Um gigantesco protesto popular tomou conta, ontem, das ruas de Santiago, Chile, e que aumenta ainda mais o desgaste do presidente Sebastian Piñera.
Irmão de José Piñera, colega de Paulo Guedes, ministro de Jair Bolsonaro, nas aventuras financistas que prejudicaram covardemente os chilenos, Sebastian sofre há uma semana uma grave crise de seu governo.
Tudo começou quando ele aumentou a tarifa das passagens do metrô, causando uma série de protestos, violentamente reprimidos pela polícia, mas enfrentados corajosamente pelo povo.
Depois, Sebastian recuou do aumento, mas isso não foi suficiente.
Afinal, ele é um dos símbolos da retomada conservadora na América do Sul, e ícone dos ventos golpistas que se consagraram em 2016.
Seu projeto ultraliberal nunca beneficiou os chilenos e não provocou um crescimento econômico estável.
E aqui comparamos com a festiva aprovação da Reforma da Previdência, o que vai fazer o Brasil sentir as dores que os chilenos já sentiram sob o governo férreo de Pinochet.
Idosos sem dinheiro para comprar remédios, sustentados por filhos, parentes ou vizinhos, ou pedindo esmola nas ruas. Ou, então, morrendo sem poder ter recursos para manter a saúde.
As manifestações no Centro de Santiago reuniram cerca de um milhão de pessoas. Manifestações pacíficas, apesar dos arruaceiros de última hora querendo bagunçar o ambiente.
Devemos nos lembrar que as manifestações ocorreram poucos dias após Sebastian Piñera declarar estado de emergência no Chile e determinar toque de recolher à noite.
Mas a pressão popular é tal que o Congresso Nacional chileno avança com as discussões da proposta de redução de jornada do trabalho.
Enquanto isso, o Brasil deixou o golpe político acontecer, porque a "campanha contra o preconceito" de uma intelectualidade "bacana", festiva e descolada que queria bregalizar o país desejou que o povo pobre só fizesse "ativismo" nos limites do entretenimento popularesco.
O povo pobre não teve conscientização política nem cultural, os debates esquerdistas foram esvaziados e o reacionarismo cresceu fácil no Brasil.
Há meses Jair Bolsonaro está estragando o Brasil e ninguém pressiona para ele renunciar. Já no vizinho indireto nosso, os chilenos estão gritando pedindo a renúncia do presidente Piñera.
Precisamos aprender com os dois vizinhos indiretos que estão dando exemplo de cidadania, a Equador dos protestos contra o traíra Lenin Moreno e Chile dos protestos do "Fora Piñera".
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