Muitos analistas denunciam que o golpe político de 2016 para cá tem como objetivo reduzir a população brasileira de 208 milhões de habitantes para algo em torno de 30 milhões.
A ideia é reduzir os beneficiários do "bolo econômico", além de promover a "higienização" social e a "eugenia", que é uma forma de fazer com que uma etnia considerada privilegiada prevaleça e até sobreviva em detrimento de outras.
Isso é muito perverso, mas é o que as elites dominantes mais sádicas querem, ao impor o golpe político de 2016, exercido em dimensões dignas da tragédia literária de Franz Kafka.
Temos desde a necropolítica, espécie de holocausto "normalizado", um genocídio considerado abominável mas socialmente tolerado.
Nessa necropolítica, feminicídios, extermínio de camponeses, de negros nos subúrbios, de moradores de ruas e pessoas pobres LGBTQ, são praticadas por criminosos que só agora, tardiamente, começam a sofrer punições legais um pouco mais severas.
Essa necropolítica ocorria, pelo menos, desde a ditadura militar, mas agora temos uma "engenharia" bastante suave, aparentemente simpática e supostamente livre.
É a imposição de uma solteirice compulsória e pretensamente hedonista entre setores menos abastados da sociedade brasileira.
A idiotização da mulher solteira é algo que recebe vista grossa da sociedade, mesmo das esquerdas, porque ela não mexe na realidade de analistas masculinos e femininos mais influentes, que são pessoas geralmente casadas.
A idiotização da mulher solteira joga esta condição a três estereótipos supostamente livres: a obsessão pelo sexo, por noitadas e os gostos culturais abaixo dos medíocres.
A atuação de Geisy Arruda, Valesca Popozuda, Mulher Melão, Solange Gomes e derivadas é estratégica para distrair os machões afoitos e mantê-los no hedonismo punheteiro digital.
É o chamado sexo virtual, através de uma simbologia erótica, ainda que aparentemente moderada - distante do chamado porno hardcore - , mas que permite aos homens permanecerem na sua função de solitários voyeuristas.
A idiotização da mulher solteira serve, também, para que moças pobres sejam desestimuladas a terem algum homem, porque as musas "liberadas" se vendem como sinônimo de sucesso e suposto empoderamento feminino.
Assim, a moça pobre que se espelha em Valesca Popozuda não vai se casar, e, em que pese a funqueira ter filho crescido, essa experiência dificilmente será repetida pela moça pobre.
É um gancho para a redução da população, da mesma forma que a solteirice compulsória faz com que, no caso de mulheres pobres já serem mães, elas, na medida em que são descasadas, fazem seus filhos se tornarem órfãos de pai vivo.
E aí não há a referência masculina, em parte necessária para a formação do indivíduo, assim como também não há a construção da solidariedade a partir da relação conjugal.
Falo em relações heterossexuais, porque a causa LGBTQ ainda é uma novidade muito complexa para as comunidades pobres, ainda mais que elas também são bombardeadas pela pregação de seitas neopentecostais que adotam posturas homofóbicas.
Mesmo a causa LGBTQ é deturpada e promovida pelo establishment como um meio de evitar que nasçam novos filhos.
E isso quando sabemos que não há garantias para gays pobres, porque eles vivem em condições precárias, sem segurança, e estão entre os primeiros a serem mortos nas ruas por policiais corruptos, milicianos ou demais grupos de extermínio.
Essa "engenharia" social é complexa, a "solteirice" e o "hedonismo" usados para evitar o crescimento da população negra, índia e mestiça, através dos exemplos "empoderados e livres" dos ídolos popularescos.
A idiotização da mulher solteira e a ênfase do hedonismo no lazer de classes menos abastadas - o que inclui a gíria "balada", jargão do "consórcio" Rede Globo-Jovem Pan - são meios de fazer reduzir a população brasileira, de uma maneira menos dolorosa.
Trata-se de um soft power lúdico, que complementa, de maneira suave, o hard power da necropolítica que extermina, anualmente, milhares de mulheres, negros e índios, assim como camponeses, homossexuais, moradores de rua, operários e estudantes pobres.
São dois meios, um duro e sanguinário, outro suave e indolor, de reduzir a população.
No caso da idiotização da mulher solteira e da supervalorização do hedonismo lúdico nas classes menos abastadas, a ideia é evitar novos nascimentos dentro da população negra, índia e mestiça, evitando a renovação populacional.
Desse modo, há uma estagnação populacional que representa uma diminuição, na medida em que indivíduos mais velhos morrem, mas novos indivíduos simplesmente não nascem.
A plutocracia é tão cruel, tanto neste lado quanto na necrofilia, que estabelece coisas absurdas.
Um exemplo que começa a ser discutido na Internet é por que ninguém noticia falecimentos de antigos feminicidas.
Já temos, pelo menos, três feminicidas famosos com idade de óbito e não há um indício aparente de que eles irão morrer.
Segundo tais abordagens, um jornal de grande circulação teria mentido dizendo que um desses feminicidas, mesmo sendo tabagista e, outrora, cocainômano, virou "influenciador digital" aos 80 anos. Ele não teria forças físicas nem psicológicas para enfrentar haters nas redes sociais.
Essas abordagens, aliás, nos lembram que, se nem Whindersson Nunes consegue conter a depressão e a doença diante do que vê nas redes sociais, quanto mais um machista velho e das antigas!
Essa omissão na imprensa venal seria feita para não assustar os "aspirantes" a novos feminicidas? Eu particularmente não sei, mas essa suspeita já circula nas redes.
Seria uma forma de fazer continuar o extermínio de mulheres, evitando assim que novas mães se formassem.
Mas a idiotização da mulher solteira também tem outra perversidade: o show business do "pagodão" e do "funk" mostra um aspecto muito pior do que o já desumano mercado do pop sul-coreano (K-Pop).
No caso do K-Pop, os empresários proíbem os cantores e cantoras de terem uma vida amorosa. Fala-se em direito de namorar, que não é permitido pelos patrões dos ídolos sul-coreanos.
O "pagodão" e "funk" são cruéis. Há denúncias de compra de divórcios, havendo o caso de uma dançarina que, pouco após renovar os votos nupciais com seu marido, acabou se separando dele.
A dançarina, que sempre foi namoradeira e nunca foi de ficar sozinha, tem agora que fazer o papel de "solteira", e a imprensa popularesca tem que fazer cobertura disso, sobretudo incluindo a moça na lista de "famosos solteiros".
E essa armação é tanta que nem Léo Dias, Fabíola Reipert e Fábia Oliveira podem dar um pio sobre essa farsa da "solteirice de fachada".
Tudo isso é feito para influenciar as moças pobres a nunca se casarem, a permanecerem brincando de serem mães com afilhados, uma extensão mais adulta da brincadeira com bonecas da infância. E para machos afoitos disfarçarem sua solidão com o hedonismo da erotização digital de suas "musas".
Por outro lado, a idiotização da mulher solteira acaba causando asco nas mulheres verdadeiramente emancipadas, que correm atrás do primeiro empresário e profissional liberal de plantão para se casarem, ainda que a relação se limite a ser uma "solidão a dois".
Esses tristes espetáculos são o mote das elites para reduzir a população brasileira, promovendo "higienização" social e eugenia, colocando o maior peso das reduções populacionais para o lado das pessoas de poder aquisitivo mediano ou inferior e para negros, índios e mestiços.
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