OUVINTES DA RÁDIO CIDADE FINGEM ODIAR AÉCIO NEVES E REINALDO AZEVEDO. MAS ADORAM, E MUITO.
Conscientes do perigo que correm, as rádios "roqueiras" 89 FM, de São Paulo, e Rádio Cidade, do Rio de Janeiro, tentam fugir da sombra da Jovem Pan FM como o diabo foge da cruz. Ultimamente, a principal rádio pop do Brasil, agora se fundindo com a Jovem Pan AM devido à ameaça de extinção da Amplitude Modulada, tornou-se um dos maiores redutos do reacionarismo midiático.
Controlada por Tutinha, a Jovem Pan FM liderou o paradigma de linguagem e mentalidade das FMs consideradas "jovens". Com vinhetas "espaciais" nas propagandas, locução frenética sob um fundo musical eletrônico e alucinado, propagandas com vozes quase cavernosas e programação que incluía humorísticos e muitas promoções, a Jovem Pan 2 marcou época com tudo isso nos anos 90.
De forma explícita, as "rádios rock" passaram a copiar todos os seus trejeitos. É claro que a mentalidade pop contaminou o radialismo rock desde o fim dos anos 80. Era uma locução mais "devagar", mas mesmo assim voltada a gracinhas.
Locutores que pareciam falar para donas-de-casa fãs de música brega disparavam sua fala animada e festiva enquanto programadores se preparavam para despejar artistas como Cult, Killing Joke, Faith No More, Clash, Ramones e até a banda punk 365.
Quando tentou-se expandir o formato de rádio de rock, a partir da 89 FM de São Paulo, em 1990, essa mentalidade resultou numa conversão confusa e atrapalhada e esbarrou na burocracia. Rádios que fizeram sucesso tocando brega-popularesco mudavam a orientação sem mudar o quadro de locutores, devido a cláusulas contratuais, o que comprometeu muito a mudança de perfil.
Para piorar, as rádios passaram a tocar somente o hit-parade roqueiro, com repertório previamente bolado pelas gravadoras, que nos discos até assinalavam qual a faixa que deveria ser tocada na rádio. E havia, pasmem, programas de música romântica e promoções infantilizadas de Natal e Páscoa, contrariando a suposta "especialidade" no rock.
Muitas dessas rádios desapareceram ainda no começo dos anos 90, mais precisamente 1993 e 1994, mas o mercado se vingou ceifando rádios originais de rock dos anos 80, aproveitando que elas passavam por uma fase de deturpação (como meio de sobreviver ao mercado e se adequar ao "padrão MTV").
Com isso, não bastasse a Jovem Pan FM ter desalojado a Fluminense FM, de Niterói, sua linguagem passou a ser imitada pela 89 FM e, mais tarde, com a "mudança de orientação" da Rádio Cidade. Daí o termo "Jovem Pan com guitarras".
Se observar com muita atenção, as "rádios rock" copiavam descaradamente TUDO que era feito na Jovem Pan FM. Linguagem, vinhetas, tipo de locução, grade de programação, natureza as promoções, parecia que as FMs "roqueiras" eram siamesas da então Jovem Pan 2.
Os Sobrinhos do Ataíde, por exemplo, nada seriam se não fosse o Pânico da Pan. Como também nada seriam os atuais Esquenta! e o carioca Hora dos Perdidos. Depois seus ouvintes se ofendem quando comparamos eles a Emílio Surita e companhia.
Até mesmo Alexandre Hovoruski, braço-direito de Tutinha, produtor que lançou a série de CDs de pop dançante As Sete Melhores da Pan, foi depois trabalhar nas duas "rádios rock" para "aperfeiçoar" a linguagem das duas rádios, tornando ainda mais literal o rótulo "Jovem Pan com guitarras".
TROCANDO O PÂNICO PELO CQC - Humorístico Encrenca, feita por radialistas da 89 FM, investe no pseudo-esquerdismo dos primórdios do programa que lançou Danilo Gentili e Rafinha Bastos, através de uma "simpática" viagem a Cuba.
