Pular para o conteúdo principal

A "BOA" ELITE DO ATRASO FOI DESMASCARADA

NEYMAR AGINDO COMO BEBÊ CHORÃO APÓS A DERROTA DA SELEÇÃO BRASILEIRA NA COPA DO CATAR. PACIÊNCIA. O SONHO DO HEXA ACABOU, VAMOS VOLTAR PARA A REALIDADE.

A "classe média de Oslo" foi desmascarada. Ela nunca teve um sério prejuízo ao atravessar o golpe político de 2015-2016, os governos Temer e Bolsonaro e, agora, se preparando para "serem felizes de novo" sob um Lula domesticado e castrado pelo neoliberalismo cordial comandado por Geraldo Alckmin.

"Ser feliz de novo"? Essa "boa" elite do atraso, agora "cheia de amor e alegria para dar", nunca deixou de ser feliz, indo para bares e boates da moda e fazer suas viagens pelo mundo afora, consumindo seu dinheirinho que pode não ser o mais elevado, mas possui sua considerável opulência. Elas só ficaram incomodadas com Temer e Bolsonaro, por serem figuras repulsivas, mas não significa que essa elite tenha sido prejudicada.

Por isso mesmo é que o discurso que a "classe média de Oslo" lançou sobre a campanha de Lula, não só desprezando a diversidade na corrida eleitoral, mas renegando-a, foi tomado de muita hipocrisia. A demonização da "terceira via", o discurso do "candidato único" (Lula), do "voto plebiscitário", da "urgência de reconstruir a democracia", uma histeria feita da boca para fora, só para que a mesma elite que derrubou Dilma Rousseff agora banque a boazinha ao se empenhar pela vitória eleitoral de Lula.

Essa elite não foi prejudicada em momento algum. Só não se sentia representada pelos presidentes que vieram depois que Dilma saiu do poder. Mas ela nunca sentiu uma revolta de verdade, sua indignação mais parecia um jogo de cena para lacrar a Internet, sendo uma "revolta" movida mais pelas gracinhas infantis do que por algum protesto genuíno. Daí o Movimento Fora Bolsonaro que, de tão fracassado, mais parece um Movimento Força Bolsonaro que deixou de escrever o "ç" no nome.

A "classe média de Oslo" - não confundir com os bolsonaristas que simbolizam a "classe média de Varsóvia" - nunca pensou no povo brasileiro de verdade. Suas apreciações sempre foram nos limites do paternalismo. Sempre olhando a pobreza de binóculo, sem perceber a fundo sua realidade. Ninguém é obrigado a entrar numa favela ou em algum ambiente hostil às elites, mas pelo menos se deve entender a pobreza saindo dos limites do pedantismo etnocêntrico e paternalista.

Enquanto isso, a "classe média de Oslo" impõe seus valores privativos como se fossem "universais". Defenderam uma bregalização cultural que não passava de uma pseudo-cultura "popular demais" difundida pela mídia coronelista. Sentiam vergonha da MPB e preferiam que o Brasil se submetesse, como vira-lata obediente, aos padrões do comercialismo pop estadunidense. E ficam fazendo discurseira com a famosa choradeira vitimista em favor do "funk", estilo que gourmetiza a miséria humana e trata o povo pobre como se fosse caricatura vinda de novelas e filmes da Globo.

A "classe média de Oslo" empurrou gírias estúpidas como "balada" (jargão da juventude drogada da Faria Lima dos anos 1990, que depois foi patenteada pela Jovem Pan) como se fossem "gíria de todos os tempos e todas as tribos". Também empurra o portinglês, os "dialetos em inglês" que acompanham um português mal falado e traduzido para o internetês mais rasteiro. E aí vemos coisas estranhas como a expressão "body" traduzindo o termo de origem galicista "maiô" (do francês maillot).

Os "heróis" da "classe média de Oslo" foram empurrados como se fossem ícones da humanidade planetária. "Médium da peruca", craques de futebol, mulheres-objeto pseudo-feministas, fora as subcelebridades e os falsos artistas, destes inclusos a bregalhada dos anos 1970, 1980 e 1990 que anda sendo relançada como pretensa "vanguarda", principalmente por jornalistas culturais "isentões" e influenciadores digitais medíocres metidos a "especialistas em música brasileira".

Tudo isso corresponde tão somente ao universo privativo e infantilizado da "classe média de Oslo", mas era empurrado até para tribos indígenas do Xingu e para quilombos do Nordeste brasileiro. Essa "boa" elite do atraso, capaz de inventar factoides ridículos como um hipotético romance entre Selena Gomez e Fausto Silva, entre milhares de gracinhas feitas nas redes sociais.

