A direita brasileira é burra, mesmo. Dias depois do apresentador Jô Soares entrevistar a presidenta Dilma Rousseff, um pichador anônimo deixou uma mensagem fazendo ameaça ao humorista: "Jô Soares, Morra", diz o texto ofensivo.
A foto foi divulgada pelo perfil do jornalista Fernando Morais, e a pichacão foi feita em frente à casa do humorista, em Higienópolis, São Paulo. Fernando escreveu a seguinte mensagem, indignado com a ameaça feita:
"Sou fã, amigo, leitor e espectador do Jô Soares desde o século passado. Andamos meio brigados uns tempos, mas felizmente fizemos as pazes. Nunca deixei de ser seu fã, leitor e espectador, mesmo quando não concordava com ele. Acabam de me mandar a foto de uma pixação (pichação?) na calçada de sua casa, onde algum tarado escreveu “Morra Jô Soares” – certamente por causa da entrevista que ele fez com a Dilma. Essa barbaridade só me faz ser mais fã, amigo, leitor e espectador do Jô. Viva o gordo!"
A ação provavelmente é resultante da "cultura do ódio" que a grande mídia difunde, sobretudo através de veículos radicalmente reacionários como a revista Veja e a Jovem Pan FM. A ação também revela a estupidez que tomou conta da direita brasileira nos últimos tempos.
O que os direitistas não sabem é que, mesmo quando se discorda de algum político, é dever conceder a ele um espaço para entrevista. Isso é natural, faz parte da liberdade de informação. Certamente alguns acharam até a entrevista de Jô com Dilma bastante "moderada", faltando algumas perguntas mais desafiadoras. Mas aí foi opção do apresentador, e não é intenção nossa discutir isso aqui.
Claro que há aspectos criticáveis. Num de seus artigos, Marcelo Rubens Paiva reclamou por que Jô Soares teve que ir para o gabinete da presidenta e não ela se dirigir ao programa para ser entrevistada. Paiva comparou a situação com a do presidente dos EUA, Barack Obama.
Obama comparece a programas de entrevistas com a naturalidade que um famoso comum faz. Ele estava bem descontraído, por exemplo, no último programa The David Letterman Show, desejando boa sorte ao apresentador que se aposentava. A primeira-dama, Michelle Obama, também aparece em programas e fez até uma brincadeira de dança com o apresentador Jimmy Fallon.
Mas isso não tira o mérito da realização da entrevista de Jô Soares com Dilma Rousseff. Isso faz parte da liberdade de opinião e informação, dentro dos princípios de responsabilidade e objetividade possíveis.
Os direitistas histéricos preferem que a "liberdade" se volte para os comentários abusivamente antissociais dos "urubólogos" e "hidrófobos" que contaminam a mídia com seus preconceitos elitistas, pregando a violência, o ódio e a intolerância social.
Não há sequer um respeito à figura de Jô Soares, um notável humorista, de mais de 50 anos de carreira, figura culta e inteligente e que, apesar de estar na Rede Globo, faz comentários que andam irritando os chamados "coxinhas".
Expressamos nossa solidariedade a Jô Soares e afirmamos que, independente de ser petista ou não, é válido entrevistar a presidenta. Ela governa nosso país, queiram ou não queiram os direitistas. Eles é que foram burros por não conseguirem eleger o candidato deles. Um dia acabarão se dando mal com tanto reacionarismo.
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