"RÁDIOS ROCK" COM MEDO
Quando a Jovem Pan FM passou a investir em jornalísticos, contratando figuras como Reinaldo Azevedo, Rachel Sheherazade, Marco Antônio Villa e outros, a rádio realçou a postura extremamente reacionária desta facção da mídia, conhecida através das páginas da revista Veja, o "lar" impresso e digital de Reinaldo.
Com a péssima reputação da Jovem Pan, apesar da relativa popularidade de seus retrógrados comentaristas, as "rádios rock", que tanto estavam felizes em imitar até o modo de respirar da emissora pop, agora tentam fugir da sombra da JP, com muito medo.
De repente, o locutor e ex-dublê de cantor "punk", Tatola Godas, que falava como se fosse um apresentador do programa As Sete Melhores da Pan, mudou um pouco a dicção e passou a imitar a voz e os trejeitos de outro locutor, o Rui Bala da Rede Transamérica.
Pouco depois, a Rádio Cidade "perdeu" o gerente artístico Hovoruski, depois que ele, sem ter o nome creditado, teria sido denunciado por um executivo que se queixou do boicote da emissora ao recente disco dos Titãs, Nheengatu. Hovoruski teria dado gargalhadas diante do pedido de divulgação do então novo disco na "rádio rock".
Mais recentemente, o grupo de humoristas Encrenca (equivalente televisivo do Quem Não Faz Toma da 89), que chegaram a ser comparados pela imprensa como cópia descarada do Pânico na TV (por sua vez equivalente televisivo do Pânico da Pan), atual Pânico na Band, passou a mudar sutilmente sua postura.
Na foto divulgada pelo jornalista Léo Dias, de O Dia, o Encrenca preferiu imitar os primórdios do humorístico CQC, também da TV Bandeirantes, quando seu reacionarismo era mais implícito e seus repórteres-humoristas fingiam cortejar referenciais e figuras do ideário esquerdista.
Mesmo assim, essa fase do CQC já tinha os problemáticos Rafinha Bastos e Danilo Gentili, pessoas que se revelaram depois bastante preconceituosas e reacionárias, dando comentários racistas e machistas com sarcasmo e arrogância, não medindo escrúpulos para ofender.
"ROQUEIRO" DE EXTREMA-DIREITA
Quem acompanhou a Rádio Cidade na Internet ou mesmo na FM sabe que, pelo menos entre 1998 e 2006, a emissora tornou-se reduto dos jovens de extrema-direita do Rio de Janeiro, antecipando os surtos reacionários que se nota hoje na grande mídia.
Antecipando movimentos como o Revoltados On Line, os "roqueiros" da Rádio Cidade, que, entre outras coisas, odiavam ler livros, detestavam filmes alternativos e torciam o nariz para o rock que nunca aparecia na Billboard, disparavam nos comentários digitais seu desejo de extinguir o Poder Legislativo e destruir o Congresso Nacional.
Homofóbicos, racistas e ultrarreacionários, eles chegavam a dizer que a Rádio Cidade não tinha a obrigação de agir como as rádios de rock do exterior. Explicando: lá fora, as rádios de rock verdadeiras são geralmente progressistas, vão muito além dos "sucessos das paradas" do gênero e evitam contratar locutores com voz de animadores de festinhas infantis.
Eles anteciparam todo tipo de reacionarismo. Antes do "odiojornalismo" de Veja, Estadão e Folha, os produtores da Rádio Cidade - e, em parte, os da 89 FM - anteciparam o "odioradialismo" que era mais acentuado na emissora carioca.
A Rádio Cidade já era conhecida como "Junkie Pan" por adotar o mesmo estilo de locução, mentalidade e linguagem da emissora paulista. E era curioso ver que, nos patrocínios de alguns blockbusters do cinema estrangeiro nos anos 90, a exibição paulista era patrocinada pela JP e a carioca pela Cidade. Se bem que, geralmente, acontecia o inverso, com a exibição paulista patrocinada pela Jovem Pan Rio e a paulista pela 89 FM.
