A “democracia de um homem só” de Lula, que se prepara para se encontrar com o presidente dos EUA Donald Trump no próximo domingo, tenta se colocar como única opção eleitoral, sendo uma forma cordial de “voto de cabresto”. Lula não é competitivo porque se impõe como o único e, se considerando imbatível, não se pode atribuir a ele uma competitividade por ser um vencedor antes da disputa.
Com Guilherme Boulos no Ministério da Secretaria-Geral da Presidência, e Jorge Messias, indicado para o Supremo Tribunal Federal, o presidente arruma as peças do jogo político para garantir sua reeleição, buscando o poder pelo poder. Boulos tem forte influência dentro da comunidade woke, podendo atrair jovens para a reeleição do presidente, além do psolista também procurar dialogar com os movimentos sociais.
Lula decepcionou por não representar uma ruptura real com o legado de Michel Temer, ao preferir a consagração pessoal do que os trabalhos de reconstrução real do Brasil. Tudo se limitou ao espetáculo vibrante, porém inócuo, da propaganda festiva e do culto à personalidade de Lula, que mais parece adaptar a imagem de um aspirante a caudilho para uma estética fashion e pop aceita pela burguesia e pelo mundo capitalista.
Relatorismos e pesquisismos disseram muito pouco tanto para a questão da popularidade de Lula, que em realidade permanece baixa, apesar das supostas pesquisas de opinião afirmarem o contrário, e quanto às realizações do governo, que foram medíocres e abaixo das expectativas. Tudo se resumiu a uma cosmética política, sem trazer aquele jeito novidadeiro do primeiro mandato nem a fluência de ações do segundo.
Lula não representa o novo na política. Representa, apenas, a oportunidade de uma classe abastada obter seu protagonismo pleno. E o presidente tem na juventude a carta na manga para prolongar sua "democracia", aquela em que um único homem decide enquanto ao povo, principalmente os mais jovens, só resta o carnaval hedonista e consumista do dia a dia.
A juventude de hoje, por sorte, vive o contexto do identitarismo cultural que permite a escolha exclusiva em Lula que pode se comunicar com este público, mais do que o proletariado que, diferente de outros tempos, não se identifica mais com o petista.
Por sorte, também, a ordem social vigente, herdeira das benesses do “milagre brasileiro”, também está com Lula. E aí vemos a luta da sociedade festiva, entre direitistas "convertidos" e a esquerda identitária - que durante a ditadura era a "esquerda festiva" e hoje é conhecida como woke - , em boicotar textos questionadores, porque ninguém suporta textos que quebrem o clima de alegria tóxica do Lulismo que até agora não mostrou se o Brasil foi reconstruído ou não.
Daí que preferem o clima de festividade piegas, bem ao gosto dessa burguesia ilustrada que quer porque quer "substituir" o povo brasileiro, enquanto nas favelas, nos campos e nas ruas os dramas do povo pobre da vida real continuam os mesmos.
É muito fácil um abastado posar de pobre nas redes sociais e impor sua "verdade" brigando com os fatos.
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