GEISY ARRUDA - A "LIBERDADE DO CORPO" E O "DIREITO DO DESEJO" TAMBÉM SÃO MERCADORIA.
O Brasil é um país provinciano, historicamente marcado por um "iluminismo" que não negava valores escravagistas. Hoje temos um ativismo social dotado de muito surrealismo, em que mesmo mulheres defendem um "feminismo" de moldes machistas, usando a desculpa da "liberdade do corpo".
Dentro das perspectivas populistas da intelectualidade "bacana" - aquela que adota o "bom etnocentrismo" supostamente "sem preconceitos" de ver que o povo só é bom quando é mantido em seus valores grotescos - , um artigo publicado no Diário do Centro do Mundo tem essa visão "feminista" tida como "provocativa", dessas "provocações" que atraem verbas de George Soros.
O texto, escrito por Nathali Macedo, glamouriza a vulgaridade feminina, com argumentos como "despudorada" e "dona de si". O artigo tenta parecer moderno, mas apela para aquela ideia um tanto mofada do "direito do corpo", espécie de justificativa para certas mulheres, de preferência as que parecem ter "apelo popular", vivam apenas de "sensualizar".
É um feminismo estranho, que compactua com o machismo e que, na melhor das hipóteses, gera o ativismo sensacionlista do Femen e, na pior das hipóteses, garante a zona de conforto das "boazudas" brasileiras de serem "100% corpo" e "0% de intelecto", por mais que tentem parecer "pensadoras" ou "ativistas" até aos olhos de professores e etnógrafos "também provocativos".
COMPARAÇÕES
Acabei de ler um texto sobre as impressões da atriz Emma Watson sobre seu discurso feminista na ONU e fico pensando o quanto a ex-atriz mirim que participou da saga Harry Potter está à frente do tempo. Ela havia dito:
"Tenho a sorte de ter sido criada para acreditar que a minha opinião na mesa de jantar era valiosa. Minha mãe e eu falamos tão alto quando os meus irmãos".
Quanta diferença em relação ao que o texto de Nathali escreveu:
"A mulher vulgar – esta inventada pelo moralismo velado – é aquela que tem medo de mostrar-se tal qual ela é. É quem não esconde os seus desejos, as suas propensões promíscuas – as quais, em maior ou menor proporção, todas têm. É o modo sutil que a sociedade encontrou de ditar-nos o comportamento, de conter-nos a liberdade, de – como sempre o fez – nos rotular. Vulgar é a amante, a Geni, a meretriz. Somos vulgares quando não camuflamos nossos desejos".
Emma disse que o feminismo não é prescritivo nem dogmático. Aparentemente, o argumento poderia ser a favor das "feministas" soros-positivas daqui, de uma "liberdade do corpo" que, apesar de servida de bandeja nas retóricas esquerdistas, não causa o menor pavor nas "urubólogas" que se pavoneiam nos rincões mais reacionários da mídia direitista.
Só que a tal "liberdade do corpo" ou a "liberdade do desejo" tornam-se dogmas, quando as mulheres são simbolicamente associadas a um "apelo popular" precisam "provocar" explorando demais o corpo físico, se comportando de forma arrogante, exibicionista e não raro estúpida.
Neste caso, as "feministas" que se encontram no seio das "esquerdas médias" - aquelas que se aquietam à menor gorjeta oferecida por George Soros e escondida sobre as verbas estatais - entram em séria contradição quando se trata de avaliar a imagem da mulher nas campanhas publicitárias para o público de classe média e no entretenimento supostamente "popular".
A contradição se dá quando essas ativistas cobram dos filmes publicitários romper com os estereótipos idiotizantes que tais produções fazem das mulheres de classe média. Essas ativistas reclamam da imagem trabalhada que mostra mulheres imbecilizadas, consumistas, alopradas.
Mas quando o assunto é do lado do "popular", com "musas" como Solange Gomes, Andressa Urach e Geisy Arruda cometendo gafes, o discurso vira outro: a imagem idiotizada da mulher-objeto, com todo seu consumismo, é associada à "falta de pudor", à "sinceridade" e à "liberdade", quando não é visto, pasmem, como "causas libertárias".
A imagem da mulher popular é trabalhada, por esse "feminismo de esquerda" que a "urubologia" de direita tanto gosta, para manter estereótipos piores do que aqueles que o mercado publicitário trabalha da mulher brasileira. E esses "bons estereótipos" acabam reforçando outros, porque o "direito ao desejo" ou a "liberdade do corpo" cedo ou tarde voltam para a pauta do brainstorming publicitário.
