Mais um incidente mancha a mídia corporativa. O Sindicato dos Jornalistas do Paraná acatou uma denúncia de 42 jornalistas que identificaram plágios de 65 reportagens feitos nos textos da atual jornalista de Veja, Joice Hasselmann, quando ela fazia um blogue, o Blog da Joice.
O sindicato entrou em contato com Joice, que é âncora da TVeja - canal de TV na Internet da reacionária revista do Grupo Abril - , que ofereceu o endereço e depois foi notificada a explicar os plágios, que envolveram reportagens dos 42 jornalistas lesados feitas entre 24 de junho e 17 de julho de 2014.
O problema é que Joice, em vez de dar a devida explicação do plágio, pedida pelo Conselho de Ética do sindicato, preferiu disparar sua raiva em um comentário arrogante e violento que ela despejou na sua página no Facebook:
"A escória do jornalismo só podia estar num sindicato ligado a CUT. Minha resposta aos vira-latas: Retournez a la Merde! Caros amigos vamos pensar numa equação nefasta. Imagine o produto do ócio de gente frustrada aliado ao pseudo intelectualismo (ignorância, burrice, estupidez e sobretudo má-fé). Imaginou? Ruim né? Mas tudo pode piorar. Junte à mistura preguiça, inveja, uma boa dose de canalhice e para finalizar empacote tudo num sindicato sem vergonha ligado à CUT. Voilá! Temos aí o Sindicato dos Jornalistas do Paraná que consegue ser boi de piranha e ao mesmo tempo um ativista da imbecilidade. (...) esses sindicalistas de araque, travestidos de jornalistas, são do baixo clero mas mesmo assim eu vou dar uma chance e uma moralzinha pra essa turma de desocupados (...) Ohhhh, Jè suis désolèè. Eles têm toda razão! Essa que vos escreve é mesmo uma despreparada. A história comprova. Enquanto boa parte dessa gente se reunia para fazer nada, para tomar umas e outras nos botecos pé sujos da vida, eu, vejam só, trabalhava. Não se ofendam. Eu sei que a palavra ‘trabalho’ dói, mas eu tenho essa mania condenável por vocês (...) Eu devia mesmo é ter me juntado a um bando de vira latas e sair por aí fazendo piquete, greve na universidade ou qualquer coisa bem inútil para a sociedade (...) O que eu tenho a dizer sobre isso: vão para o diabo!! Aos senhores, as batatas! E enfrentem meus advogados seus sanguessugas. Se ainda não entenderam vou ajudar: "Allez a la Merde! Ou se preferirem "Retournez a la Merde". (Usa o google aí)."
Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos e Mídia Alternativa Barão de Itararé, escreveu com divertida ironia a fúria de Joice: "Gente frustrada, ignorante, burra, estúpida, canalha... Será que Joice Hasselmannn plagiou estes adjetivos de algum amiguinho amoroso da Veja?".
Pior é que Joice, na TVeja, dispara comentários contra a corrupção e se julga defensora da ética e da transparência. Claro, para os astros da Veja, eles são "éticos", "honestos" e "transparentes".
Antissocial, a Veja condena os movimentos sociais como se eles não pudessem ser sequer organizados, isso apesar de sua atuação ser estimulada e protegida pela Constituição Federal. Nem as populações indígenas são poupadas por Veja, diante de sua fúria reacionária.
Para Veja, só os investidores estrangeiros é que prestam e o Brasil só deve se comportar como um mero país-cliente do Fundo Monetário Internacional. O Brasil não pode ter autonomia e o povo não pode se organizar, é sempre a hierarquia patronal que deve ser levada em conta e o povo tem que trabalhar mais e receber menos por isso.
DECADÊNCIA DO GRUPO ABRIL
Graças a essa linha editorial, o público reage e Veja naufraga nas vendas a cada época. Edições chegam a encalhar surpreendentemente em todas as bancas do país, e cada edição semanal é lançada quando ainda há pilhas da edição anterior acumuladas.
Só a péssima reputação da revista Veja já provoca uma grave crise econômica no Grupo Abril, refletindo em outras publicações. Em 2014, mais de mil profissionais foram demitidos e várias publicações foram extintas.
O Grupo Abril se desfez da MTV e devolveu a marca à Viacom, que fundou uma filial brasileira e criou uma nova MTV Brasil do zero. Há indícios de que a revista Playboy deixará de circular em breve. Das publicações tradicionais, como Contigo, Cláudia e Quatro Rodas, as equipes foram drasticamente reduzidas. E tudo isso levando em conta que em 2015 o grupo empresarial faz 65 anos de existência.
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