E haja também o futebol para empurrar para a população através de uma emotividade tóxica, que a cada derrota de times favoritos cria um sentimento de raiva a ponto de não podermos perguntar as horas para um torcedor do tipo que ele já sai agredindo ou matando.

A derrota da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Catar, deste ano, causou incidentes como o de Barretos, quando uma torcida ressentida saiu brigando fisicamente e alguém sacou uma arma e matou uma adolescente e feriu outras três pessoas, uma delas com gravidade.

A mídia esportiva tenta lavar as mãos e alegar ser contra a violência das torcidas, mas vamos combinar que o fanatismo que essa mesma mídia promove causa esta histeria. O endeusamento dos craques de futebol como pretensos Apolos é ilustrativo, assim como os clipes que programas como Globo Esporte fazem com torcedores tensos, num draminha montado até a conquista de um gol.

Daí que foi bom que o tal "sonho do hexa" da Seleção Brasileira de Futebol seja adiado mais uma vez. Para esta Copa, o sonho acabou e o Brasil está, aos poucos, sendo devolvido para a realidade. Claro que haverá muita ilusão e a positividade tóxica ainda será inaugurada oficialmente com a posse de Lula.

E é triste ver Lula se vendendo para essa elite do atraso. E ver que essa "boa sociedade" quer mesmo é o mesmo Brasil da Era Geisel, só que eliminando apenas os pontos negativos. Ninguém quer o Brasil realmente justo, igualitário e desenvolvido, mas apenas um Brasil "sem raiva", brincando de ser Primeiro Mundo e posando de "esquerdista" mesmo diante do Lula fazendo amor com a Faria Lima.

A elite do atraso apenas quer ruas arrumadas, pobres domesticados, mais polos de lazer e consumismo, tudo para curtir as noitadas em paz. Tudo para essa elite brincar de turista europeu no Brasil, em vez de ir para a Europa e ser maltratada pela população desconfiada de lá. Por isso querem apenas um Brasil "arrumadinho", pronto para as festas hedonistas da turminha bem cheirosa que virou o principal foco do governo Lula.

Jacarezinho? Cracolândia? Tijolinho da Mooca? Morro do Bumba? Eldorado dos Carajás? Península de Itapagipe? Tudo isso é só um detalhe. Pobres tratados como animais, às vezes domésticos, como nas "caridades" paliativas de precários donativos. Nada de soluções profundas, ousadas, permanentes. Apenas medidas paliativas feitas para aliviar a dor e evitar que pobres saiam por aí, revoltados, assaltando as elites nas saídas de seus ambientes de lazer e curtição.

E assim vemos um Brasil mergulhado no atraso. Neymar chorando como um bebê contrariado, e "psicologicamente arrasado" por não ter conquistado o hexa. Lula atuando como um grande pelego prometendo um Brasil fofinho para a "classe média de Oslo" fazer o seu Carnaval permanente, repatriando antigos exilados em Portugal que não suportam mais curtir o Reveillon trancados em casa, por causa do frio. Essa elite quer voltar ao Brasil para curtir a virada do ano sob o calor do Verão para aquecer suas personalidades frias em relação aos problemas alheios.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RELIGIÃO DO AMOR?

Vejam como são as coisas, para uma sociedade que acha que os males da religião se concentram no neopentecostalismo. Um crime ocorrido num “centro espírita” de São Luís, no Maranhão, mostra o quanto o rótulo de “kardecismo” esconde um lodo que faz da dita “religião do amor” um verdadeiro umbral. No “centro espírita” Yasmin, a neta da diretora da casa, juntamente com seu namorado, foram assaltar a instituição. Os tios da jovem reagiram e, no tiroteio, o jovem casal e um dos tios morreram. Houve outros casos ao longo dos últimos anos. Na Taquara, no Rio de Janeiro, um suposto “médium” do Lar Frei Luiz foi misteriosamente assassinado. O “médium” era conhecido por fraudes de materialização, se passando por um suposto médico usando fantasias árabes de Carnaval, mas esse incidente não tem relação com o crime, ocorrido há mais de dez anos. Tivemos também um suposto latrocínio que tirou a vida de um dirigente de um “centro espírita” do Barreto, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Houve incênd...

INFANTILIZAÇÃO E ADULTIZAÇÃO

A sociedade brasileira vive uma situação estranha, sob todos os aspectos. Temos uma elite infantilizada, com pessoas de 18 a 25 anos mostrando um forte semblante infantil, diferente do que eu via há cerca de 45 anos, quando via pessoas de 22 anos que me pareciam “plenamente adultas”. É um cenário em que a infantilizada sociedade woke brasileira, que chega a definir os inócuos e tolos sucessos “Ilariê” e “Xibom Bom Bom” cono canções de protesto e define como “Bob Dylan da Central” o Odair José, na verdade o “Pat Boone dos Jardins”, apostar num idoso doente de 80 anos para conduzir o futuro do Brasil. A denúncia recente do influenciador e humorista Felca sobre a adultização de menores do ídolo do brega-funk Hytalo Santos, que foi preso enquanto planejava fugir do Brasil, é apenas uma pequena parte de um contexto muito complexo de um colapso etário muito grande. Isso inclui até mesmo uma geração de empresários e profissionais liberais que, cerca de duas décadas atrás, viraram os queridões...

