Pular para o conteúdo principal

SÓ LUÍS BUÑUEL EXPLICARIA O CASO RÁDIO CIDADE

QUATRO LOGOTIPOS E UMA OBSESSÃO PSEUDO-ROQUEIRA.

Parece filme de Luís Buñuel. Uma emissora de rádio que deixou sua marca e história com um segmento e uma experiência hoje tenta se marcar com um perfil totalmente diferente. Com o mesmo nome e sem tirar qualquer satisfação. Tudo muito surreal, absurdo mesmo.

Mas o comportamento bovino das pessoas é assim. Aceita qualquer surrealismo sem reclamar e ainda reage com indignação a qualquer questionamento. Fazer o quê? É o mesmo pessoal que, só por causa da crise do Partido dos Trabalhadores, é capaz de pedir até um golpe militar.

Não sou contra haver rádio de rock nos 102,9 mhz. Mas com o nome Rádio Cidade? E com essa equipe de locutores mauriçolas e programetes emo tipo "Hora dos Perdidos" ou um programa que mistura Pânico da Pan com Galvão Bueno chamado "Rock Bola" (que aposta na risível tese de que futebol é "esporte rock'n'roll", isso com os jogadores preferindo "funk" e "sertanejo")?

Oficialmente, a Rádio Cidade está com um "bom desempenho" de audiência. Quer dizer, "comendo" audiência da Mix FM, Transamérica, FM O Dia, Nativa e sugando a audiência da Beat 98 até tirá-la do ar, e depois o pessoal vai para o Facebook dizendo que "só curtia rock na vida". Só falta dizer que eram filhos de motoqueiros e as mães usavam "Born to Be Wild" como canção de ninar.

Só que a memória curta se torna regra para os seguidores da Rádio Cidade. Durante muitos anos a história original da Cidade inexistiu na Internet. Os "roqueirões" ligados nos 102,9 mhz mais velhos, crianças nos anos 1980. só ouviam rádios como 98 FM (a mesma Beat 98), e os mais novos ouviam a Jovem Pan Rio da fase em que era transmitida nos 94,9 mhz.

E quais os locais que mais tocam Rádio Cidade? Centros de ginástica e restaurantes. Os primeiros eram os redutos da Jovem Pan Rio de 20 anos atrás, quando Tutinha chamava os ouvintes da Maldita de "tribos pequenas". Os segundos se sintonizavam em qualquer rádio que estreava no ar, seja ela Nativa FM, seja a Rádio Globo.

A própria memória curta omite que esses "roqueirões" que se comportam como rebeldes de novela da TV, há uns cinco anos atrás, defendiam o "sertanejo" e ficavam irritados quando alguém dizia que o nome da dupla breganeja João Bosco e Vinícius parodiava artistas de MPB, E gastavam neurônios esculhambando quem desse um pio contra Zezé di Camargo & Luciano.

E isso vindo da rapaziada praiana que vive nos caríssimos prédios no Leblon e nos mais luxuosos condomínios da Barra da Tijuca mas que, nas mídias sociais, posa de "suburbano" e se autoproclama morador da Pavuna e da Baixada Fluminense só para impressionar os amigos.

ESQUEMA MILIONÁRIO

Com toda a sinceridade, considero que a Rádio Cidade está forçando a barra demais em querer ser "rádio rock" a qualquer preço. É uma atitude forçada, canastrona e completamente contraditória, mas como o roqueiro brasileiro, nos últimos anos, virou carneirinho, todo mundo passa a aceitar.

São os interesses empresariais em jogo. Até entendo por que jornalistas musicais conceituados estão elogiando a Rádio Cidade porque "a cultura rock renasceu" e blablabá. Até eles sabem que isso é conversa para boi dormir, o que eles fazem é elogiar um esquemão na qual eles estão inseridos em troca de algumas vantagens.

Elogiando a Rádio Cidade, o jornalista cultural na verdade está agradando um lobby de promotores de eventos, empresários do entretenimento, executivos de gravadoras, assessores de imprensa influentes, colunistas sociais, gerentes de emissoras de televisão, publicitários e tudo o mais de gente graúda que movimenta um mercado milionário de shows internacionais.

