Lula anda decepcionando muito em vários aspectos que não é difícil de identificar quem é que mais defende o presidente e boicota ou rejeita as críticas que outras pessoas fazem ao petista. São pessoas de bem com a vida, que vivem entre sua prosperidade material e o mundo da fantasia nas redes sociais e, por isso, pede para que encaremos o atual governo com positividade tóxica. Para todo efeito, somos recomedados a acreditar que Lula "reconstrói o Brasil" até quando vai viajar com sua Janja para passear em Paris.
Não. A democracia não tem dono e Lula não pode fazer nem falar o que lhe der na telha, querendo compensar sua falta de ações com opiniões e frases de efeito. E Lula já começa a desagradar, viajando demais - mesmo o presidente estando velho e doente - , discursando e opinando demais e só fazendo propostas e promessas, sem trazer resultados concretos.
Um episódio chamou a atenção do apresentador de TV Marcos Mion, pai de um jovem autista. Durante uma reunião com governadores e prefeitos em Brasília, dias atrás, para discutir o caso da violência nas escolas, Lula fez um comentário infeliz, dizendo que pessoas com "deficiência mental" têm "problemas de desequilíbrio de parafuso".
Mion fez um comentário, indignado e triste, no seu perfil oficial no Instagram:
Essa fala chocou todo mundo e foi considerada capacitista, que é um crime, por especialistas e por pessoas da comunidade atingida. O termo usado há muito anos é deficiência intelectual e não mental, como Lula usou. A gente tem que se policiar, aprender e se adequar.
(...)
Isso (o termo "problemas de desequilíbrio de parafuso") não só é muito pejorativo, como também incentiva que outras pessoas continuem usando esses termos que têm que ficar, de uma vez por todas, no passado.
Com a má repercussão, Lula depois pediu desculpas pela comparação entre violência escolar e saúde mental, e disse que "segue aprendendo". Só que isso é o preço que Lula paga por falar demais, por achar que pode ficar o tempo todo fazendo discurso, como se, em vez de governar, ainda estivesse preso no seu palanque.
Mion, conhecido pela sua jovialidade surpreendente e sua alegria e seu senso de humor, apesar do jeito animado ele não vive de positividade tóxica. Na intimidade, Mion dá duro para cuidar do filho autista e buscar animá-lo e ter uma vida com o mínimo de saúde mental possível. Além disso, o discurso de Lula soou generalizado e capacitista, o que mostra o quanto o petista e seus aliados são dotados de muito preconceito social, e dos piores.
Ainda vou falar sobre os "incels", os "celibatários involuntários" cuja rejeição e preconceito é, sim, fruto da insanidade mental dos que se acham "do bem". Por trás desse mito dos "incels", há uma insana discriminação contra quem é solteirão incurável, que da margem a interpretações absurdas e loucas. O rapaz com mais de 35 anos que vive com sua mãe doente é o "terrorista" adolescente que realiza massacres em escolas. O rapaz que nunca consegue namorada na vida é preso por ter agredido uma durante uma discussão.
É esse preconceito que faz com que uma simples opção do homem pela vida de solteiro ser alvo de linchamentos do chamado "tribunal da Internet", o Supremo Tribunal do Umbigo que se acha mais supremo do que o Supremo Tribunal Federal.
Homens considerados "frágeis", que sofrem de autismo, síndrome de Down ou são apenas solteirões, correm o risco de serem humilhados e ofendidos nas redes sociais, destoando do padrão do "boa pinta" e "piadista da boate", com sua barbinha bem cultivada e jeitão de garotão sarado do Baixo Gávea. Se o rapaz não segue esse padrão, meio Malvino Salvador, meio Danilo Gentili, de ser, pode ter a certeza de se tornar, um dia, alvo de chacotas pelos valentões digitais.
Respeito muito o Marcos Mion e concordo com as críticas dele. Sou admirador do trabalho dele e vejo o quanto ele dá duro para trazer alegria, positividade e fortalecimento de autoestima ao seu filho autista. Sou muito solidário a luta de Mion em favor do filho. Será que algum lulista vai ter a coragem de dizer coisas como "Mion ataca Lula em postagem nas redes sociais"? Será que vão definir Mion como "bolsonarista" ou "lavajatista" por conta de tais críticas?
Não. Lula não é o dono da democracia, não pode fazer o que quer, não pode fingir que está fazendo muito pelo país com viagens, promessas, propostas e opiniões, sem trazer resultados concretos para os brasileiros. Cadê o emprego? Os juros não caíram, os preços continuam caros, a pobreza continua muito grande.
Mas a pequena burguesia a que se reduziu a "multidão" de lulistas está bem de vida, com seus carrões, seus bens luxuosos e sua rotina confortável com noitadas, futebol etc. Para essa "boa" sociedade, Lula pode falar e fazer o que quiser, e dane-se o Brasil. A revolta da Cracolândia em São Paulo e os tiroteios no Jacarezinho no Rio de Janeiro ocorrem bem longe do Sol artificial do Brasil-Instagram.
Pelo jeito quem sofre mesmo de deficiência mental é a pequena burguesia que se acha "pobre" só porque apoia, de maneira fanática, o atual governo Lula.
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