O dia 17 de abril passado é anunciado pela mídia como um "fato histórico".
Que causou estranheza na imprensa estrangeira, mesmo a mais conservadora.
A votação já sabemos, foi um engodo demagógico que se aproveitou da histeria ideológica contra o governo Dilma Rousseff.
O famoso reacionarismo anti-PT.
Tudo com base em fofocas travestidas de denúncia séria e investigação.
Pois no próximo dia 11, Dilma poderá ser tirada do poder.
Embora de maneira interina, 180 dias, pode se tornar definitiva pelas pressões da direita político-jurídica, por mais que Dilma tenha direito à ampla defesa.
O que poucos percebem é que, depois do 17 de abril, o país ficou "acéfalo".
Como o governo brasileiro, depois da expulsão de João Goulart pelo golpe militar, naquele Primeiro de Abril de 1964.
O senador Auro de Moura Andrade, o então presidente do Congresso Nacional, já havia anunciado a queda de Jango, na sua histeria golpista.
A mesma histeria com que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, conduziu a votação do impeachment.
Agora o processo está em discussão no Senado Federal.
Se tudo "der certo" (leia-se tirar Dilma do poder), teremos um governo de Michel Temer que promete ser reacionário.
Há intenções de regulamentar a terceirização e a flexibilização das relações de trabalho, que mais favorecerão o empresariado do que o proletariado.
Além disso, os derrotados de 2014 estão cercando Michel Temer para compor a equipe de governo e dar palpites sobre novos ministros.
Isso é uma grande trapaça.
Afinal, são justamente os perdedores do segundo turno, o candidato Aécio Neves e seus seguidores, que agora pretendem governar com Temer.
O Brasil perderá com isso.
Até os direitistas que vibraram com o "Fora Dilma".
Eles se reduzirão a meros flanelinhas ideológicos da direita, já que receberão migalhas pela campanha que fizeram contra o PT.
O Brasil tende também a retroceder em muitas conquistas sociais.
Isso é mal.
A não ser que as pessoas passem a se habituar a fazer protestos de rua, desta vez pelas causas progressistas.
Caso contrário o Brasil que mal protegia as conquistas da Era Vargas poderá voltar aos níveis anteriores ao da Conjuração Mineira de 1792.
Adaptada aos contextos atuais, mas essencialmente colonial.
O que se sabe é que a crise brasileira está longe de acabar.
Ela só está começando.
E vai piorar com a direita no poder.
É esperar para ver.
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