Pular para o conteúdo principal

ESQUERDA NÃO ENTENDE AS ARMADILHAS DO "FUNK" E DO "SERTANEJO"

MC JOÃO, DO SUCESSO "BAILE DE FAVELA", NOVO NOME DO "FUNK CARIOCA".

Os debates públicos insistem num maniqueísmo sem sentido. De vez em quando a intelectualidade de esquerda derrapa e estabelece complacência com o "funk" e até com o "sertanejo", achando que neles existe "genuína manifestação popular".

Essa derrapada pega desprevenidos até pessoas que em muitos momentos apresentam ideias coerentes e interessantes, que fazem denúncias pertinentes sobre os abusos da grande mídia e denunciam reacionários de direita que volta e meia aparecem na Internet.

Houve até um salto de qualidade nas agendas esquerdistas no Brasil, que antes pareciam mais preocupadas com a criação do Estado Palestino - não que isso fosse ruim, mas eles defendiam a causa como se a Palestina fosse aqui e o Brasil uma terra estrangeira - do que com a melhoria do nosso país, e se concentravam mais em temas políticos e sindicais do que nas questões sócio-culturais.

Felizmente, a agenda anda mais diversificada, e o pessoal lembrou que a missão de Apparicio Torelly, o Barão de Itararé, homenageado por uma instituição voltada a debater e desenvolver uma mídia alternativa, era justamente tirar o pensamento de esquerda dos escritórios sindicais e botá-lo nas ruas e a céu aberto.

No entanto, há a tentação de certos intelectuais de esquerda, que ficam incomodados quando surgem críticas ao "funk carioca" e o "sertanejo", sem saber das armadilhas que isso representam. A recente "apreciação" da mídia esquerdista ao "sertanejo" lembra os delírios de 2005, quando a esquerda era induzida, como que num dirigismo stalinista, a aceitar Zezé di Camargo & Luciano.

A intelectualidade de esquerda deu um tiro no pé ao elogiar a dupla, só por causa de uma débil opção eleitoral a Luís Inácio Lula da Silva. Se esqueceram que os dois irmãos goianos votaram no ruralista Ronaldo Caiado e que o filme Os Dois Filhos de Francisco era uma co-produção da Globo Filmes, das Organizações Globo, já nos primeiros anos sem o "doutor" Roberto Marinho.

CARICATURA DO POVO POBRE

Os intelectuais de esquerda mostram que são pessoas de classe média, que em muitos casos contam com trabalhos de diaristas e empregadas domésticas, que são submetidas, pelo establishment midiático, a consumir produtos "culturais" que o mercado impõe como "populares".

O brega-popularesco tem cerca de uma dezena de ritmos que representam pastiches de cultura popular. A intelectualidade associada, simbolizada sobretudo por Pedro Alexandre Sanches - um pseudo-esquerdista que foi para a mídia de esquerda empurrar os preconceitos que ele trouxe da Folha de São Paulo, daí a alcunha "filho da Folha" que damos a ele - , é que, "sem preconceitos", mas de uma maneira preconceituosa, tenta creditar como autêntico esse "popular de mercado".

Vamos nos concentrar no "sertanejo" e no "funk", que se destacam por levar às últimas consequências as formas caricaturais com que os dois estilos trabalham as classes populares, além de se destacarem pela superexposição que exercem na grande mídia.

"EMANCIPAÇÃO" SÓ NO CONSUMISMO

O "funk" sempre foi uma grande farsa ideológica, que vendia as pretensas imagens de "ativismo social" e "vanguarda artística", quando seu som sempre foi medíocre e, por debaixo dessa "boa imagem" promovida pelo gênero, era trabalhada uma imagem depreciativa do povo pobre, que se "afirmava" sempre através de valores retrógrados.

