LULA CUMPRIMENTANDO A MULTIDÃO - O que antes era espontâneo, hoje é uma calculada propaganda política do presidente.
Lula se tornou mais uma personalidade de mídia do que um governante ou gestor sério. É certo que vivemos numa sociedade hipermidiática e hipermercantil que é o Brasil, mas o presidente comete erros na obsessão de se tornar um astro da política, uma espécie de “Rei do Pop” da República brasileira.
Durante a presença de Lula na inauguração de uma fábrica da montadora BYD em Camaçari, na Bahia, Lula recebeu um apoiador que tem uma tatuagem em homenagem ao presidente. Houve também uma senhora que, ao afirmar que teve três filhos empregados, fez uma declaração de amor ao presidente.
Isso reforça a propaganda da aparente popularidade do petista, supostamente recuperada, mas isso soa como um factoide, diante da meramente protocolar inauguração de uma fábrica de empresa estrangeira no Brasil, um ato normal de qualquer chefe do Executivo brasileiro.
O encontro de Lula com o Papa Leão XIV também reforça esse estrelismo de Lula, quando a mística religiosa reforça o vínculo ao combate à fome, em que pese o presidente ter participado do encontro de cúpula da FAO.
Mas o imaginário da elite do bom atraso pouco valoriza os critérios técnicos para combater a fome no Brasil, preferindo a caridade religiosa, que é vertical e mais parece alimentar os egos dos filantropos de plantão do que as pessoas carentes e famintas.
Em outras palavras, a "boa" sociedade prefere usar a mística da fé religiosa como fórmula para ajudar os mais carentes, ignorando que mais eficiente seria uma ação mais técnica, com geração de empregos dignos, políticas de plantação, colheita e distribuição de alimentos e melhoria autêntica dos salários. Infelizmente o empenho de Lula neste sentido é muito, muito pouco.
Nota-se que o lulismo hoje se movimenta pela emoção. A exaltação dos seguidores de Lula em vê-lo retomar o poder garante uma cegueira e uma confusão de percepções. Daí que os lulistas não fazem questão de verificar se a reconstrução ocorreu ou vai acontecer ou se Lula deixa de agir quando apenas opina.
Tudo acaba ficando no nível emocional de tal forma que o portal Brasil 247, mesmo contratando jornalistas competentes, atua como um fã-clube do presidente Lula. É constrangedor ver pessoas notabilizadas pela qualidade do seu profissionalismo mudarem para o modo tiete.
Até o próprio Lula tinha mais uma habilidade técnica de agir e contornar os problemas. Eu tinha também expectativas quanto à volta de Lula, só que acabei me decepcionando ao ver que ele tomou procedimentos doferentes na pré-campanha e na campanha presidenciais.
Essa decepção, que não tem volta, se deu também no terceiro mandato, a partir das viagens ao exterior, quando o presidente preferiu ser uma personalidade de mídia do que im administrador da nação.
Dessa forma, Lula deu muito certo para os padrões do público do Tik Tok e do Instagram. Mas deu errado como governante. Por sorte, o povo da vida real permanece invisível nas redes sociais.
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