A guerra do tarifaço, o conflito fiscal movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, leva ao paroxismo a polarização política que aflige principalmente o Brasil e que acaba envolvendo algumas autoridades estrangeiras, diante desse cenário marcado por profundo sensacionalismo ideológico.
Com o "ativismo de resultados" pop das esquerdas woke sequestrando a agenda esquerdista, refém do vício procrastinador das esquerdas médias, que deixam as verdadeiras rupturas para depois - vide a má vontade em protestar contra Michel Temer e Jair Bolsonaro, acreditando que as instituições, em si, iriam tirá-los de cena - , e agora esperam a escala 6x1 desgastar as mentes e os corpos das classes trabalhadoras para depois encerrar com essa triste rotina de trabalho.
A procrastinação atinge tanto as esquerdas médias que contagiaram o Lula, ele mesmo pouco agindo no terceiro mandato, a não ser na produção de meros fatos políticos, tão tendenciosos que parecem mais factoides. Lula transforma seu atual mandato num show, em vez da frieza cirúrgica de realmente reconstruir o país. Lula faz isso na ilusão de que, se divertindo e brincando no terceiro mandato, poderá ser reeleito para o quarto mandato, na ânsia dele ser novamente sucessor de si mesmo.
Na guerra do tarifaço, produtos brasileiros que forem exportados para os EUA sofrerão taxa de 50%. Isso poderá gerar um colapso na economia brasileira. Trump também estabelece sanções fiscais para outros países, sobretudo a China, jogando a polarização para um contexto global.
Em São Paulo, a prefeitura municipal da capital paulista interrompeu uma apresentação de uma banda e foi desligar uma tela que exibia a bandeira da Palestina. Com toda a justiça e mérito tenha a causa palestina, vejo todavia que a causa é defendida pelas esquerdas médias brasileiras como se fosse um assunto de bairro e não uma pauta estrangeira.
Até mesmo o empenho para defender a causa palestina é maior do que combater a escala 6x1 que as esquerdas médias defendem superficialmente, com aquela sensação do tipo "quero, mas não muito". Ver a moçada woke brasileira ficar feliz e resignada por trabalhar aos sábados, obediente ao sistema, sem criar uma movimentação sólida, é de entristecer.
E Lula está mais preocupado com sua consagração pessoal do que com o país. Tudo o que ele faz para o Brasil são simulações de "grandes feitos", mas os próprios "recordes históricos" já morrem pelo contexto do nosso país. Se Lula afirma tanto que Jair Bolsonaro "devastou o Brasil", não faz sentido realizações fantásticas, fáceis e rápidas demais do governo Lula terem surgido da noite para o dia.
A guerra do tarifaço mais parece um telecatch político, uma briguinha de meninos birrentos, no caso os atuais presidentes dos EUA e Brasil. Aqui no Brasil não se resolve os problemas dos preços caros e a coisa não se resolve com um simples repúdio ao tarifaço de Donald Trump nem numa campanha piegas como o "Brasil com S de Soberania".
Lula está perdido na areia movediça do marketing, e mesmo os "recordes históricos" e as cerimônias relacionadas às medidas sociais do governo são reféns desse processo publicitário. O governo Lula parece brigar com a realidade e com os fatos, como se o presidente brasileiro fosse o senhor da realidade, ele que vive com uma megalomania muito perigosa para um idoso de 80 anos.
Essa polarização ainda conta com a forçada acusação dos lulistas de que tudo que não for Lula é Bolsonaro. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com todos os senões políticos de sua pessoa, já começa a demonstrar independente do bolsonarismo, e isso os lulistas têm dificuldade de admitir. E Tarcísio foi jogado no redemoinho noticioso da guerra fiscal de Trump, para tornar a coisa ainda mais confusa.
Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, Lula, Eduardo Bolsonaro e Donald Trump tornam-se personagens desse pastelão político, enquanto fora desse teatro geopolítico os brasileiros estão endividados, vendo os preços dos alimentos subirem e terem que trabalhar no subemprego, que é o que mais cresce sob a máscara dos "recordes históricos do Efeito Lula".
E cada vez mais Lula decepciona como governante e, diferente da crise de 2008, quando ele pôde contornar a situação que ele definiu como uma "marolinha", hoje há o risco do Brasil perder o controle da crise, pois do contrário dos outros dois mandatos, quando o petista mostrava serviço, hoje o chefe do Executivo nacional brasileiro se perde no espetáculo, no sensacionalismo, como se Lula hoje fosse um personagem de ficção, não um governante.
E eu vejo pessoas cada vez mais descontentes com Lula. E essa indignação com o presidente não é inteiramente mostrada nas supostas pesquisas de opinião, que apenas refletem uma parte suave da situação. A coisa é bem mais grave e o risco é de Lula ter que apelar para a fraude nas urnas eletrônicas para conseguir se reeleger. Ele chamará essa fraude de "otimização das urnas eletrônicas"?
Esperemos pelos próximos capítulos dessa bagunça política.
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