O "funk" fazia apologia à ignorância e à pobreza, e difundiu a ideia de "favela legal", exaltando o "orgulho de ser pobre" e impedindo as classes populares de se emanciparem socialmente. A única "emancipação" admitida pelo "funk" é a econômica, a inserção do povo pobre nos processos de consumo e entretenimento associados à classe média alta. Mais consumismo, menos cidadania.

Fora isso, o "funk" fazia apologia ao machismo e ao racismo, embora no discurso reprovasse tais ideologias. As funqueiras sempre trabalharam a imagem machista da mulher-objeto, mas inventam que isso é uma "paródia", quando percebemos que não é. Se fosse paródia de machismo, as funqueiras não iriam se autoafirmar só pela "sensualização", "mostrando demais" até quando o contexto não permite.

A intelectualidade de esquerda ainda vê no "funk" um "movimento libertário", em boa parte pela boa-fé desses intelectuais, mas também pela má influência que figuras "alienígenas" como Pedro Alexandre Sanches (discípulo não-assumido de Francis Fukuyama e Fernando Henrique Cardoso e aluno-modelo do ex-patrão e para sempe mestre Otávio Frias Filho) inserem nos esquerdistas.

Os esquerdistas se esquecem que o "funk" de hoje, surgido nos anos 90 quando os empresários-DJs como DJ Marlboro e Rômulo Costa romperam com as lições originais do verdadeiro funk, de James Brown e Tim Maia, para lançar um engodo sem pé e nem cabeça abraçados aos barões da mídia (a hoje extinta 98 FM, das Organizações Globo, foi um dos principais redutos do "funk carioca"), e o vínculo com o poder midiático não pode ser ignorado nem desmentido.

"FUNK" E REDE GLOBO: TUDO A VER

Do mesmo modo, os esquerdistas se esquecem que esse discurso de "movimento social" e "vanguarda cultural" associados ao "funk" foi fabricado pelas Organizações Globo e pelo Grupo Folha. As primeiras reportagens do "funk" com esta imagem preconceituosa e esse "papo cabeça" de "cultura das periferias" etc apareceu primeiro nos cadernos culturais de O Globo e Folha de São Paulo.

Foi em 2003. Em seguida, as Organizações Globo fizeram uma parceria com o "funk" para fazer uma campanha maciça em prol do gênero. Tudo quanto era veículo da Globo, seja a Rede Globo, as revistas Quem Acontece e Época, o canal Multishow, a Globo News e até o educativo Futura, empurravam o "funk" como se fosse a "nona maravilha do mundo".

MC Leonardo vende uma imagem de "esquerdista convicto", mas é apadrinhado pelo cineasta José Padilha, que redescobriu o "Rap das Armas" (sucesso de 1990 de MC Júnior e MC Leonardo) e que hoje integra o Instituto Millenium, o mesmo que tem Rodrigo Constantino como membro-fundador e Olavo de Carvalho e Yoani Sanchez como membros de honra.

O vínculo do "funk" com a grande mídia foi ainda mais longe quando, em 2014, enquanto os esquerdistas acreditavam, diante das súplicas de Pedro Alexandre Sanches, de que MC Guimê era um "artista revolucionário", ia o funqueiro virar capa de Veja, em materia elogiosa, dentro de uma revista que é o mais baixo símbolo do direitismo mais sujo e reacionário.

Até agora a intelectualidade de esquerda não conseguiu digerir o trauma de ver MC Guimê na Veja. Ela ainda acredita que o "funk" não tem vínculos com a mídia. A ideia do "popular", para esses intelectuais, ainda é confusa, por mais bem intencionada que seja, e, agindo assim, as esquerdas botam suas cabeças para a guilhotina verborrágica dos direitistas mais burros e tirânicos.

CORONELISMO MUSICAL

Mais surreal é o "sertanejo". Não há como a esquerda elogiar um estilo musical que é sustentado pelos grandes proprietários de terras. Só porque a empregada ou diarista do apartamento, ou mesmo o faxineiro do prédio onde mora o intelectual, cantam alto seus sucessos, não significa que se possa ver nos "caubóis do asfalto" um suposto bolivarianismo musical.

