FARIA LIMA EM FESTA - JUVENTUDE WOKE INDO "PRA BALADA" COM A BURGUESIA ILUSTRADA.
Enquanto no exterior vemos atores e atrizes ligadas ao universo juvenil ouvindo rock clássico e música folk e buscando hábito de leitura em livros, no Brasil o hedonismo tóxico é que impera e a juventude woke parece atuar como um bando de marionetes do empresariado da Faria Lima.
Nas conversas que eu ouço, o hedonismo viciado impera. Num dia, é o fanatismo pelo futebol. Noutro, é a adoração a ritmos popularescos, como piseiro, "pagode romântico", "funk" e sofrência. Em seguida, é uma tal de "ir pra balada", "balada LGBT", "balada isso, balada aquilo", usando e abusando desse jargão farialimer. Mais adiante, é falar sobre marcas de cerveja. Noutra, é exaltar aquele intervalo para fumar um cigarro.
É esse o Brasil que está pronto para se tornar país desenvolvido? Que geração é essa que vai liderar o futuro da nação? Gente aderindo a um hedonismo vazio, como se as pessoas fossem escravas dos seus instintos, supostamente donas dos seus narizes, mas claramente submissas a um contexto hipermidiático e hipermercantil.
Para piorar as coisas, a burguesia ilustrada que domina as redes sociais, impondo suas narrativas como se fossem "universais e atemporais", despeja bordões do tipo "gente como a gente" e "esse pessoal sabe mesmo viver", como se essa classe e todos aqueles que a seguem fossem um "modelo de vida" para a humanidade do mundo inteiro.
Não, não são. São apenas a demonstração de um Brasil degradante, na qual as pessoas se tornam desumanizadas e onde a chamada "sociedade do amor" se torna uma grande farsa na qual a solidariedade não se dá por motivo algum que não seja o divertimento momentâneo, as emoções baratas, o consumo voraz e a entrega a bens e eventos de valor bastante duvidoso.
Isso é liberdade? Muitos dizem que sim, mas a verdade é que não é. Trata-se de uma "liberdade" de instintos, pela qual se escraviza a consciência. E fico vendo os canais filosóficos do YouTube, que alertam sobre a exploração do "prazer" como um meio de controlar e manipular as massas, algo que já era previsto na ficção científica Admirável Mundo Novo (Brave New World), obra de 1932 de Aldous Huxley.
Nessa obra, o mundo do trabalho e da política aparecem com uma objetividade severa, sem a coerção explícita que se vê na tirania de 1984, de George Orwell. E à racionalidade do trabalho se alternava o hedonismo anestesiante das festas onde se consumia as pílulas alucinógenas, chamadas de "somas".
Somadas? Huxley previa as tais "baladas" que se tornam a obsessão tóxica das gerações mais recentes, na qual o termo "balada", a gíria maior da Faria Lima, torna-se um produto, uma mercadoria de consumo, na medida em que é uma palavra que vende um pretenso ideal de vida, marcado pela diversão obsessiva, narcotizante e anestesiante, hipnotizando multidões por conta de sua simbologia lúdica frenética e doentia.
Esse estado de espírito reflete o quanto o Brasil vive, à sua maneira, os "loucos anos 20", ou seja, os roaring twenties à brasileira de uma festa que se acredita nunca ter fim e da qual muitos querem impor ao mundo, de maneira totalitária e imperativa.
Só que os roaring twenties dos 1920 dos EUA terminaram com a crise de 1929, num contexto nem tão neurótico assim em relação ao Brasil dos 2020. Com uma histeria sem controle e sem freio, o trio elétrico do hedonismo tóxico está muito menos preparado para o "1929" brasileiro que tende a surgir a qualquer momento.
A burguesia ilustrada diz que está preparada. Mentira, ela apenas acredita que essa crise é impossível. A referida classe tem muito dinheiro no bolso, contatos importantes, e seu sistema de valores é compartilhado por um considerável número de pessoas, seja na mídia patronal, na indústria do entretenimento e nas redes sociais.
Tudo parece estrategicamente preparado para enfrentar impasses, mas trata-se apenas daquela atitude comparável a de uma cidade que coloca uma placa dizendo "Furacão, vai embora, esta cidade é da paz" achando que assim vai afastar a referida tempestade.
Mas não podemos avisar isso. A ordem social que domina nosso país desde a Era Geisel acha que permanecerá de pé. A burguesia ilustrada, no seu auge, desconhece o momento em que entrará em declínio e até ridiculariza esse risco. Os negacionistas factuais fazem textões ou desculpas para desmentir essa ameaça, e a "galera toda" mergulha numa festa sem fim que acredita que durará toda a eternidade.
E tudo isso ocorrerá até que o "nosso 1929" chegue de surpresa, assustando e chocando muita gente.
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