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GOVERNO LULA COMEÇA A PERDER FÔLEGO E POPULARIDADE


O governo Lula já começa a perder o rumo, e dentro do governo houve gente, que não quis se identificar, reclamando de que o presidente exerce um poder centralizador e isso está comprometendo o governo, pois o excesso de viagens do petista também impede que sua equipe de governo possa agir, pois tudo depende dos desígnios do chefe do Executivo federal.

Em outras palavras, Lula quer decidir tudo, mas como constantemente fica fora do país o governo também não anda. Geraldo Alckmin é um "socialista" de primeira viagem, e na prática quem está agindo de alguma forma para manter um mínimo de governabilidade são os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Justiça, Flávio Dino, os únicos que o presidente deu sinal verde para uma ação mais autônoma.

Fora da bolha lulista e fora do clima de positividade tóxica da sociedade brasileira - que finge apoiar o senso crítico mas foge dele como o diabo foge da cruz - , Lula está se desgastando. Apesar de decadente, o bolsonarismo não se considera derrotado, e o fim definitivo do bolsonarismo depende muito mais das instituições, como o Supremo Tribunal Federal, do que o próprio governo petista, que demonstra, pelos fatos, que Lula está tendo a pior performance nos seus três mandatos.

Isso não é opinião. São fatos. Ninguém gosta de ler tais constatações, mas a verdade contundente é que um país não se reconstrói em clima de festa, mas a "boa" sociedade que apoia Lula comemorou antes dos trabalhos, criando um clima de muita confusão, no qual não se sabe se a tal reconstrução do Brasil começou ou está encerrada.

Diferente de 2003, quando Lula parecia uma versão light do que João Goulart prometeu fazer em 1964 e não pôde, o Lula 3.0 mais parece um misto de José Sarney com Fernando Henrique Cardoso. Progressos sociais até ocorrem, mas são muito poucos e tratados sem a ênfase e a prioridade necessárias, pois Lula sente uma obsessão pela política externa, que lhe serve de vitrine para a imprensa internacional.

Com essa preocupação exagerada com o tal "sul global" ou "mundo multipolar", Lula se esquece do povo brasileiro. Lula tenta contornar as situações usando o marketing pessoal de si mesmo, comprando apoio da mídia alternativa, dos famosos e dos parlamentares, criando artificialmente um clima de prosperidade e progressismo que o contexto nunca permitiu. Afinal, com as elites defendendo o golpismo de 2016, é impossível reverter à força um quadro de distopia como este.

Como crianças birrentas, as pessoas que apoiam Lula não aceitam senso crítico, boicotam textos questionadores, ficam esnobando opositores nas redes sociais. E o presidente Lula, centralizador, se comporta ele mesmo como uma criança mimada, querendo que o Brasil e o mundo lhe faça todos os favores, enquanto o próprio presidente só obedece a seus impulsos, dentro do método de primeiro errar para depois analisar o prejuízo causado.

Lula foi centralizador já na campanha presidencial, o que me fez romper de vez com o apoio que eu quis dar ao petista. Não existe democracia de um homem só, e mesmo que se possa abominar rivais como Ciro Gomes, é da natureza da democracia eleitoral que este recebesse o respeito necessário e a sua candidatura fosse considerada legítima.

Fiquei simplesmente horrorizado com a forma com que Lula quis retomar o caminho presidencial, tratando de maneira fútil a recuperação dos direitos políticos que a Justiça lhe deu de presente. É constrangedor o espírito de descaso de Lula, o seu caráter demagógico, e ele mesmo se torna repetitivo nos seus apelos, nas suas propagandas, sendo uma caricatura do que ele foi nos dois mandatos anteriores.

Fora da festividade das bolhas lulistas, o presidente perde fôlego e popularidade. A realidade também se mostra diferente do que Lula e seus adeptos tanto alardeiam, no desespero de ficarem com a verdade sob sua posse.

Os preços das carnes não baixaram de maneira significativa. Produtos baixaram de preço, sim, mas na prática, no entanto, é para voltar aos parâmetros anteriores a Jair Bolsonaro, ou talvez nem isso, pois o leite integral de caixinha, por exemplo, não voltou a custar R$ 2,99. O carrinho de compras ficou um pouco mais cheio do que quando o Brasil vivia sob o desgoverno bolsonarista, mas longe dos níveis ideais de prosperidade.

Enquanto a mídia lulista tenta insistir que o povo pobre está totalmente apoiando Lula, a realidade se mostra o contrário. Quem apoia é apenas uma parcela dos chamados "pobres remediados", próximos do perfil do pobre de novela, de comédias da Globofilmes / Globosat. Na vida real, eu vejo pessoas em situação de rua gritando, reclamando, ficando enlouquecidas, por não terem a quem recorrer.

Perto de uma mercearia próximo à Avenida Paulista, filial de uma rede que tinha uma unidade perto de onde eu morei, em Niterói, um jovem em situação de rua gritava desesperado, ao mesmo tempo chorando e em pânico, pedindo dinheiro para comprar comida. Ninguém dava bola. Eu, com dificuldades, não pude ajudá-lo, pois, se pudesse, teria comprado um prato de comida para ele. Por outro lado, uma senhora que passeava com seu cachorro e fumava seu cigarro, ficava indiferente com a situação. Ela não tem dinheiro para ajudar o próximo, mas comprar um cigarrinho ela tem de sobra.

O Brasil de Lula está tão confuso e cheio de equívocos que o governo atual favorece muito mais aqueles que passam a madrugada festejando, rindo alto, contando piadas sem graça da qual só eles acham engraçadas, e tudo isso com muita cerveja e cigarro. Quem perde é o trabalhador que tem que acordar cedo para trabalhar, e é impedido de ter o seu sono sossegado porque a vizinhança, nas altas horas da noite, está preocupada em contar estórias da vida particular com muita gritaria, risadas histéricas e, eventualmente, com algum fundo musical popularesco, como "pagode romântico" e trap.

É o espírito do tempo e mostra o quanto os lulistas deixaram a máscara cair. Fora os lulistas orgânicos, o que se vê é a turma golpista agora fantasiada de "esquerdista desde o berço", mas cujos ancestrais fizeram horrores durante várias gerações.

Pois a "nata" dos brasileiros que apoiam Lula descendem dos bandeirantes que matavam índios a bala, que açoitavam e queimavam escravos, que impunham voto de cabresto, que marchavam para derrubar antigos governantes trabalhistas, que ficavam aliviadas com o AI-5 e o DOI-CODI. Hoje é uma classe que se autoproclama "socialista", mas não tarda a montar blocos carnavalescos da "esquerda festiva", e comemorar o atual momento de Lula desprezando a verdadeira agonia do povo trabalhador.

Lula hoje tem o apoio desse pessoal que anda de SUV, gasta R$ 200 por mês para comprar cigarros, joga comida fora, passa a noite se embriagando de cerveja, é fanática por futebol e pelas horrendas psicografakes "espíritas", e acha que Michael Sullivan, É O Tchan e Chitãozinho & Xororó são "vanguarda". 

Portanto, é a elite do bom atraso que acha fácil o Brasil virar Primeiro Mundo porque essa classe só vê um país desenvolvido com os olhos de um turista: um país feito parque de diversões para os hedonistas cheios de grana e vazios de noção sobre o que gastar. Para estes, Lula é o melhor de todos os governantes da história da humanidade. Mas, para quem está fora dessa bolha da fantasia, o povo brasileiro real que não cabe no Instagram nem no Tik Tok, Lula só causa decepção e tristeza.

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