Pelo contrário. Seguindo a lógica dos primeiros ídolos cafonas, que eram patrocinados pelos latifundiários para cantar canções anestesiantes de lamentos resignados de qualquer coisa, o "sertanejo" que transformou a música caipira num pastiche esquizofrênico de country music e boleros, é financiado pelos grandes donos de fazendas junto aos barões da grande mídia.

Como nos primeiros ídolos bregas, que na verdade falavam de angústias amorosas como alegoria para revoltas sociais, fazendo o povo pobre preferir a bebedeira do que lutar por melhorias - é constrangedor definir o brega como "reforma agrária na MPB" se o brega sempre agiu para preservar os coronelismos regionais - , o "sertanejo", assim como no "forró eletrônico" nunca representaram algo transformador e progressista para a cultura do povo pobre.

As primeiras apresentações desses ídolos sempre acontecem sob o patrocínio de latifundiários e políticos conservadores. As rádios que mais tocam esses ídolos são controladas por oligarquias regionais. Os ídolos aparecem na Rede Globo entrando na porta da frente, daí ser estranho que intelectuais de esquerda inventem que eles são "discriminados pela grande mídia".

A DIREITA "PIRA"

Diante dessa omissão de intelectuais de esquerda quanto aos problemas da cultura popular, sobretudo o "funk" que castra artisticamente seus intérpretes - não se pode ser músico nem compor melodias no "funk", apenas, quando muito, na variação "melody", e por motivos tendenciosos de mercado - , a direita reacionária encontra brechas para prevalecer seus pontos de vista.

Com isso, os intelectuais de esquerda passam a ser vistos como "culturalmente frouxos" diante de pessoas de visões estupidamente reacionárias, como Rachel Sheherazade, Rodrigo Constantino, Luiz Felipe Pondé e agora um "revoltado do rock", Nando Moura, da banda Pandora 101, admirador de Olavo de Carvalho e de Silas Malafaia (embora Nando não seja "evangélico").

Essas pessoas dreitistas acabam se julgando as "donas da verdade" cultural. Enquanto os intelectuais de esquerda não conseguem ver diferença na ativista feminista que faz palestra em universidades e na "mulher-fruta" que "mostra demais" e "desce até o chão", a direita dá sua réplica cheia de falhas diversas, mas que se impõem como a "palavra final" de tudo.

 Enquanto intelectuais esquerdistas não discernem entre agricultores sem-terra que pedem um pedaço de terra e "caubóis do asfalto" que, sob o patrocínio de "coronéis", empresários de cerveja e barões da mídia, falam que bebedeira é o máximo, a direita mais neurótica passa a rasteira e se acha portadora da "verdade absoluta".

Isso faz com que a direita neurótica e estúpida se ascendesse e prevalecesse na opinião pública, se aproveitando da situação para pregar um anti-petismo psicopata. Enquanto intelectuais não resolvem suas incompreensões separando o "favelado de novela" do povo pobre da vida real, eles deixam de levar adiante suas causas progressistas.

A complacência dos intelectuais esquerdistas com o "popular de mercado", só para agradar empregadas domésticas e faxineiros, sem observar as armadilhas montadas pelos barões da mídia, é que fez a esquerda perder o destaque no debate público para pessoas de raciocínio atrofiado que de forma violenta defendem valores retrógrados e antissociais.