MULHER VULGAR NÃO É MULHER LIVRE
O grande problema não é a mulher gostar de cerveja ou futebol ou de querer gritar com um homem de vez em quando. O grande problema é quando a grosseria, a vulgaridade, o erotismo forçado, tornam-se regras para a "liberdade feminina" em que a mulher associada a um contexto ativista ou popular só têm sentido quando adere à promiscuidade, ao meretrício e outros símbolos similares.
Só que a vulgaridade feminina não é liberdade. Não mesmo. E nem é tão feminista quanto se parece. Lá fora se questionam atitudes supostamente feministas de Miley Cyrus e Beyoncé Knowles que aqui parecem "unanimidade" num feminismo de resultados, em que a mulher "popular" tem obrigação de ser grosseira e estúpida, mas falsamente inteligente e pseudo-ativista, para ter sentido.
Se ela não anda de trajes sumários em dias de muito frio ou se publica fotos comportadas no Instagram, ela "não é livre". As "feministas" brasileiras, ainda iludidas num feminismo que se afirma tão somente pela rejeição às demandas masculinas, não sabem que isso expressa um machismo ainda mais convicto, já que tudo não passa de um jogo de cão-e-gata que excita os machistas.
É só ver o outro lado. O machismo não quer, necessariamente, uma mulher meiga. Ele quer é uma "mulher gostosa". A prostituição, tida como "causa libertária" por esse ativismo de resultados das "esquerdas médias", já desnorteadas pelas pregações "provocativas" da intelectualidade "bacaninha", é um dos maiores recreios dos machistas mais convictos.
A vulgaridade feminina, apoiada nos pretextos de "liberdade do corpo" e "direito do desejo", na verdade escondem o outro aspecto, que é a da mercantilização do corpo, da sensualidade, que no caso das mulheres com aparente apelo popular se transforma numa obsessão bem ao gosto do sensacionalismo midiático e do mercado publicitário.
É só ver como as peças se juntam. Numa mesma rede de TV aberta, se alterna a imagem publicitária da dona-de-casa retardada do comercial de detergente e da "corajosa" sub-celebridade que expressa "seu livre direito de sensualizar", sem que uma represente o contraponto de outra e, principalmente, sem que a mulher vulgar ameace o sossego debiloide da mulher idiota do comercial de TV.
O que também essas ativistas não sabem é que as mulheres vulgares seguem ordens de empresários que manipulam até suas vidas amorosas. Mas como são empresários comprometidos com um entretenimento dito "popular", isso se deixa passar, porque os empresários são "muito pobrezinhos" (apesar de terem dinheiro para comprar latifúndios" e lidam com um lazer "libertário" (sic).
Sim, elas, "donas de seu nariz", "senhoras de seu desejo", "proprietárias de seu corpo", seguem orientações de um grupo de homens, que promovem um machismo muito pior do que aquele que "só quer" mulheres meigas, castiças e feitas à imagem e semelhança das mocinhas de contos infantis.
E, para piorar mais ainda, a "liberdade do corpo" e o "direito do desejo" tornam-se ainda mais constrangedoras quando se nota que muitos dos "corpos livres" das mulheres "donas de seu nariz", mas controladas por uma minoria de homens, são "esculpidos" por bolsas de silicone e perigosos remédios anabolizantes. A liberdade feminina vale bolsas de silicone?
Daí que, no contexto do "livre mercado" do capitalismo predatório e excludente, da "liberdade de imprensa" de uma elite fechada de jornalistas preconceituosos, a "liberdade do corpo" da mulher vulgar é a opressão da alma na obsessão do "sensualismo" como um fim em si mesmo, da auto-afirmação do corpo sem qualquer afirmação de personalidade.
Por isso, me envergonha essa visão atrasada e provinciana das "feministas" brasileiras. Antes de querer o "direito ao corpo", a mulher deveria ter o direito da alma, da expressão de sua personalidade, do seu pensamento, de sua busca de conhecimentos.
A mulher pode ser livre para tomar cerveja ou até a ver futebol (sem fanatismos, claro). Mas tem o direito também de ser meiga, de ser sensível e carinhosa, e de vestir roupas discretas. A verdadeira liberdade do corpo é também a liberdade de guardar o corpo para si, em vez de investir no sensualismo obsessivo e sem contexto, que mais humilha do que liberta.
Talvez as nossas "feministas" tenham que ver um pouco de Harry Potter, para prestar atenção na mulher moderna que esteve por trás da bruxinha Hermione, em vez de defender um suposto feminismo que não causa o menor incômodo nos machistas brasileiros.
