Em tempos de ameaça extremo-direitista em vários países no mundo, incluindo o Brasil, eis que agora a mídia tenta melhorar a imagem do bilionário e especulador financeiro George Soros.
Suposto ativista e pretenso financiador de movimentos sociais, organizações não-governamentais e veículos de mídia independente, ele foi eleito personalidade do ano de 2018 pela revista Financial Times.
O "neoliberal do bem", espécie de "Luciano Huck da globalização", agora é "repaginado" como um "amigo das esquerdas" e um "legítimo ativista social".
Ele passou a ser tratado como um "bom esquerdista", termo que eu, de maneira crítica, defino os oportunistas do conservadorismo moderado em pegar carona nas causas de esquerda.
Isso porque o "bom esquerdista" parece fazer o dever de aula do pretenso esquerdismo: pautam suas agendas tendenciosas sempre para o lado progressista, mesmo quando interesses financeiros e outros escusos estão em jogo.
George Soros é aquele cara que "brinca com o mundo", sendo capaz de financiar até o "funk carioca", por intermédio de instituições como o Instituto Overmundo e entidades associadas.
É um sujeito de atuação dúbia, capaz de financiar, para fins de domesticação, instituições de esquerda, mas também patrocina movimentos estranhos de caráter conservador.
O próprio "funk", que surgiu sob as bênçãos da mídia venal (SBT, Band e Globo), mas vendeu uma imagem falsamente esquerdista, foi a trilha de um Rio de Janeiro conservador que influiu na vitória de Jair Bolsonaro.
Esquecem as "esquerdas médias" que George Soros é um colaborador da CIA. Suas empresas são parceiras do Departamento de Estado dos EUA em muitas atividades ao redor do mundo.
George Soros também patrocinou o PSDB durante anos.
O que as "esquerdas médias" que, de repente, passaram a ver em George Soros "o cara", se esquecem é que ele também patrocinou o Movimento Brasil Livre (isto é, o Movimento Me Livre do Brasil).
George Soros havia patrocinado o Coletivo Fora do Eixo, que depois sumiu antes que alguém o reconhecesse como um "MBL metido a esquerda", com um Pablo Capilé tão sinistro e aparentemente articulado como Kim Kataguiri.
Soros não apresenta uma conduta confiável. É tão sinistro quanto Olavo de Carvalho, por exemplo.
Mas a "sorte" é que George Soros tem inimizades com reaças históricos, como Rupert Murdoch, Donald Trump e, recentemente, Steve Bannon.
No entanto, há indícios de que Paulo Guedes, o "superministro" de Jair Bolsonaro e ex-tecnocrata do governo chileno do general Augusto Pinochet, é simpatizante do "negócio aberto" de Soros.
Seria bom demais para ser verdade que George Soros seja um progressista de verdade.
Ele investe nas causas progressistas por dois motivos: diminuir seu potencial transformador e capitalizar tais movimentos para seus negócios e faturar dinheiro com eles.
Os ventos ultraconservadores "empurraram" George Soros para a esquerda, mas a realidade é que ele nunca foi mais do que um neoliberal de carteirinha, mas deixado de fora do banquete ultraliberal dos reacionários dos últimos tempos.
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