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A DESCULPA SEM SENTIDO DE SÉRGIO MORO POUPAR O PSDB: "FOI OPOSIÇÃO"

INFELIZ FOI SÉRGIO MORO EXPLICAR POR QUE NÃO INVESTIGA AÉCIO NEVES.

Sérgio Moro foi fazer uma palestra na Alemanha, na qual a mídia venal, na sua versão, definiu como "bem sucedida".

Segundo ela, Moro deu "justificativas contundentes" sobre a foto em que ri e troca confidências com o senador tucano Aécio Neves.

Para Moro, Aécio "não está em sua jurisdição". Como se ele não fosse responsável por investigar o senador mineiro, citado várias vezes por delatores da Operação Lava Jato.

Moro tentou também afirmar que é "imparcial". Como pretexto, disse que, além do PT, investiga políticos do PP, PMDB e SD (Solidariedade).

Mas ele nunca pega os políticos do PSDB, claramente enquadrados na Lava Jato.

Aécio Neves e José Serra são os principais. Mas delação recente da Odebrecht fala de um "santo", depois revelado como Geraldo Alckmin.

Mesmo assim, Moro insiste: "Eles eram da oposição. Logo, não vêm ao caso".

A palestra foi em Heidelberg, na Alemanha. Houve defensores e opositores de Moro, que entraram em conflito.

Nada grave, mas um rapaz quase agrediu uma moça para tirar o cartaz que ela exibia em protesto contra o juiz midiático.

Moro havia comentado sobre a foto dele com Aécio, que considerou "infeliz".

Vá entender isso, porque Moro estava justamente feliz ao lado do senador, na cerimônia de entrega do prêmio Brasileiros do Ano 2016, promovido pela revista Isto É, no Citybank Hall, em São Paulo.

As argumentações de Moro, em verdade, foram frouxas.

Nem de longe convencem, até porque dois detalhes fortes comprometem o juiz.

Um, é que Aécio Neves foi denunciado por mais de um delator da Operação Lava Jato.

Um deles afirmou que o mineiro é "chato" para cobrar propina.

A "infeliz" foto mostrava Moro e Aécio em clima de muita cumplicidade.

Mas infeliz mesmo foi a declaração do juiz: não investigar o PSDB por que "foi oposição".

Só que o esquema de propinas da Petrobras é anterior ao governo Lula.

Desde quando havia o plano de mudar o nome da Petrobras para Petrobrax, durante o governo FHC, sinalizando intenções de privatização, corria o "esquema do petrolão".

Era até de maneira mais selvagem do que a dos governos petistas.

O que não faz sentido é Sérgio Moro não investigar o envolvimento de políticos do PSDB.

O PSDB até foi um dos primeiros e mais afoitos a abocanhar o "petrolão".

Moro pelo menos deveria ter chamado os tucanos para prestarem depoimento.

Nem isso ele fez.

E ele afirma que é "imparcial", só porque cita outros partidos além do PT.

Mas, evitando o PSDB, ele demonstra sua parcialidade.

O PSDB comandava o "petrolão" desde quando era situação, estando no poder do Governo Federal.

Daí a farsa da Operação Lava Jato nas mãos de Sérgio Moro.

Que com a delação recente de executivos da Odebrecht revelou mais envolvimento de tucanos.

José Serra, Geraldo Alckmin... Daqui a pouco citarão o Aécio.

Até quando isso "não virá ao caso"?

Segue a carta aberta de intelectuais contra a palestra de Sérgio Moro na Universidade de Heidelberg:

Sr. Prof. Dr. Markus Pohlmann
Instituto de Sociologia Max Weber
Universidade de Heidelberg,

permita-nos uma breve apresentação. Somos professores de História, Ciência Política e Direito de distintas Universidades brasileiras, públicas e privadas, com atuação nas áreas de Teoria do Direito, Hermenêutica Constitucional, Direito Constitucional, Direito Econômico. Direito Penal e Processual Penal. Temos muitos anos de atividade científica e acompanhamos com atenção os acontecimentos em nosso País, especialmente durante e depois do golpe sofrido por nossa jovem democracia de abril a agosto de 2016. Com o mesmo interesse científico, e como cidadãos que viveram ainda o final da ditadura militar brasileira de 1964-85, seguimos de perto a assim chamada “Operação Lava Jato”, bem como o papel desempenhado pelo Poder Judiciário e Ministério Público brasileiros. Desta maneira, seguimos com proximidade a atuação do Juiz Federal Sérgio Fernando Moro e dos membros do Ministério Público Federal que o acompanha nos processos penais relativos à mencionada “Operação Lava Jato”.