Pouco importa se a cultura rock "fortalece" através de Pearl Jam ou Smash Mouth, ou se o foco de saudosismo envolve Legião Urbana ou Mamonas Assassinas. É a alma do negócio, e compreendemos que mesmo jornalistas admiráveis e de alto conceito, como Ricardo Alexandre e Lúcio Ribeiro, temem perder o direito de ganhar ingresso de graça para fazer cobertura de eventos de rock.

SENTIDO DA PALAVRA "CIDADE" SUGERE ECLETISMO

O que faz coçar a cabeça é por que o nome Rádio Cidade? Que sentido tem uma "rádio rock" chamada Rádio Cidade? Por que o pessoal quer que a Rádio Cidade seja "rádio rock", sobretudo com um desempenho desastroso que é rigorosamente o mesmo de 2006, com todos os defeitos que "queimaram" a rádio e abriram espaço para a OI FM, uma rádio boa de uma marca ruim.

Poderia haver um outro nome para a rádio dos 102,9 mhz. Uma trajetória vinda do zero, nova, diferente. Por que usar o nome de uma rádio que se consagrou com o pop dançante, deixou sua marca num estilo de linguagem pop eclético, e de repente ficou escrava de uma meia-dúzia de executivos, radialistas e ouvintes que querem a rádio agora vinculada "definitivamente" ao rock?

Será uma sacanagem com a rádio que transformou o rádio FM nos anos 1970? Niilismo radiofônico? Pura vontade de zoar com as instituições? Ou então a Rádio Cidade surgiu através de uma reconstituição caipira e brega do filme Airheads - Os Cabeças de Vento?

Sim, porque se for por esse raciocínio, o que vimos na "ocupação de roqueiros" na Rádio Cidade é um cruzamento de Airheads com Os Dois Filhos de Francisco, com mauricinhos que mais parecem terem vindo de alguma micareta ou vaquejada se achando os "donos" da cultura rock no Grande Rio.

Pelo que eu saiba, o nome "Cidade" sugere ecletismo, variedade, acolhimento a vários tipos de mentes e pessoas. O sentido de uma cidade é ter vários tipos de pessoas. Uma cidade não foi feita para tribos roqueiras, no Rio de Janeiro moram de filantropos a traficantes de drogas, moram funqueiros, sambistas, bossanovistas, mendigos, antropólogos, fãs do Lula, fãs do Bolsonaro etc.

Daí ser uma grande bobagem a Rádio Cidade querer ser "rádio rock" assim na marra. Deveria mudar seu nome para Aldeia FM. Se for para manter o nome Rádio Cidade, que, queiram ou não queiram, corresponde àquela "ultrapassada rádio pop" surgida em 1977, insistir numa atitude roqueira forçada (embora respaldada pelo mercado) é, no mínimo, um contrassenso.

A Rádio Cidade poderia até tocar Pearl Jam e Foo Fighters, mas moderar um pouco nas músicas de rock e intercalar com um pop dançante aqui e ali, uma MPB ou mesmo um popularesco mais dançante. Uma programação eclética, sem sucumbir a um pretenso radicalismo roqueiro. Até agora, a Rádio Cidade fica indecisa entre sua linguagem alegre e animada e o mau-humor "roqueiro".

Não seria ofensivo sugerir que a Cidade, entre um Pearl Jam aqui e um Foo Fighters ali, toque uma Taylor Swift, um Ed Sheeran, um Maroon 5, Adele ou DJ Avicii. Ou mesmo uma Anitta de vez em quando. Devemos parar de ignorar que a Rádio Cidade compete no mesmo mercado da Mix FM, negar ou desprezar isso é o cúmulo da tolice.

Para ser sincero, a Rádio Cidade até agora nunca investiu em divulgar uma nova cena roqueira de verdade e o espaço para o rock alternativo quase sempre foi nulo (quando muito só houve a transmissão do Novas Tendências, mas esta é uma produção independente sem vínculo ideológico com a Cidade). Até a OI FM respeitava melhor o talento dos músicos alternativos.

A Rádio Cidade apenas faz de conta que não compete com as rádios pop, mas é só ver a grade de programação que é tudo chupado da Jovem Pan FM. O que a JP faz, a Cidade (e a 89 lá de Sampa) copiam e só botam um vitrolão "roqueiro" ou quase isso em cima.

