
Fabrício Queiroz faltou a dois depoimentos marcados pelo Ministério Público.
Mas deu entrevista ao programa Poder em Foco, do SBT, jornalístico já se despedindo da emissora.
Nessa coisa de correr por fora, os Bolsonaro também recorrem muito às redes sociais.
Não é muito conveniente usar um canal para fugir de outro, o que traz uma reputação pouco confiável do presidente a ser empossado daqui a poucos dias e seus afins.
Mas vivemos essa fase doida, em que o candidato dos sociopatas saiu vitorioso em outubro passado.
O jeito é observar essa verdadeira comédia surreal que se tornará esse governo, que já tende a ser uma espécie de versão fardada de Jânio Quadros.
Assim como Jânio prometeu fazer um pente-fino nos últimos meses do governo Juscelino Kubitschek, Jair quer fazer o mesmo com o governo Michel Temer.
Se bem que Jànio e Juscelino não eram aliados, e Jair e Michel são.
E Michel Temer nunca foi um Juscelino Kubitschek, apesar do temeroso governante ficar se achando tanto que criou um memorial só para ele, em Itu, no interior paulista.
Temer está escrevendo um livro sobre seu governo e alega que "gostaria de ter feito mais pelo Brasil".
Apesar dessa vaidade, o canastrão político cairá no esquecimento, enquanto deixa seu legado para o reacionário sucessor.
E, para quem achava que o governo de Jair Bolsonaro era a "política do novo", a decepção é enorme, porque ele avisou que vai herdar boa parte do legado do projeto político de Michel Temer.
Está tudo explícito, e até vários tecnocratas serão reaproveitados.
E imaginar que os bolsomínions eram, antes, internautas metidos a besta que posavam de donos da verdade através do valentonismo digital que faziam nos seus desafetos. Agora serão eles que sofrerão a vergonha que rogavam para os outros. É esperar, apenas, 2019 acontecer.
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