Surpreendeu-nos que o Sr. e sua prestigiada Universidade de Heidelberg tenha convidado o Juiz Federal Sérgio Fernando Moro, na condição de “lutador contra a corrupção” para conferência no dia 09 de dezembro de 2016. O Juiz Federal Sérgio Moro incorreu em posturas as quais foram determinantes para o clima político de derrubada de um governo legítimo, servindo, desta forma, aos piores interesses antidemocráticos, a seguir enumerados:

– o Juiz Sérgio Moro ordenou a ilegal condução coercitiva do Ex Presidente Luís Inácio Lula da Silva em março de 2016;

– o Juiz Sérgio Moro criminosamente tornou pública escuta telefônica da então Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, enviando gravações de conversas para a Rede Globo de Televisão. A Rede Globo apoiou todos os movimentos autoritários do Brasil, desde 1964;

o Juiz Sérgio Moro fundamenta suas decisões de arbitrárias prisões provisórias não na Constituição e nas Leis do Estado Democrático de Direito; porém na repercussão midiática de sua atuação, conforme as palavras do próprio Juiz em texto de sua autoria publicado em 2004, sobre a “Operação Mani Pulite”, ocorrida na Itália nos anos 90;
o Juiz Sérgio Moro recebe prêmios e honrarias da Rede Globo de Televisão, comunica-se por mensagens eletrônicas com jornalistas desta Televisão, em franca oposição aos governos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff;
– violando Constituição, Leis e a soberania nacional, o Juiz Sérgio Moro entrega informações à justiça dos Estados Unidos da América, com quem dialoga frequentemente, sobre andamento de processos brasileiros, permitindo que réus brasileiros firmem acordo de colaboração com a justiça dos Estados Unidos da América, em detrimento do interesse das empresas nacionais brasileiras.

Há uma infinidade de abusos, ilegalidades e parcialidades em favor da oposição reacionária no Brasil, e contra os governos populares dos últimos 13 anos, praticadas pelo Juiz Sérgio Moro nos processos envolvidos no âmbito da “Operação Lava Jato”. Prezado Prof. Dr. Pohlmann, seriam muitas as particularidades que não caberiam nesta carta, mas qualquer um de nós estaria disposto a esclarecer-lhe, com documentos. O mais destacado no papel do Juiz Sérgio Moro foi sua contribuição decisiva para o golpe que começou em maio, e culminou em agosto de 2016 com a destituição da Presidenta Dilma Rousseff. Articulado com poderosos barões da mídia brasileira, Sérgio Moro, o Poder Judiciário e o Ministério Público Federal conseguiram derrotar a democracia brasileira; conseguiram instalar no Brasil o clima político de fascismo e intolerância política. O Sr., assim como todos nós que assinamos esta carta, bem conhecemos como pode ser o Direito utilizado para aparência de legalidade e para perseguição de adversários políticos.

Por tais razões, Prof. Dr. Markus Pohlmann, julgamos conveniente adverti-lo de que seu convidado não representa a luta contra a corrupção no Brasil, não representa o fortalecimento da democracia no Brasil. Ao contrário: representa o retorno a tempos que julgávamos superados na democracia constitucional e política de nosso País.

Com nosso profundo respeito.

1 – Alexandre Melo Franco de Moraes Bahia – UFOP – Bundesuniversität Ouro Preto/Minas Gerais
2 – André Karam Trindade – FG – Fakultät Guanambi/Bahia
3 – Antônio Gomes Moreira Maués – UFPA – Bundesuniversität Pará
4 – Beatriz Vargas Ramos Rezende – Universität Brasília – UnB
5 – Carol Proner – UFRJ – Bundesuniversität Rio de Janeiro
6 – Cynara Monteiro Mariano – UFC – Bundesuniversität Ceará
7 – Emílio Peluso Neder Meyer – UFMG – Bundesuniversität Minas Gerais
8 – Enzo Bello – UFF – Bundesuniversität Fluminense/Rio de Janeiro
9 – Eugênio Guilherme Aragão – UnB – Universität Brasília
10 – Fábio Kerche – FCRB – Haus-Rui-Barbosa-Stifitung/Rio de Janeiro
11 – Felipe Braga Albuquerque – UFC – Bundesuniversität Ceará
12 – Gilberto Bercovici – USP – Universität São Paulo
13 – Gisele Citadino – PUC/Rio – Pontifikale Katholische Universität Rio de Janeiro
14 – Gustavo César Cabral – UFC – Bundesuniversität Ceará
15 – Gustavo Ferreira dos Santos – UFPE – Bundesuniversität Pernambuco/ UNICAP – Katholische Universität Pernambuco
16 – Gustavo Raposo Feitosa – UFC – Bundesuniversität Ceará/UNIFOR – Universität Fortaleza
17 – Jânio Pereira da Cunha – UNIFOR – Universität Fortaleza/UNICHRISTUS – Universität Christus
18 – José Carlos Moreira da Silva Filho – PUC/RS – Pontifikale Katholische Universität Rio Grande do Sul
19 – José Ribas Vieira – UFRJ – Bundesuniversität Rio de Janeiro
21 – José Luiz Bolzan de Moraes – UNISINOS – Universität Vale-Rio-dos-Sinos/Rio Grande do Sul
22 – Juliana Neuenschwander Magalhães – UFRJ – Bundesuniversität Rio de Janeiro
23 – Jurandir Malerba – UFRGS – Bundesuniversität Rio Grande do Sul/ FU – Freie Universität Berlin
24 – Marcelo Cattoni – Bundesuniversität Minas Gerais
25 – Margarida Lacombe Camargo – UFRJ – Bundesuniversität Rio de Janeiro
26 – Martonio Mont’Alverne Barreto Lima – UNIFOR – Universität Fortaleza
27 – Newton de Menezes Albuquerque – UFC – Bundesuniversität Ceará/UNIFOR – Universität Fortaleza
28 – Willis Santiago Guerra Filho – UNIRIO – Bundesuniversität des Landes Rio de Janeiro/ PUC/SP – Pontifikale Katholische Universität São Paulo

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