É bom a esquerda rever suas ideias sobre a tal "cultura das periferias" que, sem saber, ela viu pelas telas da Rede Globo e pelas páginas da Folha de São Paulo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

A PRISÃO DE MC POZE E O VELHO VITIMISMO DO “FUNK”

A prisão do funqueiro e um dos precursores do trap brasileiro, o carioca MC Poze do Rodo, na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, reativou mais uma vez o discurso vitimista que o “funk” utiliza para se promover. O funqueiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, e que já deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes para ir a um presídio no bairro carioca de Benfica, tem entre o público da Geração Z e das esquerdas identitárias a reputação que Renato Russo teve entre o público de rock dos anos 1980, embora o MC não tenha 0,000001% do talento, pois se envolve em um ritmo marcado pela mais profunda precarização artístico-cultural. No entanto, MC Poze do Rodo foi detido por acusações de apologia ao crime organizado, ao porte ilegal de armas e à violência. Em várias vezes, Poze aparecia com armas nas fotos das redes sociais, o que poderia sugerir um funqueiro bolsonarista em potencial. A polícia do Rio de Janeiro enviou o seguinte comunicado:: “De acordo com as inves...

O ATRASO CULTURAL OCULTO DA GERAÇÃO Z

Fico pasmo quando leio pessoas passando pano no culturalismo pós-1989, em maioria confuso e extremamente pragmático, como se alguém pudesse ver uma espessa cabeleira em uma casca de um ovo. Não me considero careta e, apesar dos meus 54 anos de idade, prefiro ir a um Lollapalooza do que a um baile de gala. Tenho uma bagagem cultural maior do que mimha idade sugere, pelas visões de mundo que tenho, até parece que sou um cidadão mediano de 66 anos. Mas minha jovialidade, por incrível que pareça, está mais para um rapazinho de 26 anos. Dito isso, me preocupa a existência de ídolos musicais confusos, que atiram para todos os lados, entre um roquinho mais pop e um som dançante mais eroticamente provocativo, e no meio do caminho entre guitarras elétricas e sintetizadores, há momentos pretensamente acústicos. Nem preciso dizer nomes, mas a atual cena pop é confusa, pois é feita por uma geração que ouviu ao mesmo tempo Madonna e AC/DC, Britney Spears e Nirvana, Backstreet Boys e Soundgarden. Da...

LÉO LINS E A DECADÊNCIA DE HUMORISTAS E INFLUENCIADORES

LÉO LINS, CONDENADO A OITO ANOS DE PRISÃO E MULTA DE MAIS DE R$ 300 MIL POR CONTA DE PIADAS OFENSIVAS. Na semana passada, a Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, condenou o humorista Léo Lins a oito anos de prisão, três deles em regime inicialmente fechado, e multa no valor de R$ 306 mil por fazer piadas ofensivas contra grupos minoritários.  Só para sentir a gravidade do caso, uma das piadas sugere uma sutil apologia ao feminicídio: "Feminista boa é feminista calada. Ou morta". Em outra piada machista, Léo disse: "Às vezes, a mulher só entende no tapa. E se não entender, é porque apanhou pouco". Léo também fez piadas agredindo negros, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com HIV, indígenas, evangélicos, pessoas com deficiência, obesos e nordestinos, entre outros. O vídeo que inspirou a elaboração da sentença foi o espetáculo Perturbador, um vídeo gravado em 2022 no qual Léo faz uma série de comentários ofensivos. Os defensores de Léo dizem qu...

ELITE DO BOM ATRASO PIROU NAS REDES SOCIAIS

A BURGUESIA DE CHINELOS NÃO QUER OUTRO CANDIDATO EM 2026. SÓ QUER LULA. A elite do bom atraso, a “frente ampla” social que vai do “pobre de novela” - tipo que explicaremos em outra postagem - ao famoso muito rico, mas que inclui também a pequena burguesia e a parcela “legal” da alta burguesia, enlouqueceu nas redes sociais, exaltando o medíocre governo Lula e somente desejando ele para a Presidência da República na próxima eleição. Preso a estereótipos que deixaram de fazer sentido na realidade, como governar para os pobres e deixar a classe média abastada em segundo plano, Lula na prática expressa um peleguismo que é facilmente reconhecido por proletários, camponeses, sem-teto e servidores públicos, que veem o quanto o presidente “quer, mas não quer muito” trabalhar para o bem-estar dos brasileiros. Lula tem como o maior de seus inúmeros erros o de tratar a reconstrução do Brasil como se fosse uma festa. Esse problema, é claro, não é percebido pela delirante elite do bom atraso que, h...

