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MINHA DECEPÇÃO COM MORRISSEY


Que o cantor Morrissey se reduziu nos últimos anos a um sósia do apresentador baiano populista Raimundo Varela, o que dá socos na mesa, vá lá.

Assim como, por outro lado, o também baiano Mário Kertèsz, quando era barbudo, parecia um sósia cafona do poeta e ativista beat Allen Ginsberg.

Mas ver Morrissey se transformando naquelas pessoas zangadas que se tornam reacionárias, é muito, muito triste.

Ele chegou a exaltar as jornadas de junho de 2013, que se revelaram uma farsa como a Operação Lava Jato, o que dava o sinal amarelo para minha antiga admiração a ele.

Mas aí ele foi longe demais. Numa apresentação no Moda Center de Portland, em Oregon, EUA, o ex-Smiths, ao ver um protesto contra o partido britânico For Britain, de extrema-direita, na plateia, resolveu gritar, de maneira antipática, enxotando os manifestantes.

"Go! Go! We don't need you" ("Fora daqui! Fora daqui! Não precisamos de vocês"), foi o que disse Morrissey para os fãs.

O PROTESTO QUE IRRITOU MORRISSEY.

O apoio de Morrissey ao For Britain é tal que ele, num programa de TV, apareceu com um bótom do logotipo do partido fascista colocado no bolso de seu paletó.

Morrissey anda muito reacionário, como, repetindo, aquelas pessoas zangadas que se tornam reacionárias. Algo como a Luana Piovani, hoje em dia.

Luana, aliás, causou polêmica ao dizer que "dá trabalho ser cidadã no Brasil".

A atriz disse que "não tem tempo para usar um biquíni bonito" porque tinha que fazer ativismo. Nas palavras dela, que no vídeo virava a cabeça de um lado a outro e gesticulava como uma pessoa claramente nervosa, eis a declaração:

"Cara, me dava um trabalho ser cidadã no Brasil. Eu queria postar foto dos meus filhos e tinha que postar a situação da Amazônia, daí eu tinha que postar os golfinhos, era o tubarão, era o 342, era a Paula Lavigne dentro do nosso grupo falando não sei o que, tem que ir pra Brasília, daí não sei o que mais, daí vamos não sei o que do gay, vamos na manifestação a favor do GLSTUVXZ. Meu Deus, dá um trabalho".

Eu curtia Morrissey durante minha adolescência. Adorava ouvir os Smiths na Fluminense FM, com um lançamento atrás do outro, era meu consolo das desilusões da época.

Eu acompanhei a trajetória dos Smiths de 1984 a 1987, quando o grupo declarou-se extinto.

Em 1988 ainda acompanhei o "pós-fim", apreciando o primeiro disco solo do Morrissey e o lançamento do disco ao vivo Rank.

Com o tempo, fui ouvindo outras coisas e não acompanhei as carreiras dos ex-membros como antes.

Mas me lembrava de que, quando a garota atraente da adolescência estava comprometida e inacessível a mim, eu ia imediatamente na vitrola do meu equipamento de som me consolar com canções como "Adorable", "Half a Person", "That Joke Isn't Funny Anymore", "Hand In Glove".

Me identifiquei com as letras de Morrissey, que pareciam falar sobre minha vida.

Me lembro de "How Soon Is Now?" e a desilusão com a fantasia das noitadas, que no Brasil são ainda uma doce fantasia em que uma sessão de álcool é capaz de unir casais pelas conveniências do momento, que ficarão casados até que o feminicídio os separe. Diz o trecho:

"Há uma casa noturna / Se você quiser ir / Você poderia encontrar alguém / Que realmente lhe ama / Então você vai / E fica sozinho / E vai embora sozinho / E vai para casa / E chora / E deseja morrer".

Fico pensando o quanto as noitadas não são para nerds (digo no sentido antigo, fora da atual tendência "cervejão-ão-ão", Campus Party, Mundo Geek ou dos sítios digitais Ei Nerd e Jovem Nerd, mais próximos da estética "Se Beber Não Case).

Fico entre o mundo da fantasia e o mau humor dos zangados que viram reacionários.

