"VOTO DE CABRESTO" - LULISTAS IMPÕEM VOTO EM LULA E NÃO PERMITEM OUTRA ALTERNATIVA.
A “democracia de um homem só” de Lula é um fenômeno estranho, pela qual o presidente exalta a democracia no discurso, mas na prática sabota todo o processo democrático, se impondo como “candidato único”, o qual os demais concorrentes são apenas fantoches a serem facilmente derrotados.
Ou seja, na prática, o processo eleitoral democrático não existe, pois já se tem um candidato que, na prática, já se anuncia como um vencedor, através do sensacionalismo das supostas pesquisas de opinião. E é assustador que Lula seja considerado vencedor a um ano das eleições, reduzindo a votação a uma formalidade sem relevância no aspecto democrático da livre escolha.
Lula chega a faltar debates estratégicos, com medo de enfrentar concorrentes que poderiam derrotá-lo muito bem. Os seguidores então partem para a humilhação, o valentonismo (bullying), depreciando sem dó quem ameaçasse o favoritismo absoluto do petista. E isso lançando mão da projeção psicológica, pois os lulistas agridem a concorrência, mas juram que são eles os “agredidos”.
A alegação de que Lula “venceria todos os candidatos” chega a criar expectativas e alimentar a euforia dos lulistas, criando um sentimento tóxico pelo qual se apela para a prévia vitória do petista. Por ironia, a antiga campanha da “esperança vencendo o medo” de 2002 deu lugar à “psicologia do medo” do lulismo atual, pelo qual Lula se anuncia como a “única opção viável para a democracia”. Eis a “democracia de um homem só”, na qual um único homem, por sinal idoso e doente, decide e à população só resta brincar, cantar e dançar.
Dentro de um projeto do Brasil como um gigantesco parque de diversões, a “democracia de um homem só” de Lula resgata, no âmbito eleitoral, a urgência forjada do “voto de cabresto”, quando um único candidato é imposto sob ameaça. “Vote em Lula ou a extrema-direita volta”, alega esse discurso falacioso, criando uma paranoia pela qual se força a crer que tudo aquilo que não é Lula é “fascismo”.
Já no âmbito governamental, Lula reciclou o “milagre brasileiro” no seu terceiro mandato e pretende fazer o mesmo no quarto. O relatorismo das “realizações fantásticas, rápidas e imediatas”, uma “colheita sem plantação “ onde tudo surge da noite para o dia, como num passe de mágica. Algo para forjar empolgação, se não entre as classes populares, desconfiadas com o presidente pelego, pelo menos entre o “povo” que usa com regularidade as redes sociais.
Os outros mandatos de Lula foram imperfeitos, mas bastante esforçados. Se via uma disposição técnica de Lula em resolver os problemas do Brasil. Naquela época, havia em Lula uma vocação de gestor. Mas no terceiro mandato isso deixou de acontecer, pois Lula só passou a agir dentro dos limites de sua propaganda pessoal e na sua ânsia pelo poder.
Daí seu pouco caso, por exemplo, com o fim da escala 6x1 no mercado de trabalho, esperando que a proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) seja aprovada no Congresso Nacional para se apropriar dela. E aí veremos uma inconsistência: um presidente que “lavou as mãos” em relação à escala 6x1 se promoverá como “idealizador e realizador” do fim desse padrão de exploração dos trabalhadores.
Lula, assim, quer se impor como o dono da democracia, das causas sociais, dos movimentos sociais. É uma herança que remete aos tempos da ditadura e do culturalismo neoconservador da Era Geisel, “ressignificado” pelas esquerdas médias.
A ideia é sufocar qualquer hipótese de um esquerdismo sem Lula, alimentado pelo culto à personalidade de um político que se acha o centro de tudo, querendo até mandar no planeta. Só que essa megalomania faz mal à verdadeira democracia, por associá-la a uma única pessoa.
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