Foi divulgado no Facebook um "baile funk" de riquinhos no Rio de Janeiro, a Festa Errejota, no Pier Mauá, na Zona Portuária.
Ingressos a R$ 90 para homens e R$ 70 para mulheres.
Orgia de gente bonita e bem vestida ao som de "pancadão".
Reações negativas vieram então nas mídias sociais dizendo que o evento "glamouriza a pobreza".
Internautas reclamando que o evento transforma favela em "fantasia".
Olhem só quem fala.
O "funk carioca" tem eventos como este por uma consequência natural de suas ambições.
O próprio "funk" de dentro das favelas trabalhava uma visão glamourizada e ufanista.
Falava-se do "orgulho de ser pobre" e da "felicidade" em viver numa favela.
Quando havia protesto no "funk", eram coisas inócuas, nem de longe lembrando a contundência das verdadeiras canções de protesto.
O "funk" sempre foi uma armação publicitária criada por empresários muito, muito ricos, tipo Rômulo Costa e DJ Marlboro, e outros que devem ter até latifúndios no interior fluminense.
O "funk" é uma armação bem sucedida da Rede Globo, como Sérgio Moro hoje em dia.
O "funk" sempre glamourizou a pobreza, sempre fez apologia à ignorância e à miséria.
O "funk" promovia o machismo travestido de falso feminismo, com a misandria mal-disfarçada de suas "musas".
O "funk" sempre teve um rigor estético, proibindo seus MCs de tocarem instrumentos e compor melodias.
Além disso, o "funk" sempre teve a ambição de ampliar reservas de mercado.
Daí a choradeira do discurso "socializante", do papo de "cultura das periferias", "expressão do povo pobre" e outras desculpas que despejaram fortunas imensas nos seus "humildes" empresários.
Tudo com o apoio mais do que explícito da Rede Globo, só faltando William Bonner "descer até o chão" em pleno Jornal Nacional.
Quem reclama que a Festa Errejota glamourizou o "funk" não sabe do que escreve.
É o pessoal de classe média alta que considera o "funk" a "realidade das favelas".
Gente apenas um pouquinho menos rica que os "bacanas" da Festa Errejota.
Tão "bacanas" quanto os intelectuais que, com o dinheiro de investidores ligados à CIA, forjaram falsas etnografias para defender o "funk".
O próprio "funk" glamouriza a pobreza: o "de raiz", o do "popozão" e os "proibidões".
E o melody, agora mais destacado para conquistar os riquinhos.
O próprio DJ Marlboro já fez apresentação em São Paulo, com ingresso a R$ 90.
O "funk" sempre se empenhou em conquistar os riquinhos.
A Globo sempre empurrou o "funk" para públicos de maior poder aquisitivo.
Com o sinal verde dos próprios funqueiros, diga-se de passagem.
Portanto, as pessoas que reclamam da Festa Errejota deveriam prestar muito atenção ao que dizem.
Afinal, a Festa Errejota é um efeito natural de toda a campanha em prol do "funk".
Seja o "funk de raiz" que, sob as bênçãos de José Padilha, vindo dos cafés do Instituto Millenium, entra direto nas festinhas de aniversário das famílias burguesas.
Seja o "funk" mais "comercial" (falam como se o "funk" nunca fosse comercial, vejam só!), com popozudas e tigrões, que mediante negociações em dinheiro, corriam soltos em festas universitárias de instituições do ensino privado.
Seja o "funk ostentação", que sempre exaltou o consumismo e os artigos de luxo, em detrimento da cidadania.
Portanto, se existe a Festa Errejota, é por causa da própria natureza do "funk".
O "funk" quis isso, ao adotar seu discurso tendencioso de "cultura das periferias".
O "funk" sempre quis transformar as favelas em Disneylândias suburbanas.
Portanto, o "funk" simplesmente come o croissant que o "deus" mercado amassou.
Provando, com muito gosto, o sabor do Moet Chandon.
Se o "funk" anda fazendo sucesso entre os riquinhos, só se pode dizer uma coisa.
Faz parte do espetáculo.
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