Acabei de lançar meu novo livro, 1961 - O Ano que Havíamos Esquecido.
Foi um projeto de 20 anos que eu, primeiro, comecei através de muita leitura, a partir das revistas Manchete e O Cruzeiro.
Lia outros jornais e colhia informações sobre a década de 1960 como um todo, além de um pouco da década de 1950, para reforçar meus conhecimentos.
Cheguei a fazer páginas na Internet como aquecimento para 1961, por volta de 2006. E continuei pesquisando e colhendo informações.
Tirei fotocópias de matérias nas revistas diversas, tanto sobre os anos 1960 como as matérias das próprias revistas da primeira metade dos anos 1960.
Também li o livro 1958 - O Ano que Não Deveria Terminar, de Joaquim Ferreira dos Santos, em 2004, para ter uma noção de como se faz um livro a respeito de um determinado ano.
Comecei a escrever meu livro por volta de março de 2011. Foi um grande desafio.
Fiz arquivos diferentes de cada capítulo e ia escrevendo, para depois revisar os textos e colocar mais informações.
Meu ritmo foi intenso em 2011, mas não consegui terminar o livro a tempo para ser lançado nesse ano.
Aí, eu tive paciência e fui fazendo. Descobri que tinha muita coisa para acrescentar.
De 2012 para cá, meu ritmo ficou sendo mais racionalizado, produzindo o livro por temporadas, tendo que também fazer umas pausas, um hiato, para descansar, quando não estava muito concentrado para tocar meu trabalho em frente.
Já pensei em desistir, porque, aparentemente, o livro acumulava informações e, às vezes, estava difícil acumular dados e escrever textos.
Mesmo assim, eu neguei essa desistência, fui adiante e, perseverante e paciente, fui produzindo os capítulos, com a maior atenção possível.
Desde que comecei o meu livro, troquei de computador duas vezes. No começo, produzia os blogues O Kylocyclo e Mingau de Aço. Já formatei meu computador algumas vezes, com meu acervo pessoal guardado "na nuvem", por e-mail.
Não fiz entrevistas porque isso custa dinheiro. Dá um trabalho marcar entrevistas, além de ter que gastar tempo com viagem, com refeição em algum restaurante, e eu não tinha recursos suficientes para isso.
Cheguei a escrever alguns e-mails, um deles para o hoje falecido Artur Xexéo, com dúvidas a respeito de 1961. Outro e-mail sobre uma dúvida sobre o que fazia o pianista Nelson Freire naquele ano. Em ambos, não recebi respostas.
Tive que me virar mesmo, me servindo da mais variada pesquisa bibliográfica. Para não encarecer demais o livro, a bibliografia não foi incluída, mas ela está guardada no meu computador.
O livro acabou tendo 414 páginas. Pensei até que fosse mais, imaginava que dariam até 700.
Optando por dar um visual vintage, com a estética mais próxima de um livro de 1961, o meu novo livro foi feliz por escolher uma fonte, Eucrósia UPC, que compacta as palavras sem prejudicar a leitura dos textos.
A fonte das palavras - título, subtítulo e texto de contracapa - na capa do meu livro foi a DokChampa, mais próxima da fonte não-serifada muito comum em 1961, creio que é a mesma fonte do antigo logotipo da gravadora CBS, aquele com o desenho de uma vitrola.
É a fonte DokChampra que se aproxima daqueles nomes de prédios dos anos 1960 e do final dos anos 1950 que vejo muito aqui em São Paulo.
Por que o título "1961, o ano que havíamos esquecido?".
Primeiro, porque a maioria das narrativas sobre a década de 1960 é muito apressada. Segundo, porque é um período muito pouco lembrado por quem se interessa pelo passado.
Os seis primeiros anos da década de 1960 costumam, na maioria das historiografias, serem descritos de maneira corrida, superficial e genérica.
A ênfase sempre era feita para os três últimos anos: 1967, 1968 e 1969, sobretudo 1968.
Essa pressa se dá porque a maioria dos narradores viveu esses três últimos anos, tendo sido protagonistas de vários eventos que aconteceram neste período.
Mas 1968 não seria 1968 se não fosse 1961. E faltava um livro sobre o ano que não fosse apenas de coisas óbvias do cenário político.
A viagem em órbita de Yuri Gagarin, astronauta russo, está no meu livro? Está.
E o estranho governo de Jânio Quadros? A Campanha pela Legalidade? A tentativa dos EUA de invadir Cuba, pela Baía dos Porcos? E a construção do Muro de Berlim? Está tudo lá.
Mas eu procurei ir além e descobri muita coisa boa. Não vou dar detalhes, mas só posso dizer que, em muitos trechos, o pessoal vai imaginar que 1961 é mais moderno que 2021.
O pessoal vai ficar envergonhado em dizer que o atual cenário de pisadinhas, "funk ostentação", k-pop, subcelebridades, bolsonarismo, esquerda-lacração e outras bobagens é "a melhor época da humanidade de todos os tempos".
Peço para que vocês que leem esta postagem que não fiquem apenas elogiando o livro. Tem que adquirir, porque, repito, ninguém lê um livro sem lê-lo.
Ficar inventando resenhas e comentários do nada, analisar o que não é lido, além de não adiantar para o aprendizado de alguém, é algo preguiçoso e hipócrita.
O endereço do livro 1961 - O Ano que Havíamos Esquecido está na Amazon e pode ser obtido clicando aqui.
Ajudem a prestigiar meu trabalho adquirindo o livro. Para quem quer adquirir com menos custo, o EBook é mais barato.
Mas nada impede que se adquira o livro comum, impresso, porque, apesar de caro - mas dentro da média de um livro de 414 páginas (se bem que é mais barato do que muita publicação de livraria com essa quantidade de páginas) - , é um bom item para a estante pessoal de um leitor dedicado.
Portanto, peço para vocês adquirirem o livro, que será uma grande viagem pelo tempo, e fornecerá subsídios para pensarmos a respeito do futuro.
Boa leitura para todos.
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