Mas é difícil não ver a influência do Pânico da Pan em programas como Hora dos Perdidos e Rock Bola. Tudo, tudo igual. E os locutores da Rádio Cidade agora tentam falar mais pausado, mas lembram mais o Emílio Surita lendo notas fúnebres. A linguagem putz-putz ou poperó continua.

Enquanto isso, os funqueiros caem na maior risada ao ver os roqueiros brasileiros tão carneirinhos. O "funk" é um lixo total, mas seu simulacro de rebeldia, pelo menos, é bem mais verossímil do que a subserviência midiática e mercadológica que se vê nos ouvintes médios de rock no Brasil.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

A PRISÃO DE MC POZE E O VELHO VITIMISMO DO “FUNK”

A prisão do funqueiro e um dos precursores do trap brasileiro, o carioca MC Poze do Rodo, na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, reativou mais uma vez o discurso vitimista que o “funk” utiliza para se promover. O funqueiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, e que já deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes para ir a um presídio no bairro carioca de Benfica, tem entre o público da Geração Z e das esquerdas identitárias a reputação que Renato Russo teve entre o público de rock dos anos 1980, embora o MC não tenha 0,000001% do talento, pois se envolve em um ritmo marcado pela mais profunda precarização artístico-cultural. No entanto, MC Poze do Rodo foi detido por acusações de apologia ao crime organizado, ao porte ilegal de armas e à violência. Em várias vezes, Poze aparecia com armas nas fotos das redes sociais, o que poderia sugerir um funqueiro bolsonarista em potencial. A polícia do Rio de Janeiro enviou o seguinte comunicado:: “De acordo com as inves...

O ATRASO CULTURAL OCULTO DA GERAÇÃO Z

Fico pasmo quando leio pessoas passando pano no culturalismo pós-1989, em maioria confuso e extremamente pragmático, como se alguém pudesse ver uma espessa cabeleira em uma casca de um ovo. Não me considero careta e, apesar dos meus 54 anos de idade, prefiro ir a um Lollapalooza do que a um baile de gala. Tenho uma bagagem cultural maior do que mimha idade sugere, pelas visões de mundo que tenho, até parece que sou um cidadão mediano de 66 anos. Mas minha jovialidade, por incrível que pareça, está mais para um rapazinho de 26 anos. Dito isso, me preocupa a existência de ídolos musicais confusos, que atiram para todos os lados, entre um roquinho mais pop e um som dançante mais eroticamente provocativo, e no meio do caminho entre guitarras elétricas e sintetizadores, há momentos pretensamente acústicos. Nem preciso dizer nomes, mas a atual cena pop é confusa, pois é feita por uma geração que ouviu ao mesmo tempo Madonna e AC/DC, Britney Spears e Nirvana, Backstreet Boys e Soundgarden. Da...

LÉO LINS E A DECADÊNCIA DE HUMORISTAS E INFLUENCIADORES

LÉO LINS, CONDENADO A OITO ANOS DE PRISÃO E MULTA DE MAIS DE R$ 300 MIL POR CONTA DE PIADAS OFENSIVAS. Na semana passada, a Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, condenou o humorista Léo Lins a oito anos de prisão, três deles em regime inicialmente fechado, e multa no valor de R$ 306 mil por fazer piadas ofensivas contra grupos minoritários.  Só para sentir a gravidade do caso, uma das piadas sugere uma sutil apologia ao feminicídio: "Feminista boa é feminista calada. Ou morta". Em outra piada machista, Léo disse: "Às vezes, a mulher só entende no tapa. E se não entender, é porque apanhou pouco". Léo também fez piadas agredindo negros, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com HIV, indígenas, evangélicos, pessoas com deficiência, obesos e nordestinos, entre outros. O vídeo que inspirou a elaboração da sentença foi o espetáculo Perturbador, um vídeo gravado em 2022 no qual Léo faz uma série de comentários ofensivos. Os defensores de Léo dizem qu...

