Pular para o conteúdo principal

O TRAJETO DO FIM DO PROJETO PAULO FREIRE À ASCENSÃO DA INTELECTUALIDADE "BACANA"


O maior erro das esquerdas foi dar ouvido a uma intelectualidade cultural suspeita.

Que prometia transformar no folclore de amanhã o jabaculê cultural que faz sucesso desde os últimos 45 anos.

Essa intelectualidade, de um estranho discurso "provocativo", parecia falar das periferias, roças e subúrbios como se fossem sucursais da Disneylândia.

Como esses intelectuais se passavam por bonzinhos, bajulavam as esquerdas e falavam "positivamente" das classes populares, as esquerdas morderam a isca e o debate cultural de esquerda se esvaziou.

Com Pedro Alexandre Sanches e companhia aliciando as esquerdas, o caminho se abriu todo para os Rodrigo Constantino, Rachel Sheherazade e Kim Kataguiri da vida.

E esse caminho tem uma origem.

É em 1964, quando veio o golpe militar.

Ele acabou com todos os projetos em prol do fortalecimento da cultura do povo brasileiro.

Acabou com o Método Paulo Freire, do famoso pedagogo pernambucano que, com uma técnica mais modesta, fazia o povo não só ler e escrever, mas analisar criticamente o mundo e lutar por melhorias de vida.

Acabou também com o Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes, com a cassação da entidade estudantil "batizada" por um incêndio na sua sede, no Rio de Janeiro.

Nesse caminho todo, partindo da frustração do Método Paulo Freire, que, pelo dizer de um político potiguar, prometia "mudar o mapa eleitoral do Brasil", a cultura popular passou por um caminho de sério declínio.

A escola pública foi arrasada pela ditadura militar. Investimentos para a Educação decresciam vertiginosamente e greves de professores complicavam ainda mais o programa letivo.

Nas áreas rurais, a reforma agrária tornava-se um sonho distante e o governo militar piorava ainda mais a situação, implantando tecnologia de ponta nos latifúndios que dispensava a mão-de-obra do camponês.

Resultado: as famílias passaram a migrar para as cidades e, diante das dificuldades conhecidas, foram morar em favelas.

Nas rádios, a esquizofrenia musical dos ídolos cafonas passava a fazer mais sucesso, sob o patrocínio do coronelismo midiático regional e seus parceiros sediados em São Paulo.

Passados os anos, desenvolveu-se uma intelectualidade tecnocrática, com Fernando Henrique Cardoso pensando o "subdesenvolvimento econômico".

Veio então a Teoria da Dependência, na qual o Brasil era visto como um país destinado a ser "periférico", só podendo se "desenvolver" dentro desses limites.

Essa teoria veio um pouco depois do "milagre brasileiro", e resultou mais tarde no projeto sócio-econômico do próprio sociólogo, já como presidente do Brasil.

Enquanto a qualidade de vida das classes populares decaiu e a mídia tentava espetacularizar a pobreza transformando o povo pobre numa caricatura, tecnocratas pensavam o desenvolvimento social limitado como forma de "resolver" as tensões de classes conhecidas.

Com o tempo, uma intelectualidade cultural foi desenvolvida sob as calças de FHC.

Que defendia como se fosse "folclore" a bregalização cultural das músicas cafonas, das sub-celebridades canhestras, da poesia piegas, do jornalismo policialesco, do erotismo grosseiro de mulheres de glúteos "avantajados".

Essa intelectualidade veio nos anos 90, na USP, da parte de professores ligados ao tucanato e ao poder midiático paulistano.

Criaram um modo de "ver a cultura popular" que se impôs pelo resto do país.

A ideia era fazer do jabaculê de hoje o "folclore de amanhã".

A desculpa era dizer que "era isso que o povo gostava, queria e sabia fazer".

Seria a "intelectualidade orgânica" associada a Fernando Henrique Cardoso, ao PSDB e ao poder midiático (sobretudo Globo e Folha), mas um acidente de percurso fez mudar levemente de postura.

O candidato de FHC, José Serra, antigo socialista convertido ao neoliberalismo, foi derrotado pelo operário petista Luís Inácio Lula da Silva.

E aí, como urubus voando sobre carniça para as verbas do Ministério da Cultura.

A ordem era impedir que debates culturais amplos se efetivassem nos círculos esquerdistas.

E, da mesma forma, reivindicar que o povo pobre só é "melhor" quando se divertindo infantilizado no entretenimento brega-popularesco.

