DEPUTADO NIKOLAS FERREIRA FAZENDO GALHOFA COM A COMUNIDADE LGBTQIA+.
Os bolsonaristas não se acham perdedores e a arrogância deles preocupa bastante. Eles continuam unidos e solidários nas suas causas retrógradas e, por isso mesmo, devemos tomar muito cuidado, e as instituições deveriam estar vigilantes diante dessa ameaça sinalizada com os atos golpistas de Oito de Janeiro. O bolsonarismo, direta ou indiretamente, incentiva atos grosseiros aqui e ali.
Esta semana tivemos o caso da truculência de um grupo de rapazes alunos de Medicina da Universidade Santo Amaro (UNISA) em São Carlos, no interior de São Paulo, um "punhetaço" diante das alunas de vôlei feminino, que gerou revolta e denúncias. O "punhetaço" foi gravado em vídeo e está sob investigação, o que fez os envolvidos se apressarem em apagar os vídeos nas redes sociais quando a repercussão negativa gerou humilhações aos valentões.
Mas o episódio que mais se destacou, sem desmerecer o destaque do caso acima descrito, é a declaração mentirosa dos deputados Felipe Barros, paranaense, e Nikolas Ferreira, mineiro, ambos do PL, de que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania determinou que as escolas brasileiras deveriam ter banheiros unissex.
As declarações dos dois parlamentares poderiam ser um simples mal-entendido, se não fosse o caráter leviano e abertamente ofensivo. A Advocacia-Geral da União estuda meios legais de punir os dois deputados, sendo que Nikolas Ferreira já deveria ter sido cassado por causa da paródia transfóbica de meses atrás.
O que o MDHC quer fazer é criar, através de uma resolução lançada há poucos dias pelo Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers e Intersexos (CNLGBTQIA+), condições diversas que permitissem os espaços sociais de pessoas consideradas da comunidade LGBTQIA+, como mulheres e homens travestis, transgênero, não-binários etc, e isso inclui desde o uso de seus nomes sociais até o acesso a banheiros públicos. Ou seja, a resolução é uma forma de garantir o respeito a essa parcela da sociedade.
As fake news dos dois parlamentares mostram o quanto mentir continua sendo uma prática constante no Brasil pós-golpe de 2016. A Justiça brasileira deverá atuar de maneira vigilante, rigorosa e vigorosa, pois os reacionários de plantão do nosso país estão preparados para algum novo ataque. Não se sabe qual será esse novo ataque, e talvez nem os bolsonaristas sabem como agir. Mas eles sabem improvisar, e esse é o perigo.
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