O Brasil é um país provinciano, historicamente marcado por um "iluminismo" que não negava valores escravagistas. Hoje temos um ativismo social dotado de muito surrealismo, em que mesmo mulheres defendem um "feminismo" de moldes machistas, usando a desculpa da "liberdade do corpo".
Dentro das perspectivas populistas da intelectualidade "bacana" - aquela que adota o "bom etnocentrismo" supostamente "sem preconceitos" de ver que o povo só é bom quando é mantido em seus valores grotescos - , um artigo publicado no Diário do Centro do Mundo tem essa visão "feminista" tida como "provocativa", dessas "provocações" que atraem verbas de George Soros.
O texto, escrito por Nathali Macedo, glamouriza a vulgaridade feminina, com argumentos como "despudorada" e "dona de si". O artigo tenta parecer moderno, mas apela para aquela ideia um tanto mofada do "direito do corpo", espécie de justificativa para certas mulheres, de preferência as que parecem ter "apelo popular", vivam apenas de "sensualizar".
É um feminismo estranho, que compactua com o machismo e que, na melhor das hipóteses, gera o ativismo sensacionlista do Femen e, na pior das hipóteses, garante a zona de conforto das "boazudas" brasileiras de serem "100% corpo" e "0% de intelecto", por mais que tentem parecer "pensadoras" ou "ativistas" até aos olhos de professores e etnógrafos "também provocativos".
COMPARAÇÕES
Acabei de ler um texto sobre as impressões da atriz Emma Watson sobre seu discurso feminista na ONU e fico pensando o quanto a ex-atriz mirim que participou da saga Harry Potter está à frente do tempo. Ela havia dito:
"Tenho a sorte de ter sido criada para acreditar que a minha opinião na mesa de jantar era valiosa. Minha mãe e eu falamos tão alto quando os meus irmãos".
Quanta diferença em relação ao que o texto de Nathali escreveu:
"A mulher vulgar – esta inventada pelo moralismo velado – é aquela que tem medo de mostrar-se tal qual ela é. É quem não esconde os seus desejos, as suas propensões promíscuas – as quais, em maior ou menor proporção, todas têm. É o modo sutil que a sociedade encontrou de ditar-nos o comportamento, de conter-nos a liberdade, de – como sempre o fez – nos rotular. Vulgar é a amante, a Geni, a meretriz. Somos vulgares quando não camuflamos nossos desejos".
Emma disse que o feminismo não é prescritivo nem dogmático. Aparentemente, o argumento poderia ser a favor das "feministas" soros-positivas daqui, de uma "liberdade do corpo" que, apesar de servida de bandeja nas retóricas esquerdistas, não causa o menor pavor nas "urubólogas" que se pavoneiam nos rincões mais reacionários da mídia direitista.
Só que a tal "liberdade do corpo" ou a "liberdade do desejo" tornam-se dogmas, quando as mulheres são simbolicamente associadas a um "apelo popular" precisam "provocar" explorando demais o corpo físico, se comportando de forma arrogante, exibicionista e não raro estúpida.
Neste caso, as "feministas" que se encontram no seio das "esquerdas médias" - aquelas que se aquietam à menor gorjeta oferecida por George Soros e escondida sobre as verbas estatais - entram em séria contradição quando se trata de avaliar a imagem da mulher nas campanhas publicitárias para o público de classe média e no entretenimento supostamente "popular".
A contradição se dá quando essas ativistas cobram dos filmes publicitários romper com os estereótipos idiotizantes que tais produções fazem das mulheres de classe média. Essas ativistas reclamam da imagem trabalhada que mostra mulheres imbecilizadas, consumistas, alopradas.
Mas quando o assunto é do lado do "popular", com "musas" como Solange Gomes, Andressa Urach e Geisy Arruda cometendo gafes, o discurso vira outro: a imagem idiotizada da mulher-objeto, com todo seu consumismo, é associada à "falta de pudor", à "sinceridade" e à "liberdade", quando não é visto, pasmem, como "causas libertárias".
A imagem da mulher popular é trabalhada, por esse "feminismo de esquerda" que a "urubologia" de direita tanto gosta, para manter estereótipos piores do que aqueles que o mercado publicitário trabalha da mulher brasileira. E esses "bons estereótipos" acabam reforçando outros, porque o "direito ao desejo" ou a "liberdade do corpo" cedo ou tarde voltam para a pauta do brainstorming publicitário.