Ou seja, o povo pobre tinha que consumir resignado os sucessos musicais e os valores impostos pelo coronelismo midiático que ditava os paradigmas do "popular".

Para essa intelectualidade, era melhor o povo pobre rebolando e mostrando seus sorrisos banguelas do que lutando por reforma agrária.

Um dos "sacerdotes", Pedro Alexandre Sanches, até falou em "reforma agrária na MPB".

Uma "reforma agrária" udenista, um sutil entreguismo latifundiário e capitalista.

Pois a bregalização era a "cultura popular" feita em frangalhos, uma colcha de retalhos de referenciais confusos em que a afirmação do povo pobre era em ser qualquer coisa, menos si mesmo.

Uma gororoba de expressões medíocres, misturada com valores estrangeiros impostos "de cima" pelas rádios e TVs controladas por oligarquias locais, era o que as elites impunham como "verdadeira cultura popular".

Uma "cultura" dos subúrbios, roças e sertões considerada "transbrasileira" (termo derivado do "transnacional" de FHC) subordinada a referenciais estrangeiros que não somavam culturalmente às expressões locais, mas as subtraíam criando expressões fragilizadas e bastante confusas.

E aí esses intelectuais, surgidos sob a proteção e orientação de Fernando Henrique Cardoso, tiveram que forçar um falso vínculo com o esquerdismo.

Era uma maneira de impedir que voltasse o Centro Popular de Cultura da UNE, mesmo que sob outras instituições.

E aí o pré-tucanato, nos anos 1980, foi logo acusar o CPC da UNE de ter sido "panfletário".

Ora, vejam só.

O CPC da UNE era um vivo debate cultural, em que pese o eventual panfletarismo de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e Carlos Estevam Martins, dois dos "cabeças" da instituição.

Impedia-se o debate cultural acusando-o de "panfletário", de "fábrica de ideologias".

E o tucanato dava sinal verde para a intelectualidade pró-brega se infiltrar nas esquerdas e buscar nelas um falso vínculo "permanente" e "definitivo".

E como a intelectualidade pró-brega queria era "espetáculo", passou a ser considerada "bacana", num país habitualmente hostil a intelectuais, como o Brasil.

A intelectualidade "bacana", falando das classes populares de maneira espetacularizada, obteve visibilidade e prestígio.

A forma como a intelectualidade "bacana" e pró-brega fala da cultura popular envergonharia nomes como Jean Baudrillard e Guy Debord, como também teria envergonhado Umberto Eco.

Mas ela encheu de orgulho as esquerdas, seduzidas pela desculpa da "ruptura do preconceito" e pela "valorização das periferias".

Só que as periferias que eram mostradas eram caricaturais, e além disso com a palavra "periferia" tirada das análises da Teoria da Dependência do renegado mestre Fernando Henrique Cardoso.

Renegado, porque a essas alturas Pedro Alexandre Sanches e companhia queriam ver Ernesto Che Guevara de frigideira rebolando num pancadão brasileiro. Ou melhor, "transbrasileiro".

Dessa forma, a intelectualidade "bacana" enfraqueceu os debates culturais esquerdistas.

Essa intelectualidade forçou as esquerdas a aceitar os mesmos fenômenos "populares" patrocinados pela Globo, Folha, Abril e outras forças associadas.

Obrigou o povo pobre a se isolar no recreio brega-popularesco, sob a desculpa que aquilo era ativismo, quando em verdade era consumismo.

Sem o povo pobre nos debates culturais, eles foram esvaziados.

Esvaziados, deixaram os poucos debatedores isolados nas suas discussões.

E isso permitiu a ascensão da direita.

"Sem querer querendo", Sanches e companhia definiam como "ativismo" o consumismo brega-popularesco, impedindo o povo de partir para um verdadeiro ativismo cultural.

Com isso, abriu-se o caminho para o "ativismo" da direita revoltada, que, com seus "Batman do Leblon" e "Pato da Fiesp", mostravam seu patético espetáculo que cresceu sob o vácuo forçado (e forjado) dos debates culturais esquerdistas.

Com isso, a "cultura popular" imposta pela mídia dominante foi aceita com uma certa submissão paternalista pelas esquerdas, sem saber das perigosas sombras midiáticas que cercam os fenômenos "populares demais".

Com essa "cultura popular" não sendo questionada, parte do poder da Globo, Folha, Abril etc foi consolidada e, assim, a mídia golpista pôde reagir.

