É sempre assim. Quando um intérprete da música comercial brasileira aparece no exterior, de alguma forma, a mídia brasileira, aquela tida como "popular", faz a maior festa e exagera na cobertura do sucesso estrangeiro, muito menos do que o real.
Ainda refeita da farsa do "sucesso mundial" de Michel Teló, a mídia não desiste e exagera ao falar da "cobertura estrangeira" da presença de Ivete Sangalo no Rock In Rio Las Vegas 2015, Não é a primeira vez que a mídia brasileira faz uma grande micareta com pouca coisa, em relação à cantora baiana de axé-music.
Antes de mais nada, é curioso saber que Ivete Sangalo é sempre atração de toda edição do Rock In Rio nos últimos anos. Não seria um detalhe a observar para as "rádios rock" 89 FM (SP) e Rádio Cidade (RJ), que no fundo não passam de "rádios Rock In Rio", porque a única coisa que as duas rádios fazem é ser meras alimentadoras de eventos musicais de ponta, realizados no Brasil ou envolvendo algum brasileiro?
As coberturas no Los Angeles Times e na Billboard foram festejadas pela mídia brasileira, como a de outros dois órgãos de imprensa quando ela realizou a gravação de um DVD no Madison Square Garden, às custas de um público predominante de turistas ou imigrantes brasileiros.
A Billboard, que todos esquecem que se trata da equivalente musical da revista Forbes, chegou a comparar Ivete Sangalo a Jennifer Lopez, o que é uma grande incoerência. Não sou fã da música de JLo, que faz pop dançante convencional, mas admito que ela, sim, é bem sucedida no que faz e, confesso, tive uma quedinha por ela antes da cantora e atriz reassumir o namoro com Casper Smart.
Parece estranho, mas por trás daquele papel escancaradamente erótico que JLo faz no palco, ela é uma mulher refinada e talvez até autocrítica no seu papel na música pop, reconhecendo que não faz aquilo pensando em salvar o planeta ou causar uma revolução mundial. Eu preferiria namorar uma mulher dessas do que uma "vanguardista" brasileira que depois se revela fã de "funk".
Quanto à Ivete, ela nunca lançou um grande sucesso depois de "Sorte Grande", que já têm quase 15 anos de gravada. Ela lançou sucessos pontuais, mas que soam muito mais do que músicas feitas para alimentar os cardápios das FMs "populares" do que de lançar algo novo e marcante.
A mídia brasileira exagerou ao citar a cobertura da imprensa estrangeira, porque essa cobertura é bem menos entusiasmada do que parece e são uns poucos jornalistas que elogiam - e os elogios nem são tão eufóricos assim - os fenômenos popularescos vindos do Brasil.
A mídia brasileira deveria aprender com o caso Michel Teló, que, depois de uma exagerada e mentirosa cobertura da imprensa brasileira sobre o suposto sucesso mundial do rapaz, chegou a ter apresentações canceladas por falta de público.
Como o Brasil ainda é provinciano, até quando tenta dizer que conquistou o planeta...
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