LULA SE CONSIDERA O "DONO" DA DEMOCRACIA.
Não é segredo algum, aqui neste blogue, que o terceiro mandato de Lula está mais para propaganda do que para gestão. Um mandato medíocre, que tenta parecer grandioso por fora, através de simulacros que são factoides governamentais, como os tais “recordes históricos” que, de tão fáceis, imediatos e fantásticos demais para um país que estava em ruínas, soam ótimos demais para serem verdades.
Lula só empolga a bolha de seus seguidores, o Clube de Assinantes VIP do Lulismo, que quer monopolizar as narrativas nas redes sociais. E fazendo da política externa seu palco e seu palanque, Lula aposta na democracia de um homem só e na soberania de si mesmo, para o delírio da burguesia ilustrada que se tornou a sua base de apoio. Só mesmo sendo um burguês enrustido, mesmo aquele que capricha no seu fingimento de "pobreza", para aplaudir diante de Lula bancando o "dono" da democracia.
Lula participou da Assembleia Geral da ONU e também do Fórum da Democracia. Como sempre, Lula querendo ser o dono da democracia, como se essa palavra fosse a logomarca dele. É todo um espetáculo feito para forçar a reeleição de Lula, todo um ritual para provocar histeria e exaltação entre os lulistas e, daí, empurrar a espiral do silêncio para os demais extratos sociais.
Disfarça-se o governo medíocre de Lila, que não fez qualquer ruptura real com o governo Michel Temer - que preparou o cardápio político hoje atribuído somente a Jair Bolsonaro, na prática o garçom do menu do antecessor - , com todo o espetáculo que transforma o petista num astro pop da geopolítica internacional.
Lula repete as mesmas atitudes que provocaram a queda de popularidade, sobretudo na ênfase na política externa. A sua obsessão em promover a paz entre Ucrânia e Rússia e entre Israel e a Palestina lhe faz tirar o foco que deveria ser de gestor do Brasil, enganando a população com os relatorismos que não passam de papelões enunciando supostas realizações que já soam blefes de tão instantâneas e fabulosas para um país em reconstrução.
O governo Lula, neste atual mandato, só "funciona" e "faz sentido" porque o Brasil virou uma sociedade hipermidiatizada. É um governo sob medida para uma burguesia ilustrada que tem pleno acesso a assinaturas de streaming adquiridas com a facilidade que um garoto de uma família que ganha até dois salários mínimos para comprar uma pequena balinha de menos de R$ 0,30.
Com o caso do Sul Global versus potências do Hemisfério Norte ocidental, Lula globalizou a polarização, se expondo sem necessidade, trazendo uma insegurança existencial para o Brasil, que deveria primeiro se recuperar internamente para depois se mostrar ao mundo.
Por sorte, a PEC da Blindagem foi arquivada, mas o Brasil ainda está muito precarizado social e culturalmente, e economicamente anda muito frágil, ainda mais com a pressão dos juros altos que Lula não quer combater. Depois Lula quer que o povo pobre lhe dê atenção e valor a ele, enquanto o próprio presidente abandona os mais carentes com sua personalidade intransigente, impulsiva e sem autocrítica. Isso faz com que a corrida de Lula pela sua reeleição seja uma grande vergonha.
O atual mandado de Lula é um governo mais próximo de um reality show político, sem dar indícios de gestão, diferente dos mandatos anteriores, onde se via Lula mostrar serviço. Mas hoje Lula, que não combate os juros altos, a escala 6x1 e os preços caros das mercadorias, quer fabricar uma pretensa grandeza como um pretenso líder mundial, crescendo por fora e encolhendo por dentro.
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