Infelizmente, as esquerdas ficam complacentes com o tal "popular demais" da música brega-popularesca.
Acham que um simples sucesso radiofônico pode significar uma "revolução bolivariana" que vai levar Lula para a Presidência da República nas próximas eleições.
Superestimam a presença de um grande público de negros, mestiços, pobres e LGBT na plateia, como se isso em si fosse uma revolução socialista. Mas não é.
Quem é que não garante que aquelas plateias superlotadas só estão ali por consumismo e seguem as "ordens" da rádio FM mais ouvida, "popular" mas oligárquica?
Uma pegadinha recente fez os petistas "pirarem", nesses tempos carnavalescos que ora se encerram.
O cantor Léo Santana, no seu trio elétrico, foi cantar uma música chamada "Vai dar PT".
"Vai dar PT, vai dar / Vai dar PT, vai dar", foi o refrão contagioso.
Aí as esquerdas morderam a isca. De repente Léo Santana virou cabo eleitoral de Lula. Correto?
Não. Errado. A letra, que reproduziremos abaixo, comprova isso.
O "PT" que Léo Santana falava era a expressão "perda total", uma gíria que se refere à pessoa que sofreu sério prejuízo em uma ocasião.
A música, na verdade, é uma versão do "funk" de MC Rahell, sucesso no canal Kondzilla, do YouTube, um canal que já se configura como "grande mídia" dentro das mídias sociais.
"Vai dar PT" também tem outras versões, mas a de Léo Santana se destacou no Carnaval de Salvador.
Só que Léo Santana não é a Paraíso do Tuiuti, e o trocadilho do Partido dos Trabalhadores com "perda total", por ter as mesmas iniciais, é muito perigoso.
Até Gleisi Hoffman, presidenta do PT, na sua boa-fé, achou que a canção podia ser interpretada a favor do partido.
Muito estranho. O referido hit está mais para CarnaLula, o evento anti-petista do Movimento Brasil Livre (ou seja, o Movimento Me Livre do Brasil).
Mesmo a descrição da garota completando 18 anos não é indício de mensagem subliminar de que ela votará no PT, como nem a bebedeira que muitos veem como "bebemoração".
Primeiro, porque a idade mínima do eleitor é 16 anos e a mistureba de bebidas alcoólicas só vai dar embriaguez, a tal "perda total" de sentidos.
Os reaças desse movimento adoram associar PT a "perda total", e é isso que eles mais querem.
De repente, Kim Kataguiri e companhia, sempre afeitos a ironias ofensivas, poderão cantar, juntos, "vai dar PT, vai dar, vai dar PT, vai dar", acrescentando que "gostariam de dar um 'triplex' do Complexo da Papuda para o ex-presidente.
Embora muita gente, animada, gritou "Fora, Temer" nos carnavais, e a Tuiuti só não repercutiu na reacionária mídia venal, a realidade voltará ao mesmo clima sombrio dos últimos tempos.
Não será com festa que se enfrentará, depois, a pressão da plutocracia, porque há o risco de Lula ser preso e "amarrado" em mil processos além do triplex do Guarujá.
Será com protestos, criativos e bem-humorados, sim, mas sem usar a "trilha sonora da Rede Globo", o "funk", nem sair por aí arrancando hinos em sucessos jabazeiros do "popular demais".
Caso contrário, todos se decepcionarão quando o "popular demais" eleger Luciano Huck presidente do Brasil.
Com vocês, a letra de "Vai dar PT (Perda Total)":
VAI DAR PT
Foi pro baile muito louca
Afim de se envolver
Só tem 18 anos
O que vai acontecer?
Foi pro baile muito louca
Afim de se envolver
Ela só tem 18 anos
O que vai acontecer?
Cer, cer, o que vai acontecer?
Vai dar PT, vai dar
Vai dar PT, vai dar
Misturou tequila, whisky, vodka
E a mina vai embrazar
Vai dar PT, vai dar
Vai dar PT, vai dar
Ela vai dar PT, vai dar
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