Um episódio ocorrido há quatro dias chamou atenção.
O cartunista Gabriel Bá, responsável por quadrinhos junto ao seu irmão gêmeo Fábio Moon, era entrevistado no Conversa com Bial, o talk show apresentado por Pedro Bial, na Rede Globo de Televisão.
A entrevista ocorreu naturalmente, tudo normal. O problema estava num pequeno detalhe da imagem.
Gabriel, que usa um boné de cor ocre, com uma estrela vermelha, igual ao que Fidel Castro usou ao longo de sua vida, teve esse símbolo coberto por duas tarjas de fita isolante.
O público nas mídias sociais logo apontou a censura ao símbolo, que coincide com o símbolo do Partido dos Trabalhadores, também uma estrela vermelha.
A Globo se empenha em banir a candidatura do ex-presidente Lula em 2018, exercendo seu tráfico de influência na Operação Lava Jato e em outros mecanismos políticos, econômicos, judiciários e midiáticos.
Aparentemente, porém, a Globo apenas "cobriu" a estrela para evitar a divulgação fora de propósito de marcas comerciais.
Algo que eu já via quando algumas marcas eram embaçadas em certas esquetes de rua do Casseta & Planeta.
Gabriel Bá - que na entrevista estava acompanhado, além do irmão Fábio, dos desenhistas Ivan Reis e Bilquis Evely, da DC Comics - também tentou minimizar a polêmica.
Escreveu ele, no seu perfil no Facebook:
"Chegando no estúdio, o pessoal do figurino, respondendo à diretoria do programa, disse que a estrela não ia rolar.
Claro que não fiquei contente, mas eu fiz uma escolha antes: a de ir com o boné.
Entre entrar com a estrela coberta ou entrar sem boné, escolhi o boné.
E escolheria novamente.
Poderia ser um tucaninho azul e amarelo ou um número 45, o logo da Adidas ou o escudo do Palmeiras. Seria coberto da mesma maneira.
Prefiro ver agora esse debate todo e o povo refletindo do que simplesmente ter entrado sem boné".
De qualquer forma, a estrela vermelha incomodou a cúpula da Rede Globo.
O anti-petismo das elites é notório, e eles querem evitar qualquer apelo que favorecesse o Partido dos Trabalhadores e seu principal representante, Lula.
A plutocracia anda muito melindrosa, mesmo que não abra o jogo. Ela quer fazer tudo para que a retomada conservadora de 2016 seja pra valer, ainda que sob a desculpa de ser o "novo".
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