Assim que foi anunciada a condenação feita por Sérgio Moro ao ex-presidente Lula, de nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, houve manifestações em São Paulo.
Na tarde de ontem, houve manifestações contra e a favor da condenação.
A manifestação contra foi realizada em frente ao Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista.
Era um protesto em solidariedade ao ex-presidente Lula e contra as bandeiras plutocráticas como a reforma trabalhista, aprovada anteontem pelo Congresso Nacional.
Já a manifestação a favor da condenação e em oposição a Lula, comandada pelo Movimento Brasil Livre, ocorreu em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
Em 2015 e 2016, essas manifestações do MBL chamaram a atenção por causa do gigantesco pato de borracha que depois se revelou um plágio de uma obra de um artista plástico holandês.
A condenação a Lula se deu mediante várias circunstâncias.
Ela se sucedeu à liberação de Aécio Neves a retomar os trabalhos como senador e ao arquivamento de vários processos por corrupção envolvendo o tucano mineiro.
Ocorreu, também, depois do fim dos investimentos à força-tarefa da Operação Lava Jato, praticamente encerrando suas operações.
Ocorreu também na época do lançamento do trailer do filme Polícia Federal - A Lei é para Todos, sobre a própria operação, a ser exibido nos cinemas no próximo 07 de setembro.
E ainda ocorreu depois da aprovação da reforma trabalhista do governo Temer.
A condenação a Lula certamente foi um ato político de um juiz de atuação bastante partidarizada.
É o mesmo juiz Sérgio Moro que apareceu rindo e trocando confidências com Aécio Neves, durante um evento de premiação da revista Isto É.
Quanto à reforma trabalhista, ela já era feita na surdina, se aproveitando contraditoriamente da crise do governo Temer.
Enquanto Temer era o foco pessoal, a reforma por ele defendida passava pelo Congresso Nacional com o povo distraído.
Assim, era aprovado um projeto que dá mais liberdade para os patrões e impõe restrições aos empregados.
Quanto aos protestos a favor de Lula e contra a condenação que ele recebeu, será preciso uma ação muito grande e muito enérgica, embora, evidentemente, pacífica.
Deveria haver uma pressão enorme, uma quantidade muito grande de pessoas e concentrada em um só lugar, no caso Brasília ou São Paulo.
Deveria ser uma série de protestos, seja em dias úteis ou domingos, sendo que no caso dos dias úteis, se possa realizar depois do fim do expediente do trabalho e do ensino.
Mas nada de vandalismo nem de ações tendenciosas como a parceria com funqueiros, como naquele estranho protesto de 17 de Abril, que mais serviu para abrir caminho para os plutocratas.
Essas condições equivocadas podem botar os movimentos sociais a perder.
A situação em que o Brasil vive é muitíssimo grave e a imagem do país no exterior está bastante arranhada.
A plutocracia ignora conselhos e avisos de autoridades e celebridades mais conceituadas, e luta apenas para atender convicções e interesses das elites brasileiras.
As elites arrombaram as portas e concorrem pelo protagonismo histórico pisando em cima da democracia.
As elites brasileiras estão cada vez mais estúpidas e grotescas, mas elas têm dinheiro e poder suficientes para pressionar a favor delas.
Não se pode subestimar essa capacidade.
O Ministério Público Federal já age para querer aumentar o tempo de condenação a Lula.
Há uma pressão para que, se possível, ele não possa sequer ser candidato em 2018.
As elites querem um representante seu para o Palácio do Planalto. Para governar por elas e tratar o povo como se fosse um gado bovino.
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