LULA GLOBALIZOU A POLARIZAÇÃO

LULA SE CONSIDERA O "DONO" DA DEMOCRACIA. Não é segredo algum, aqui neste blogue, que o terceiro mandato de Lula está mais para propaganda do que para gestão. Um mandato medíocre, que tenta parecer grandioso por fora, através de simulacros que são factoides governamentais, como os tais “recordes históricos” que, de tão fáceis, imediatos e fantásticos demais para um país que estava em ruínas, soam ótimos demais para serem verdades. Lula só empolga a bolha de seus seguidores, o Clube de Assinantes VIP do Lulismo, que quer monopolizar as narrativas nas redes sociais. E fazendo da política externa seu palco e seu palanque, Lula aposta na democracia de um homem só e na soberania de si mesmo, para o delírio da burguesia ilustrada que se tornou a sua base de apoio. Só mesmo sendo um burguês enrustido, mesmo aquele que capricha no seu fingimento de "pobreza", para aplaudir diante de Lula bancando o "dono" da democracia. Lula participou da Assembleia Geral da ONU e...

LUÍS INÁCIO SUPERSTAR

Não podemos estragar a brincadeira. Imagine, nós, submetidos aos fatos concretos e respirando o ar nem sempre agradável da realidade, termos que desmascarar o mundo de faz-de-conta do lulismo. A burguesia ilustrada fingindo ser pobre e Lula pelego fingindo governar pelos miseráveis. Nas redes sociais, o que vale é a fantasia, o mundo paralelo, o reino encantado do agradável, que ganha status de “verdade” se obtém lacração na Internet e reconhecimento pela mídia patronal. Lula tornou-se o queridinho das esquerdas festivas, atualmente denominadas woke , e de uma burguesia flexível em busca de tudo que lhe pareça “legal”, daí o rótulo “tudo de bom”. Mas o petista é visto com desconfiança pelas classes populares que, descontando os “pobres de novela”, não se sentem beneficiadas por um governo que dá pouco aos pobres, sem tirar muito dos ricos. A aparente “alta popularidade” de Lula só empolga a “boa” sociedade que domina as narrativas nas redes sociais. Lula só garante apoio a quem já está...

DENÚNCIA GRAVE: "MÉDIUM" TIDO COMO "SÍMBOLO DE AMOR E FRATERNIDADE" COLABOROU COM A DITADURA

O famoso "médium" que é conhecido como "símbolo maior de amor e fraternidade", que "viveu apenas pela dedicação ao próximo" e era tido como "lápis de Deus" foi um colaborador perigoso da ditadura militar. Não vou dizer o nome desse sujeito, para não trazer más energias. Mas ele era de Minas Gerais e foi conhecido por usar perucas e ternos cafonas, óculos escuros e por defender ideias ultraconservadoras calcadas no princípio de que "devemos aceitar os infortúnios e agradecer a Deus pela desgraça obtida". O pretexto era que, aceitando o sofrimento "sem queixumes", se obterá as prometidas "bênçãos divinas". Sádico, o "bondoso homem" - que muitos chegaram a enfiar a palavra "Amor" como um suposto sobrenome - dizia que as "bênçãos futuras" eram mais dificuldades, principalmente servidão, disciplina e adversidades cruéis. Fui espírita - isto é, nos padrões em que essa opção religi...

CRISE DA MPB ATINGE NÍVEIS CATASTRÓFICOS

INFELIZMENTE, O MESTRE MILTON NASCIMENTO, ALÉM DE SOFRER DE MAL DE PARKINSON, FOI DIAGNOSTICADO COM DEMÊNCIA. A MPB ainda respira, mas ela já carece de uma renovação real e com visibilidade. Novos artistas continuam surgindo, mas poucos conseguem ser artisticamente relevantes e a grande maioria ainda traduz clichês pós-tropicalistas para o contexto brega-identitário dos últimos tempos. Recentemente, o cantor Milton Nascimento, um dos maiores cantores e compositores da música brasileira e respeitadíssimo no exterior por conta de sua carreira íntegra, com influências que vão da Bossa Nova ao rock progressivo, foi diagnosticado com um tipo de demência, a demência de corpos de Lewy. Eu uma entrevista, o filho Augusto lamentou a rotina que passou a viver nos últimos anos , quando também foi diagnosticado o Mal de Parkinson, outra doença que atinge o cantor. Numa triste e lamentável curiosidade, Milton sofre tanto a doença do ator canadense Michael J. Fox, da franquia De Volta para o Futuro ...

