O sistema de ônibus do Rio de Janeiro segue um modelo antipopular com ônibus com pintura padronizada, dupla função motorista-cobrador e linhas esquartejadas para "alimentar" o sistema BRT. Apesar do aparente silêncio da mídia, protestos acontecem até mesmo na forma do humorismo.
É o que se viu no programa Zorra, de ontem, na Rede Globo. Uma esquete rápida sobre ônibus mostra o quanto o modelo implantado em 2010 é impopular e fracassado, e isso numa época em que as autoridades já pensam em cassar a Transportes Padre Miguel, única empresa carioca que não adotou o "fardão da Prefeitura".
Um ônibus chega ao ponto de embarque. Foi usado um veículo piso-baixo da Transportes São Silvestre, que usa o fardão do consórcio Intersul, exatamente o carro A37505. Na janela junto à porta dianteira, foram coladas letras em fonte Impact indicando a palavra "Bangu". E é aí que conta o tom da piada.
Sabe-se que o consórcio Intersul envolve o Centro, a Tijuca e a Zona Sul, e Bangu corresponde à Zona Oeste extrema, cortada pela Av. Brasil, e portanto fazendo parte do consórcio Santa Cruz, com "máscara" vermelha. Mas na esquete é o ônibus Intersul que se destina, em tese, ao bairro, parodiando a confusão de colocar ônibus de um consórcio em outro.
O passageiro embarca no ônibus perguntando se ele vai para Bangu. Os passageiros e o cobrador respondem que não sabem, até que o motorista responde que esse ônibus NÃO vai para Bangu. O passageiro que perguntou fica satisfeito e decide embarcar no ônibus.
A esquete parodia tanto a confusão dos ônibus de pintura padronizada, as trocas de consórcios e a desinformação generalizada existente nesse confuso sistema de ônibus que desde 2010 atormenta os cariocas e requentou como "novidade" o projeto de transporte coletivo do "filhote da ditadura" Jaime Lerner.
Resta saber se o roteirista do humorístico, Marcius Melhem, também será xingado pelos busólogos mais reacionários de "viúvo de lata de tinta".
Comentários
Postar um comentário