Com os funqueiros no evento pró-Dilma Rousseff, o que se viu foi na verdade um empastelamento do esquerdismo.

O "funk", que espetaculariza a pobreza e transforma o povo pobre em caricatura, foi, na verdade, ridicularizar as esquerdas e entregar o caminho para os golpistas que derrubaram a presidenta.

E esse é o drama que as esquerdas não enxergam, e que, em boa parte, permitiu o enfraquecimento do esquerdismo, pois o esvaziamento dos debates culturais fortaleceu o coronelismo midiático.

Fortalecido, o coronelismo midiático acabou dando seu recado, derrubando a presidenta, deixando o Brasil politicamente acéfalo e abrindo o caminho para as pervertidas políticas de Michel Temer e Eduardo Cunha.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

A PRISÃO DE MC POZE E O VELHO VITIMISMO DO “FUNK”

A prisão do funqueiro e um dos precursores do trap brasileiro, o carioca MC Poze do Rodo, na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, reativou mais uma vez o discurso vitimista que o “funk” utiliza para se promover. O funqueiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, e que já deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes para ir a um presídio no bairro carioca de Benfica, tem entre o público da Geração Z e das esquerdas identitárias a reputação que Renato Russo teve entre o público de rock dos anos 1980, embora o MC não tenha 0,000001% do talento, pois se envolve em um ritmo marcado pela mais profunda precarização artístico-cultural. No entanto, MC Poze do Rodo foi detido por acusações de apologia ao crime organizado, ao porte ilegal de armas e à violência. Em várias vezes, Poze aparecia com armas nas fotos das redes sociais, o que poderia sugerir um funqueiro bolsonarista em potencial. A polícia do Rio de Janeiro enviou o seguinte comunicado:: “De acordo com as inves...

O ATRASO CULTURAL OCULTO DA GERAÇÃO Z

Fico pasmo quando leio pessoas passando pano no culturalismo pós-1989, em maioria confuso e extremamente pragmático, como se alguém pudesse ver uma espessa cabeleira em uma casca de um ovo. Não me considero careta e, apesar dos meus 54 anos de idade, prefiro ir a um Lollapalooza do que a um baile de gala. Tenho uma bagagem cultural maior do que mimha idade sugere, pelas visões de mundo que tenho, até parece que sou um cidadão mediano de 66 anos. Mas minha jovialidade, por incrível que pareça, está mais para um rapazinho de 26 anos. Dito isso, me preocupa a existência de ídolos musicais confusos, que atiram para todos os lados, entre um roquinho mais pop e um som dançante mais eroticamente provocativo, e no meio do caminho entre guitarras elétricas e sintetizadores, há momentos pretensamente acústicos. Nem preciso dizer nomes, mas a atual cena pop é confusa, pois é feita por uma geração que ouviu ao mesmo tempo Madonna e AC/DC, Britney Spears e Nirvana, Backstreet Boys e Soundgarden. Da...

LÉO LINS E A DECADÊNCIA DE HUMORISTAS E INFLUENCIADORES

LÉO LINS, CONDENADO A OITO ANOS DE PRISÃO E MULTA DE MAIS DE R$ 300 MIL POR CONTA DE PIADAS OFENSIVAS. Na semana passada, a Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, condenou o humorista Léo Lins a oito anos de prisão, três deles em regime inicialmente fechado, e multa no valor de R$ 306 mil por fazer piadas ofensivas contra grupos minoritários.  Só para sentir a gravidade do caso, uma das piadas sugere uma sutil apologia ao feminicídio: "Feminista boa é feminista calada. Ou morta". Em outra piada machista, Léo disse: "Às vezes, a mulher só entende no tapa. E se não entender, é porque apanhou pouco". Léo também fez piadas agredindo negros, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com HIV, indígenas, evangélicos, pessoas com deficiência, obesos e nordestinos, entre outros. O vídeo que inspirou a elaboração da sentença foi o espetáculo Perturbador, um vídeo gravado em 2022 no qual Léo faz uma série de comentários ofensivos. Os defensores de Léo dizem qu...