MULHER VULGAR NÃO É MULHER LIVRE
O grande problema não é a mulher gostar de cerveja ou futebol ou de querer gritar com um homem de vez em quando. O grande problema é quando a grosseria, a vulgaridade, o erotismo forçado, tornam-se regras para a "liberdade feminina" em que a mulher associada a um contexto ativista ou popular só têm sentido quando adere à promiscuidade, ao meretrício e outros símbolos similares.
Só que a vulgaridade feminina não é liberdade. Não mesmo. E nem é tão feminista quanto se parece. Lá fora se questionam atitudes supostamente feministas de Miley Cyrus e Beyoncé Knowles que aqui parecem "unanimidade" num feminismo de resultados, em que a mulher "popular" tem obrigação de ser grosseira e estúpida, mas falsamente inteligente e pseudo-ativista, para ter sentido.
Se ela não anda de trajes sumários em dias de muito frio ou se publica fotos comportadas no Instagram, ela "não é livre". As "feministas" brasileiras, ainda iludidas num feminismo que se afirma tão somente pela rejeição às demandas masculinas, não sabem que isso expressa um machismo ainda mais convicto, já que tudo não passa de um jogo de cão-e-gata que excita os machistas.
É só ver o outro lado. O machismo não quer, necessariamente, uma mulher meiga. Ele quer é uma "mulher gostosa". A prostituição, tida como "causa libertária" por esse ativismo de resultados das "esquerdas médias", já desnorteadas pelas pregações "provocativas" da intelectualidade "bacaninha", é um dos maiores recreios dos machistas mais convictos.
A vulgaridade feminina, apoiada nos pretextos de "liberdade do corpo" e "direito do desejo", na verdade escondem o outro aspecto, que é a da mercantilização do corpo, da sensualidade, que no caso das mulheres com aparente apelo popular se transforma numa obsessão bem ao gosto do sensacionalismo midiático e do mercado publicitário.
É só ver como as peças se juntam. Numa mesma rede de TV aberta, se alterna a imagem publicitária da dona-de-casa retardada do comercial de detergente e da "corajosa" sub-celebridade que expressa "seu livre direito de sensualizar", sem que uma represente o contraponto de outra e, principalmente, sem que a mulher vulgar ameace o sossego debiloide da mulher idiota do comercial de TV.
O que também essas ativistas não sabem é que as mulheres vulgares seguem ordens de empresários que manipulam até suas vidas amorosas. Mas como são empresários comprometidos com um entretenimento dito "popular", isso se deixa passar, porque os empresários são "muito pobrezinhos" (apesar de terem dinheiro para comprar latifúndios" e lidam com um lazer "libertário" (sic).
Sim, elas, "donas de seu nariz", "senhoras de seu desejo", "proprietárias de seu corpo", seguem orientações de um grupo de homens, que promovem um machismo muito pior do que aquele que "só quer" mulheres meigas, castiças e feitas à imagem e semelhança das mocinhas de contos infantis.
E, para piorar mais ainda, a "liberdade do corpo" e o "direito do desejo" tornam-se ainda mais constrangedoras quando se nota que muitos dos "corpos livres" das mulheres "donas de seu nariz", mas controladas por uma minoria de homens, são "esculpidos" por bolsas de silicone e perigosos remédios anabolizantes. A liberdade feminina vale bolsas de silicone?
Daí que, no contexto do "livre mercado" do capitalismo predatório e excludente, da "liberdade de imprensa" de uma elite fechada de jornalistas preconceituosos, a "liberdade do corpo" da mulher vulgar é a opressão da alma na obsessão do "sensualismo" como um fim em si mesmo, da auto-afirmação do corpo sem qualquer afirmação de personalidade.
Por isso, me envergonha essa visão atrasada e provinciana das "feministas" brasileiras. Antes de querer o "direito ao corpo", a mulher deveria ter o direito da alma, da expressão de sua personalidade, do seu pensamento, de sua busca de conhecimentos.
A mulher pode ser livre para tomar cerveja ou até a ver futebol (sem fanatismos, claro). Mas tem o direito também de ser meiga, de ser sensível e carinhosa, e de vestir roupas discretas. A verdadeira liberdade do corpo é também a liberdade de guardar o corpo para si, em vez de investir no sensualismo obsessivo e sem contexto, que mais humilha do que liberta.
Talvez as nossas "feministas" tenham que ver um pouco de Harry Potter, para prestar atenção na mulher moderna que esteve por trás da bruxinha Hermione, em vez de defender um suposto feminismo que não causa o menor incômodo nos machistas brasileiros.
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