A intelectualidade "bacana" que anda defendendo os ídolos "populares demais" fala tanto em "cultura das periferias", "empoderamento das periferias", "expressão das periferias".
Se esquecem que pegaram o termo "periferia" de uma personalidade bastante conhecida, ex-presidente da República.
Quem respondeu Lula, errou.
Foi Fernando Henrique Cardoso, que com sua Teoria da Dependência defendia, para países como o Brasil, um desenvolvimento econômico subordinado, sem desafiar as relações hierárquicas com os países mais ricos.
Aos países considerados emergentes, FHC definia pela categoria chamada "periferia".
Não dá para entender como intelectuais que se dizem de esquerda, se gabam em se proclamar "socialistas" e querem Lula de volta à presidência, cometem essa gafe conceitual trazida por um político que dizem desprezar.
A resposta provável deve ser esta: a intelectualidade pró-brega é "soros-positiva".
Ela é patrocinada por George Soros, multimilionário colaborador do Departamento de Estado dos EUA (leia-se CIA).
Soros é dono de instituições como a Soros Management Fund e a Soros Open Society, que patrocinam iniciativas "sociais" que envolvem a defesa do "funk".
Entre elas está o Instituto Overmundo, que tanto acolhe os funqueiros quanto a ideologia do open business defendida por Soros.
E aí vemos o encontro de Luciano Huck com Fernando Henrique Cardoso.
FHC, pessoalmente, está gostando da hipótese de ver Huck candidato à Presidência da República.
O ex-presidente tucano definiu que o apresentador da Globo faz o "estilo" do PSDB.
Isso deixou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com certo ciúme. Alckmin se achava a aposta do partido para concorrer à Presidência da República.
Até agora nada está fechado, mas o encontro de FHC com Huck reascendeu a ideia, até agora oscilante, de o apresentador desejar ser presidente da República.
E aí vemos o quanto Huck, "pai" da gíria "balada" - usada como teste para a dominação da juventude brasileira através da linguagem, pois a gíria originalmente era um jargão de gente rica das boates noturnas de São Paulo - , se torna símbolo do Brasil ao mesmo tempo festivo e conservador.
Num contexto em que se denunciam os salários e benefícios exorbitantes dos magistrados da Operação Lava Jato, de repente os intelectuais da "esquerda fashion" estão agora "exaltando as periferias" através do "funk".
Só que o "funk", como ritmo que espetaculariza e glamouriza a pobreza, fala mais da "periferia" sonhada por FHC.
Polêmicas desnecessárias são alimentadas com o caso Jojo Toddynho e seu decote forçadamente apertado e apelativo, e sua mediocridade musical.
A intelectualidade "bacana" de repente veio para "debater o funk" para que a opinião pública deixe de se preocupar com o imóvel chique de Sérgio Moro em Curitiba.
Só que essa apologia ao "funk" e à "cultura das periferias" que domina as esquerdas fashion pode dar a todos a ilusão de que o "funk" vai tirar Lula da prisão e colocá-lo no Palácio do Planalto.
Não. E o ministro do STF, Edson Fachin, negou o pedido da defesa de Lula para evitar sua prisão antes do julgamento de todos os recursos referentes ao triplex do Guarujá.
Fachin ainda deixou a decisão final para o plenário do Supremo Tribunal Federal.
E as esquerdas discutindo o "funk" como se não suportassem que se critique uma vírgula do gênero, que elas acreditam "ter nascido no Rio de Janeiro".
Esquecem que o "funk" surgiu inspirado no miami bass da Flórida anti-castrista. E que o sucesso do "funk" se deve à divulgação maciça da Rede Globo de Televisão.
Nem se lembram que Luciano Huck foi embaixador do "funk" e mostra Jojo Toddynho até para seus filhos.
Há um sério risco dos intelectuais que defendem o "funk" se tornarem, mesmo por acidente, cabos eleitorais do apresentador do Caldeirão do Huck. "Funk" é o caldeirão.
Comentários
Postar um comentário