Afinal, não há uma razão lógica que fez uma rádio chamada Cidade, com um respeitável histórico no pop convencional, de repente surtar e só querer estar vinculada ao rock? Imitação tosca do enredo do filme Os Cabeças de Vento (Airheads)? Decepção pelo fato da Rádio Cidade não ter alcançado o mesmo carisma da Fluminense FM?
A irritabilidade dos produtores e adeptos da Rádio Cidade antecipou o pavio-curto de nomes como Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi. É claro que o reacionarismo, naqueles tempos, não era assumido, e era moda os "coxinhas" de então adotarem postura pseudo-esquerdista para agradar a "galera da rede". Mas até Jair Bolsonaro e Marco Feliciano eram "esquerdistas", nessa época.
A fúria que fez os "roqueiros" divulgarem, em bloco, ironias, ameaças e ofensas nas mídias sociais - alguns foram identificados como membros da comunidade Eu Odeio Acordar Cedo, do Orkut - , antecipou em oito anos as barbaridades cometidas contra Maria Júlia Coutinho.
O fato de serem "roqueiros" reacionários, de extrema-direita, fez os adeptos da Rádio Cidade anteciparem também as histerias golpistas dos roqueiros Lobão e Roger Rocha Moreira (Ultraje a Rigor). E até hoje observa-se que os rapazes que dirigem carros sintonizados nos 102,9 mhz exibem um semblante bastante agressivo e mal-humorado típico dos reaças.
A própria raiva dos ouvintes da Cidade contra a Fluminense FM dá o sinal. A Fluminense FM fez história com uma linha progressista, abrangente e anticomercial. E nota-se que o idealizador da emissora niteroiense, Luiz Antônio Mello, despreza a atual linha da Rádio Cidade. LAM afirmou que, das rádios cariocas, só ouve Band News e CBN e, mesmo assim, como web radios.
Esse desprezo à Rádio Cidade, vindo de alguém que entende muito de rádio e de cultura rock como o experiente Luiz Antônio, diz muito ao fato de que a emissora dos 102,9 mhz não deve ser levada a sério como rádio de rock. Até pelo fato de deturpar a rebeldia juvenil para os níveis do mais puro reacionarismo. Não será surpresa se um Rodrigo Constantino da vida for trabalhar lá.
Conscientes do perigo que correm, as rádios "roqueiras" 89 FM, de São Paulo, e Rádio Cidade, do Rio de Janeiro, tentam fugir da sombra da Jovem Pan FM como o diabo foge da cruz. Ultimamente, a principal rádio pop do Brasil, agora se fundindo com a Jovem Pan AM devido à ameaça de extinção da Amplitude Modulada, tornou-se um dos maiores redutos do reacionarismo midiático.
Controlada por Tutinha, a Jovem Pan FM liderou o paradigma de linguagem e mentalidade das FMs consideradas "jovens". Com vinhetas "espaciais" nas propagandas, locução frenética sob um fundo musical eletrônico e alucinado, propagandas com vozes quase cavernosas e programação que incluía humorísticos e muitas promoções, a Jovem Pan 2 marcou época com tudo isso nos anos 90.
De forma explícita, as "rádios rock" passaram a copiar todos os seus trejeitos. É claro que a mentalidade pop contaminou o radialismo rock desde o fim dos anos 80. Era uma locução mais "devagar", mas mesmo assim voltada a gracinhas.
Locutores que pareciam falar para donas-de-casa fãs de música brega disparavam sua fala animada e festiva enquanto programadores se preparavam para despejar artistas como Cult, Killing Joke, Faith No More, Clash, Ramones e até a banda punk 365.
Quando tentou-se expandir o formato de rádio de rock, a partir da 89 FM de São Paulo, em 1990, essa mentalidade resultou numa conversão confusa e atrapalhada e esbarrou na burocracia. Rádios que fizeram sucesso tocando brega-popularesco mudavam a orientação sem mudar o quadro de locutores, devido a cláusulas contratuais, o que comprometeu muito a mudança de perfil.
Para piorar, as rádios passaram a tocar somente o hit-parade roqueiro, com repertório previamente bolado pelas gravadoras, que nos discos até assinalavam qual a faixa que deveria ser tocada na rádio. E havia, pasmem, programas de música romântica e promoções infantilizadas de Natal e Páscoa, contrariando a suposta "especialidade" no rock.