ELITE DO BOM ATRASO PIROU NAS REDES SOCIAIS

A BURGUESIA DE CHINELOS NÃO QUER OUTRO CANDIDATO EM 2026. SÓ QUER LULA. A elite do bom atraso, a “frente ampla” social que vai do “pobre de novela” - tipo que explicaremos em outra postagem - ao famoso muito rico, mas que inclui também a pequena burguesia e a parcela “legal” da alta burguesia, enlouqueceu nas redes sociais, exaltando o medíocre governo Lula e somente desejando ele para a Presidência da República na próxima eleição. Preso a estereótipos que deixaram de fazer sentido na realidade, como governar para os pobres e deixar a classe média abastada em segundo plano, Lula na prática expressa um peleguismo que é facilmente reconhecido por proletários, camponeses, sem-teto e servidores públicos, que veem o quanto o presidente “quer, mas não quer muito” trabalhar para o bem-estar dos brasileiros. Lula tem como o maior de seus inúmeros erros o de tratar a reconstrução do Brasil como se fosse uma festa. Esse problema, é claro, não é percebido pela delirante elite do bom atraso que, h...

GOVERNO LULA AGRAVA SUA CRISE

INDICADO POR LULA PARA O BANCO CENTRAL, GABRIEL GALÍPOLO PREFERIU MANTER OS JUROS ALTOS "POR MUITO TEMPO". Enquanto o governo Lula limita gastos mensais com universidades federais, a farra das ONGs nas ditas “emendas parlamentares” é de R$ 274 milhões. Na viagem para a China, Lula é acusado de gastar café com valor equivalente a R$ 56 e de conprar um terno no valor equivalente a R$ 850. Quanto às universidades públicas, a renomada Academia Brasileira de Ciências acusa o governo Lula de desmontar as instituições de ensino superior público através desses cortes financeiros. Lulistas blindam Janja quando ela quebrou o protocolo da conversa entre o marido e o presidente chinês Xi Jinping, para falar de sua preocupação com o Tik Tok. Em compensação, Lula não cumpriu a promessa de implantar o Plano Nacional de Transição Energética, que iria tirar o Brasil da dependência de combustível fóssil. Mas o presidente ainda quer devastar a Amazônia Equatorial para extrair mais petróleo. Lul...

QUANDO A CAPRICHO QUER PARECER A ROCK BRIGADE

Até se admite que o departamento de Jornalismo das rádios comerciais ditas “de rock” é esforçado e tenta mostrar serviço. Mas nem de longe isso pode representar um diferencial para as tais “rádios rock”, por mais que haja alguma competência no trabalho de seus repórteres. A gente vê o contraste que existe nessas rádios. Na programação diária, que ocupa a manhã, a tarde e o começo da noite, elas operam como rádios pop convencionais, por mais que a vinheta estilo “voz de sapo” tente coaxar a palavra “rock”. O repertório é hit-parade, com medalhões ou nomes comerciais, e nem de longe oferecem o básico para o público iniciante de rock. Para piorar, tem aquele papo furado de que as “rádios rock” não tocam só os “clássicos”, mas também as “novidades”. Papo puramente imbecil. É aquela coisa da padaria dizer que não vende somente salgados, mas também os doces. Que diferença isso faz? O endeusamento, ou mesmo as passagens de pano, da imprensa especializada às rádios comerciais “de rock” se deve...

A ILUSÃO DE QUERER PARECER O “MAIS LEGAL DO PLANETA”

Um dos legados do Brasil de Lula 3.0 está na felicidade tóxica de uma parcela de privilegiados. A obsessão de uns poucos bem-nascidos em parecer “gente legal”, em atrair apoio social, os faz até manipular a carteirada para cima e para baixo, entre um sentimento de orgulho aqui e uma falsa modéstia ali, sempre procurando mascarar a hipocrisia que não consegue se ocultar nas mentes dessas pessoas. Com a patrulha dos negacionistas factuais, “isentões” designados para promover o boicote ao pensamento crítico nas redes sociais, a “boa” sociedade que é a elite do bom atraso precisa parecer, aos olhos dos outros, as mais positivas possíveis, daí o esforço desesperado para criar um ambiente de conformidade e até de conformismo, sobretudo pela perigosa ilusão de acreditar que o futuro do Brasil será conduzido por um idoso de 80 anos. Quando ouvimos falar de períodos de supostas regeneração e glorificação do “povo brasileiro”, nos animamos no primeiro momento, achando que agora o Brasil será a n...

APOIO DAS ESQUERDAS AO "FUNK" ABRIU CAMINHO PARA O GOLPE DE 2016

MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS. A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista". A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap. O "funk" e o trap apenas falam sobre o ...