Estou num "fogo cruzado" entre a "fraternidade" masoquista de setores das esquerdas deslumbradas, ironicamente fascinadas por "médiuns espíritas" reacionários, que, todavia, sabem manipular seu discurso.

Afinal, se a ditadura militar tivesse contratado esses "médiuns" para a Assessoria de Comunicação ou algum cargo similar, talvez as esquerdas de hoje tivessem apoiado o regime dos generais.

Da forma com que os "médiuns" - teve um de peruca e ainda tem outro com goma no cabelo - falam de aumento da jornada de trabalho, redução salarial, fim das leis trabalhistas, "cura gay" e Escola Sem Partido, com aquelas palavras melífluas, as "esquerdas médias" caem como patinhos.

Eu fico abismado com essa complacência das esquerdas com esses "médiuns", iludidas com o mito de uma caridade que nunca se viu, nunca teve provas, apenas teve propaganda enganosa, com "médium" passando a mão na cabeça de pobre e fazendo falsa consolação com "cartas psicográficas".

Mas não vou me tornar direitista com isso. E meu trabalho cidadão é bem mais complicado que o de Luana Piovani.

Eu poderia estar na boa vida, ou publicando textos inofensivos na Internet. Mas prefiro fazer meu ativismo de ideias.

Não vou a reuniões, passeatas etc. Até tentei. Mas isso toma muito tempo.

Mas meu ativismo textual é mais complicado, porque navego contra a maré. Sou um patinho feio do ativismo, porque não quero compartilhar da complacência emotiva das esquerdas frágeis, mas também não quero fazer parte da revolta cega dos reacionários.

O Mingau de Aço, única página de esquerda que navegava contra a maré da bregalização, só passou a ser mais visto depois que foi extinto. No seu tempo a página era vista com estranheza pelos meios esquerdistas.

Acabava desagradando a dois lados, esquerda e direita. Eu falava mal do brega-popularesco, a direita aplaudia. Mas aí eu apontava virtudes nos governos Lula e Dilma Rousseff, e a direita hostilizava.

Durante um tempo as esquerdas queriam que um blogue como o Mingau de Aço só tivesse visibilidade se elogiasse o "funk" e creditasse a objetificação do corpo feminino como um "feminismo popular".

Tive que lutar para romper com isso. Hoje as esquerdas, creio, estão envergonhadas com muitas pautas culturais que defenderam , até porque pagaram o apoio à bregalização com o fim da revista Caros Amigos, da Lei Rouanet e do Ministério da Cultura.

Eram aqueles tempos em que éramos convidados a "combater o preconceito" aceitando formas culturais que tratavam o povo pobre de maneira bastante preconceituosa. Era a positivação da depreciação do povo pobre, como se sua caricatura fosse sua face real.

Isso em parte diminuiu um bocado. Mas às vezes ocorrem deslizes como uma página de mídia alternativa dar o mesmo valor ao vanguardista Belchior e aos canastrões breguíssimos (e tucanos da gema) Chitãozinho & Xororó.

Eu tenho mais trabalho que Luana Piovani, porque é difícil remar contra a corrente num país imbecilizado ou complacente como o Brasil.

É difícil ter senso crítico num país em que contestar as coisas é confundido com antipatia, num meio em que ignorância, mediocridade e canastrice viraram "virtudes".

Eu fiquei revoltado, de verdade, quando a voz de Morrissey em "This Charming Man" foi mesclada com um fundo musical do É O Tchan, grupo que considero um dos piores da música brasileira.

Mas a atitude fascista de Morrissey me deixou muito triste, apesar de manter, com carinho, as lembranças consoladoras das canções dos Smiths.

Estou ouvindo outras músicas, atualmente ouço bandas de garagem dos anos 1960, além de canções do XTC, Housemartins, Teardrop Explodes e outros. E ouvindo Buzzcocks e Cars com um espírito de gratidão a Pete Shelley, Ric Ocasek e Benjamin Orr, que deixaram esse complicado planeta.

A vida se segue, no entanto, e veremos as esquerdas brasileiras rezarem aos "médiuns espíritas" para Lula ser presidente e, em seguida, encontrarem Luciano Huck ou um protegido dele assumindo o comando de nossa República.

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