Muitas dessas rádios desapareceram ainda no começo dos anos 90, mais precisamente 1993 e 1994, mas o mercado se vingou ceifando rádios originais de rock dos anos 80, aproveitando que elas passavam por uma fase de deturpação (como meio de sobreviver ao mercado e se adequar ao "padrão MTV").
Com isso, não bastasse a Jovem Pan FM ter desalojado a Fluminense FM, de Niterói, sua linguagem passou a ser imitada pela 89 FM e, mais tarde, com a "mudança de orientação" da Rádio Cidade. Daí o termo "Jovem Pan com guitarras".
Se observar com muita atenção, as "rádios rock" copiavam descaradamente TUDO que era feito na Jovem Pan FM. Linguagem, vinhetas, tipo de locução, grade de programação, natureza as promoções, parecia que as FMs "roqueiras" eram siamesas da então Jovem Pan 2.
Os Sobrinhos do Ataíde, por exemplo, nada seriam se não fosse o Pânico da Pan. Como também nada seriam os atuais Esquenta! e o carioca Hora dos Perdidos. Depois seus ouvintes se ofendem quando comparamos eles a Emílio Surita e companhia.
Até mesmo Alexandre Hovoruski, braço-direito de Tutinha, produtor que lançou a série de CDs de pop dançante As Sete Melhores da Pan, foi depois trabalhar nas duas "rádios rock" para "aperfeiçoar" a linguagem das duas rádios, tornando ainda mais literal o rótulo "Jovem Pan com guitarras".
TROCANDO O PÂNICO PELO CQC - Humorístico Encrenca, feita por radialistas da 89 FM, investe no pseudo-esquerdismo dos primórdios do programa que lançou Danilo Gentili e Rafinha Bastos, através de uma "simpática" viagem a Cuba.
"RÁDIOS ROCK" COM MEDO
Quando a Jovem Pan FM passou a investir em jornalísticos, contratando figuras como Reinaldo Azevedo, Rachel Sheherazade, Marco Antônio Villa e outros, a rádio realçou a postura extremamente reacionária desta facção da mídia, conhecida através das páginas da revista Veja, o "lar" impresso e digital de Reinaldo.
Com a péssima reputação da Jovem Pan, apesar da relativa popularidade de seus retrógrados comentaristas, as "rádios rock", que tanto estavam felizes em imitar até o modo de respirar da emissora pop, agora tentam fugir da sombra da JP, com muito medo.
De repente, o locutor e ex-dublê de cantor "punk", Tatola Godas, que falava como se fosse um apresentador do programa As Sete Melhores da Pan, mudou um pouco a dicção e passou a imitar a voz e os trejeitos de outro locutor, o Rui Bala da Rede Transamérica.
Pouco depois, a Rádio Cidade "perdeu" o gerente artístico Hovoruski, depois que ele, sem ter o nome creditado, teria sido denunciado por um executivo que se queixou do boicote da emissora ao recente disco dos Titãs, Nheengatu. Hovoruski teria dado gargalhadas diante do pedido de divulgação do então novo disco na "rádio rock".
Mais recentemente, o grupo de humoristas Encrenca (equivalente televisivo do Quem Não Faz Toma da 89), que chegaram a ser comparados pela imprensa como cópia descarada do Pânico na TV (por sua vez equivalente televisivo do Pânico da Pan), atual Pânico na Band, passou a mudar sutilmente sua postura.
Na foto divulgada pelo jornalista Léo Dias, de O Dia, o Encrenca preferiu imitar os primórdios do humorístico CQC, também da TV Bandeirantes, quando seu reacionarismo era mais implícito e seus repórteres-humoristas fingiam cortejar referenciais e figuras do ideário esquerdista.
Mesmo assim, essa fase do CQC já tinha os problemáticos Rafinha Bastos e Danilo Gentili, pessoas que se revelaram depois bastante preconceituosas e reacionárias, dando comentários racistas e machistas com sarcasmo e arrogância, não medindo escrúpulos para ofender.