BURGUESIA ILUSTRADA QUER “SUBSTITUIR” O POVO BRASILEIRO

O protagonismo que uma parcela de brasileiros que estão bem de vida vivenciam, desde que um Lula voltou ao poder entrosado com as classes dominantes, revela uma grande pegadinha para a opinião pública, coisa que poucos conseguem perceber com a necessária lucidez e um pouco de objetividade. A narrativa oficial é que as classes populares no Brasil integram uma revolução sem precedentes na História da Humanidade e que estão perto de conquistar o mundo, com o nosso país transformado em quinta maior economia do planeta e já integrando o banquete das nações desenvolvidas. Mas a gente vê, fora dessa bolha nas redes sociais, que a situação não é bem assim. Há muitas pessoas sofrendo, entre favelados, camponeses e sem-teto, e a "boa" sociedade nem está aí. Até porque uma narrativa dos tempos do Segundo Império retoma seu vigor, num novo contexto. Naquele tempo, "povo" brasileiro eram as pessoas bem de vida, de pele branca, geralmente de origem ibérica, ou seja, portuguesa ou...

A HIPOCRISIA DA ELITE DO BOM ATRASO

Quanta falsidade. Se levarmos em conta sobre o que se diz e o que se faz crer, o Brasil é um dos maiores países socialistas do mundo, mas que faz parte do Primeiro Mundo e tem uma das populações mais pobres do planeta, mas que tem dinheiro de sobra para viajar para Bariloche e Cancún como quem vai para a casa da titia e compra um carro para cada membro da família, além de criar, no mínimo, três cachorros. É uma equação maluca essa, daí não ser difícil notar essa falsidade que existe aos montes nas redes sociais. É tanto pobre cheio da grana que a gente desconfia, e tanto “neoliberal de esquerda” que tudo o que acaba acontecendo são as tretas que acontecem envolvendo o “esquerdismo de resultados” e a extrema-direita. A elite do bom atraso, aliás, se compôs com a volta dos pseudo-esquerdistas, discípulos da Era FHC que fingiram serem “de esquerda” nos tempos do Orkut, a se somar aos esquerdistas domesticados e economicamente remediados. Juntamente com a burguesia ilustrada e a pequena bu...

NEGACIONISTA FACTUAL E SUAS RAÍZES SOCIAIS

O NEGACIONISTA FACTUAL REPRESENTA O FILHO DA SOCIALITE DESCOLADA COM O CENSOR AUSTERO, NOS ANOS DE CHUMBO. O negacionista factual é o filho do casamento do desbunde com a censura e o protótipo ilustrativo desse “isentão” dos tempos atuais pode explicar as posturas desse cidadão ao mesmo tempo amante do hedonismo desenfreado e hostil ao pensamento crítico. O sujeito que simboliza o negacionista factual é um homem de cerca de 50 anos, nascido de uma mãe que havia sido, na época, uma ex-modelo e socialite que eventualmente se divertia, durante as viagens profissionais, nas festas descoladas do desbunde. Já o seu pai, uns dez anos mais velho que sua mãe, havia sido, na época da infância do garoto, um funcionário da Censura Federal, um homem sisudo com manias de ser cumpridor de deveres, com personalidade conservadora e moralista. O casal se divorciou com o menino tendo apenas oito anos de idade. Mas isso não impediu a coexistência da formação dúbia do negacionista factual, que assimilou as...

A IMPORTÂNCIA DE SABERMOS A LINHA DO TEMPO DO GOLPE DE 2016

Hoje o golpismo político que escandalizou o Brasil em 2016 anda muito subestimado. O legado do golpe está erroneamente atribuído exclusivamente a Jair Bolsonaro, quando sabemos que este, por mais nefasto e nocivo que seja, foi apenas um operador desse período, hoje ofuscado pelos episódios da reunião do plano de golpe em 2022 e a revolta de Oito de Janeiro em 2023. Mas há quem espalhe na Internet que Jair Bolsonaro, entre nove e trinta anos de idade no período ditatorial, criou o golpe de 1964 (!). De repente os lulistas trocaram a narrativa. Falam do golpe de 2016 como um fato nefasto, já que atingiu uma presidenta do PT. Mas falam de forma secundária e superficial. As negociações da direita moderada com Lula são a senha dessa postura bastante estranha que as esquerdas médias passaram a ter nos últimos quatro anos. A memória curta é um fenômeno muito comum no Brasil, pois ela corresponde ao esquecimento tendencioso dos erros passados, quando parte dos algozes ou pilantras do passado r...