FOFÃO? NÃO PODERIA SER O PATROPI?
O que está acontecendo com a cultura rock no Brasil? Está certo que algumas coisas mudam, mas, além da valorização como "coisa séria" dos risíveis grupos de "rock farofa" - de repente você ficou proibido de falar mal dos posers que agora, pasmem, virou sinônimo de "rock clássico" - , de repente veio uma onda de infantilização dos roqueiros brasileiros.
Ainda temos que aturar os roqueiros falarem o tempo todo a gíria "galera", como se ela não fosse "patenteada" por Fausto Silva, o "mecenas" dos ídolos bregas, ou mesmo de vez em quando a intragável gíria "balada" ("patenteada" por Luciano Huck). As pessoas pronunciam essas gírias do baronato midiático como se estivessem despejando cuspindo com a boca aberta.
Tudo bem, rock não precisa ser levado a sério o tempo inteiro e um senso de humor não faz mal algum. Mas a forma com que isso foi feito no Brasil permitiu até mesmo que rádios tidas como especializadas em rock tivessem o estilo irritante de locução de rádio pop que fica valendo para as festejadas mas pouco representativas rádios 89 FM (SP) e Cidade FM (RJ).
O grande problema é que não há uma noção exata do que é humor e descontração e do que é besteirol gratuito, pura bobagem. Não devemos ser rigorosos, é verdade, mas chega um ponto em que a piada fica sem graça, e o que tem de gente botando linguinha para fora e fazendo sinal do demônio com as mãos acaba banalizando demais as coisas.
O que nomes como Fofão, Luciano do Trem da Alegria e outros do gênero têm a ver com o rock? O ator que faz o Fofão, Orival Pessini, já tem o Patropi, personagem inspirado em Raul Seixas, para interagir em programas que misturam rock e humor (não confundir com besteiróis nada roqueiros como Hora dos Perdidos, Esquenta 89 e Do Balacobaco).
Há coisas muito estranhas na cultura rock brasileira, que é a divisão, que só existe aqui, entre rock novinho e rock mais antigo, como se essa visão provinciana trouxesse alguma modernidade para o Brasil. Enquanto isso, gente como Eddie Vedder e Neil Young se tratam como iguais e ninguém tem essa frescura de dizer que o rock mais antigo não presta e é coisa de vovô gagá.
É por isso que nossa cultura rock anda muito enfraquecida. A própria mídia e o próprio mercado estabelecem essa condição: se o roqueiro não aderir à imagem estereotipada do idiota que bota a língua pra fora e faz sinal do demônio com a mão, ele não tem vez. E, desde 1995, há uma dificuldade enorme de haver rádios de rock autênticas no nosso país. Os bregas agradecem.
O que está acontecendo com a cultura rock no Brasil? Está certo que algumas coisas mudam, mas, além da valorização como "coisa séria" dos risíveis grupos de "rock farofa" - de repente você ficou proibido de falar mal dos posers que agora, pasmem, virou sinônimo de "rock clássico" - , de repente veio uma onda de infantilização dos roqueiros brasileiros.
Ainda temos que aturar os roqueiros falarem o tempo todo a gíria "galera", como se ela não fosse "patenteada" por Fausto Silva, o "mecenas" dos ídolos bregas, ou mesmo de vez em quando a intragável gíria "balada" ("patenteada" por Luciano Huck). As pessoas pronunciam essas gírias do baronato midiático como se estivessem despejando cuspindo com a boca aberta.
Tudo bem, rock não precisa ser levado a sério o tempo inteiro e um senso de humor não faz mal algum. Mas a forma com que isso foi feito no Brasil permitiu até mesmo que rádios tidas como especializadas em rock tivessem o estilo irritante de locução de rádio pop que fica valendo para as festejadas mas pouco representativas rádios 89 FM (SP) e Cidade FM (RJ).
O grande problema é que não há uma noção exata do que é humor e descontração e do que é besteirol gratuito, pura bobagem. Não devemos ser rigorosos, é verdade, mas chega um ponto em que a piada fica sem graça, e o que tem de gente botando linguinha para fora e fazendo sinal do demônio com as mãos acaba banalizando demais as coisas.
O que nomes como Fofão, Luciano do Trem da Alegria e outros do gênero têm a ver com o rock? O ator que faz o Fofão, Orival Pessini, já tem o Patropi, personagem inspirado em Raul Seixas, para interagir em programas que misturam rock e humor (não confundir com besteiróis nada roqueiros como Hora dos Perdidos, Esquenta 89 e Do Balacobaco).
Há coisas muito estranhas na cultura rock brasileira, que é a divisão, que só existe aqui, entre rock novinho e rock mais antigo, como se essa visão provinciana trouxesse alguma modernidade para o Brasil. Enquanto isso, gente como Eddie Vedder e Neil Young se tratam como iguais e ninguém tem essa frescura de dizer que o rock mais antigo não presta e é coisa de vovô gagá.
É por isso que nossa cultura rock anda muito enfraquecida. A própria mídia e o próprio mercado estabelecem essa condição: se o roqueiro não aderir à imagem estereotipada do idiota que bota a língua pra fora e faz sinal do demônio com a mão, ele não tem vez. E, desde 1995, há uma dificuldade enorme de haver rádios de rock autênticas no nosso país. Os bregas agradecem.
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