"ROQUEIRO" DE EXTREMA-DIREITA
Quem acompanhou a Rádio Cidade na Internet ou mesmo na FM sabe que, pelo menos entre 1998 e 2006, a emissora tornou-se reduto dos jovens de extrema-direita do Rio de Janeiro, antecipando os surtos reacionários que se nota hoje na grande mídia.
Antecipando movimentos como o Revoltados On Line, os "roqueiros" da Rádio Cidade, que, entre outras coisas, odiavam ler livros, detestavam filmes alternativos e torciam o nariz para o rock que nunca aparecia na Billboard, disparavam nos comentários digitais seu desejo de extinguir o Poder Legislativo e destruir o Congresso Nacional.
Homofóbicos, racistas e ultrarreacionários, eles chegavam a dizer que a Rádio Cidade não tinha a obrigação de agir como as rádios de rock do exterior. Explicando: lá fora, as rádios de rock verdadeiras são geralmente progressistas, vão muito além dos "sucessos das paradas" do gênero e evitam contratar locutores com voz de animadores de festinhas infantis.
Eles anteciparam todo tipo de reacionarismo. Antes do "odiojornalismo" de Veja, Estadão e Folha, os produtores da Rádio Cidade - e, em parte, os da 89 FM - anteciparam o "odioradialismo" que era mais acentuado na emissora carioca.
A Rádio Cidade já era conhecida como "Junkie Pan" por adotar o mesmo estilo de locução, mentalidade e linguagem da emissora paulista. E era curioso ver que, nos patrocínios de alguns blockbusters do cinema estrangeiro nos anos 90, a exibição paulista era patrocinada pela JP e a carioca pela Cidade. Se bem que, geralmente, acontecia o inverso, com a exibição paulista patrocinada pela Jovem Pan Rio e a paulista pela 89 FM.
Afinal, não há uma razão lógica que fez uma rádio chamada Cidade, com um respeitável histórico no pop convencional, de repente surtar e só querer estar vinculada ao rock? Imitação tosca do enredo do filme Os Cabeças de Vento (Airheads)? Decepção pelo fato da Rádio Cidade não ter alcançado o mesmo carisma da Fluminense FM?
A irritabilidade dos produtores e adeptos da Rádio Cidade antecipou o pavio-curto de nomes como Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi. É claro que o reacionarismo, naqueles tempos, não era assumido, e era moda os "coxinhas" de então adotarem postura pseudo-esquerdista para agradar a "galera da rede". Mas até Jair Bolsonaro e Marco Feliciano eram "esquerdistas", nessa época.
A fúria que fez os "roqueiros" divulgarem, em bloco, ironias, ameaças e ofensas nas mídias sociais - alguns foram identificados como membros da comunidade Eu Odeio Acordar Cedo, do Orkut - , antecipou em oito anos as barbaridades cometidas contra Maria Júlia Coutinho.
O fato de serem "roqueiros" reacionários, de extrema-direita, fez os adeptos da Rádio Cidade anteciparem também as histerias golpistas dos roqueiros Lobão e Roger Rocha Moreira (Ultraje a Rigor). E até hoje observa-se que os rapazes que dirigem carros sintonizados nos 102,9 mhz exibem um semblante bastante agressivo e mal-humorado típico dos reaças.
A própria raiva dos ouvintes da Cidade contra a Fluminense FM dá o sinal. A Fluminense FM fez história com uma linha progressista, abrangente e anticomercial. E nota-se que o idealizador da emissora niteroiense, Luiz Antônio Mello, despreza a atual linha da Rádio Cidade. LAM afirmou que, das rádios cariocas, só ouve Band News e CBN e, mesmo assim, como web radios.
Esse desprezo à Rádio Cidade, vindo de alguém que entende muito de rádio e de cultura rock como o experiente Luiz Antônio, diz muito ao fato de que a emissora dos 102,9 mhz não deve ser levada a sério como rádio de rock. Até pelo fato de deturpar a rebeldia juvenil para os níveis do mais puro reacionarismo. Não será surpresa se um Rodrigo Constantino da vida for trabalhar lá.
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