GOVERNO LULA AGRAVA SUA CRISE

INDICADO POR LULA PARA O BANCO CENTRAL, GABRIEL GALÍPOLO PREFERIU MANTER OS JUROS ALTOS "POR MUITO TEMPO". Enquanto o governo Lula limita gastos mensais com universidades federais, a farra das ONGs nas ditas “emendas parlamentares” é de R$ 274 milhões. Na viagem para a China, Lula é acusado de gastar café com valor equivalente a R$ 56 e de conprar um terno no valor equivalente a R$ 850. Quanto às universidades públicas, a renomada Academia Brasileira de Ciências acusa o governo Lula de desmontar as instituições de ensino superior público através desses cortes financeiros. Lulistas blindam Janja quando ela quebrou o protocolo da conversa entre o marido e o presidente chinês Xi Jinping, para falar de sua preocupação com o Tik Tok. Em compensação, Lula não cumpriu a promessa de implantar o Plano Nacional de Transição Energética, que iria tirar o Brasil da dependência de combustível fóssil. Mas o presidente ainda quer devastar a Amazônia Equatorial para extrair mais petróleo. Lul...

QUANDO A CAPRICHO QUER PARECER A ROCK BRIGADE

Até se admite que o departamento de Jornalismo das rádios comerciais ditas “de rock” é esforçado e tenta mostrar serviço. Mas nem de longe isso pode representar um diferencial para as tais “rádios rock”, por mais que haja alguma competência no trabalho de seus repórteres. A gente vê o contraste que existe nessas rádios. Na programação diária, que ocupa a manhã, a tarde e o começo da noite, elas operam como rádios pop convencionais, por mais que a vinheta estilo “voz de sapo” tente coaxar a palavra “rock”. O repertório é hit-parade, com medalhões ou nomes comerciais, e nem de longe oferecem o básico para o público iniciante de rock. Para piorar, tem aquele papo furado de que as “rádios rock” não tocam só os “clássicos”, mas também as “novidades”. Papo puramente imbecil. É aquela coisa da padaria dizer que não vende somente salgados, mas também os doces. Que diferença isso faz? O endeusamento, ou mesmo as passagens de pano, da imprensa especializada às rádios comerciais “de rock” se deve...

A ILUSÃO DE QUERER PARECER O “MAIS LEGAL DO PLANETA”

Um dos legados do Brasil de Lula 3.0 está na felicidade tóxica de uma parcela de privilegiados. A obsessão de uns poucos bem-nascidos em parecer “gente legal”, em atrair apoio social, os faz até manipular a carteirada para cima e para baixo, entre um sentimento de orgulho aqui e uma falsa modéstia ali, sempre procurando mascarar a hipocrisia que não consegue se ocultar nas mentes dessas pessoas. Com a patrulha dos negacionistas factuais, “isentões” designados para promover o boicote ao pensamento crítico nas redes sociais, a “boa” sociedade que é a elite do bom atraso precisa parecer, aos olhos dos outros, as mais positivas possíveis, daí o esforço desesperado para criar um ambiente de conformidade e até de conformismo, sobretudo pela perigosa ilusão de acreditar que o futuro do Brasil será conduzido por um idoso de 80 anos. Quando ouvimos falar de períodos de supostas regeneração e glorificação do “povo brasileiro”, nos animamos no primeiro momento, achando que agora o Brasil será a n...

APOIO DAS ESQUERDAS AO "FUNK" ABRIU CAMINHO PARA O GOLPE DE 2016

MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS. A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista". A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap. O "funk" e o trap apenas falam sobre o ...