Uma reportagem do respeitado jornal britânico The Guardian revela um enorme escândalo para a economia brasileira.
O jornal obteve as informações colhidas pelo movimento ambientalista Greenpeace.
O governo Michel Temer negociou, junto às empresas multinacionais do petróleo - como a britânica BP e a anglo-holandesa Shell - , alterações nas regras de exploração do petróleo.
A ideia é facilitar as companhias estrangeiras a explorar nossas riquezas minerais, dando um golpe mortal à Petrobras, empresa brasileira no setor.
O ministro do Comércio do governo da primeira-ministra britânica Theresa May, Greg Hands, veio ao Rio de Janeiro para dar as mãos ao ministro das Minas e Energia do temeroso governo, Paulo Pedrosa.
Pedrosa é ligado a Jorge Paulo Lemann num lobby para a privatização de outra empresa, a Eletrobras.
Os dois firmaram um acordo zilionário para as empresas estrangeiras.
Uma das mudanças é o fim da exigência de conteúdo local da indústria nacional, o que indica trabalhar na exploração de petróleo com material fornecido por empresas brasileiras.
Ou seja, as empresas estrangeiras não precisarão depender de máquinas e equipamentos brasileiros para operar no país, e podem usar material de suas matrizes sem pagar um centavo de imposto por isso.
Outra mudança é a flexibilização das normas ambientais para perfuração de petróleo.
Se, por exemplo, ocorrer um acidente como o da Plataforma P-36, na Bacia de Campos, que matou 11 trabalhadores, as companhias estrangeiras não serão punidas.
Outra mudança, danosa para os brasileiros, é a isenção fiscal que será dada às empresas gringas.
Em um ano de concessão de operações no território brasileiro, as empresas estão dispensadas de pagar, em impostos ao Tesouro Nacional brasileiro, um valor de R$ 1 trilhão.
Esse valor é o mesmo que deixará de ser investido em Saúde e Educação públicas por causa do congelamento de verbas públicas impostas pelo medonho presidente brasileiro.
Para se ter uma ideia, o monopólio da Petrobras, se tivesse um lucro de vários trilhões de reais, poderia repassar, pelo menos, R$ 1 trilhão em investimentos públicos.
Essa é a vantagem das empresas estatais brasileiras, com o repasse social dos lucros, coisa que as empresas estrangeiras não têm, mesmo fazendo projetos "filantrópicos".
Até porque esses projetos "filantrópicos" refletem a visão dominante de "caridade", na qual se ajuda pouco ou de forma limitada, servindo mais para projetar o "filantropo" à adoração pública.
É uma suposta caridade que pode beneficiar algum fulano ou sicrano, mas de maneira morna, mediana, como se vê nas instituições religiosas.
Tanta gente adora esse tipo de "caridade", mesmo setores das esquerdas, mas elas produzem mais lágrimas nos espectadores do que trazem benefícios para as pessoas carentes.
E trazem mais a marca da instituição ou do "caridoso" de ocasião, que se torna alvo de idolatria.
As pessoas aceitam as empresas estrangeiras arrancando nossas riquezas porque, depois, elas vão fazer "projetos sociais" para ajudar crianças carentes.
Mas o investimento será menor do que o lucro que vão obter com os combustíveis fósseis.
Lágrimas cuja quantidade daria para encher a bacia hidrelétrica de Itaipu são derramadas pela chorosa comoção a um punhado de milhares de reais investido na "filantropia".
Perto de investimentos de bilhões, trilhões ou mais, é uma micharia, uma esmola empresarial.
E problemas que as mudanças nas regras de exploração de petróleo brasileiro por empresas estrangeiras trazem são de custo infinitamente maior.
Só a dispensa da obrigação de usar material de fornecedores brasileiros irá enfraquecer a indústria naval de nosso país.
É por meio dessa ameaça que Michel Temer faz ao nosso patrimônio econômico, entregando as riquezas para os estrangeiros, principalmente a reserva de pré-sal do nosso petróleo, ele ganhou uma alcunha pejorativa.
A alcunha MiSHELL Temer, em trocadilho com uma das estrangeiras gulosas em obter as riquezas petrolíferas sem muito custo.
Quem paga a conta é o povo brasileiro. E os combustíveis ficarão mais caros.
A Petrobras é sucateada e desmontada gradualmente. A pressão da Operação Lava Jato contra as empresas brasileiras fez Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Marcelo Bretas e companhia serem responsáveis pelo aumento do desemprego no país.
Boa parte dos quadros de mão-de-obra da Petrobras e outras empresas cujos diretores foram acusados de corrupção perderam emprego porque muitas obras foram canceladas.
Sob o pretexto de combater diretores corruptos, se sucateiam empresas antes de grande importância para o desenvolvimento brasileiro.
A Petrobras se enfraquece, às vésperas de seus 65 anos, se é que vai conseguir chegar viva a esse aniversário.
As empresas estrangeiras já tiveram o caminho aberto por Temer para tirar de nós as nossas riquezas.
O Brasil se empobrece terrivelmente e as pessoas indiferentes a isso, salvo exceções.
Mas depois até os alegres motoristas de automóveis que contribuem para os engarrafamentos nas cidades vão sentir no bolso a desnacionalização do petróleo.
A conta será muito cara. A festa moralista de 2016 foi boa para seus beneficiários, mas a ressaca será muito dolorosa.
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