ELITE DO BOM ATRASO PIROU NAS REDES SOCIAIS

A BURGUESIA DE CHINELOS NÃO QUER OUTRO CANDIDATO EM 2026. SÓ QUER LULA. A elite do bom atraso, a “frente ampla” social que vai do “pobre de novela” - tipo que explicaremos em outra postagem - ao famoso muito rico, mas que inclui também a pequena burguesia e a parcela “legal” da alta burguesia, enlouqueceu nas redes sociais, exaltando o medíocre governo Lula e somente desejando ele para a Presidência da República na próxima eleição. Preso a estereótipos que deixaram de fazer sentido na realidade, como governar para os pobres e deixar a classe média abastada em segundo plano, Lula na prática expressa um peleguismo que é facilmente reconhecido por proletários, camponeses, sem-teto e servidores públicos, que veem o quanto o presidente “quer, mas não quer muito” trabalhar para o bem-estar dos brasileiros. Lula tem como o maior de seus inúmeros erros o de tratar a reconstrução do Brasil como se fosse uma festa. Esse problema, é claro, não é percebido pela delirante elite do bom atraso que, h...

GOVERNO LULA AGRAVA SUA CRISE

INDICADO POR LULA PARA O BANCO CENTRAL, GABRIEL GALÍPOLO PREFERIU MANTER OS JUROS ALTOS "POR MUITO TEMPO". Enquanto o governo Lula limita gastos mensais com universidades federais, a farra das ONGs nas ditas “emendas parlamentares” é de R$ 274 milhões. Na viagem para a China, Lula é acusado de gastar café com valor equivalente a R$ 56 e de conprar um terno no valor equivalente a R$ 850. Quanto às universidades públicas, a renomada Academia Brasileira de Ciências acusa o governo Lula de desmontar as instituições de ensino superior público através desses cortes financeiros. Lulistas blindam Janja quando ela quebrou o protocolo da conversa entre o marido e o presidente chinês Xi Jinping, para falar de sua preocupação com o Tik Tok. Em compensação, Lula não cumpriu a promessa de implantar o Plano Nacional de Transição Energética, que iria tirar o Brasil da dependência de combustível fóssil. Mas o presidente ainda quer devastar a Amazônia Equatorial para extrair mais petróleo. Lul...

QUANDO A CAPRICHO QUER PARECER A ROCK BRIGADE

Até se admite que o departamento de Jornalismo das rádios comerciais ditas “de rock” é esforçado e tenta mostrar serviço. Mas nem de longe isso pode representar um diferencial para as tais “rádios rock”, por mais que haja alguma competência no trabalho de seus repórteres. A gente vê o contraste que existe nessas rádios. Na programação diária, que ocupa a manhã, a tarde e o começo da noite, elas operam como rádios pop convencionais, por mais que a vinheta estilo “voz de sapo” tente coaxar a palavra “rock”. O repertório é hit-parade, com medalhões ou nomes comerciais, e nem de longe oferecem o básico para o público iniciante de rock. Para piorar, tem aquele papo furado de que as “rádios rock” não tocam só os “clássicos”, mas também as “novidades”. Papo puramente imbecil. É aquela coisa da padaria dizer que não vende somente salgados, mas também os doces. Que diferença isso faz? O endeusamento, ou mesmo as passagens de pano, da imprensa especializada às rádios comerciais “de rock” se deve...

A ILUSÃO DE QUERER PARECER O “MAIS LEGAL DO PLANETA”

Um dos legados do Brasil de Lula 3.0 está na felicidade tóxica de uma parcela de privilegiados. A obsessão de uns poucos bem-nascidos em parecer “gente legal”, em atrair apoio social, os faz até manipular a carteirada para cima e para baixo, entre um sentimento de orgulho aqui e uma falsa modéstia ali, sempre procurando mascarar a hipocrisia que não consegue se ocultar nas mentes dessas pessoas. Com a patrulha dos negacionistas factuais, “isentões” designados para promover o boicote ao pensamento crítico nas redes sociais, a “boa” sociedade que é a elite do bom atraso precisa parecer, aos olhos dos outros, as mais positivas possíveis, daí o esforço desesperado para criar um ambiente de conformidade e até de conformismo, sobretudo pela perigosa ilusão de acreditar que o futuro do Brasil será conduzido por um idoso de 80 anos. Quando ouvimos falar de períodos de supostas regeneração e glorificação do “povo brasileiro”, nos animamos no primeiro momento, achando que agora o Brasil será a n...

APOIO DAS ESQUERDAS AO "FUNK" ABRIU CAMINHO PARA O GOLPE DE 2016

MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS. A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista". A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap. O "funk" e o trap apenas falam sobre o ...