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BOLSONARISMO AINDA É UM RISCO PARA O BRASIL

NO ALTO, MANIFESTAÇÃO NA AVENIDA PAULISTA, EM SÃO PAULO, MOSTRA QUE BOLSONARISMO AINDA TEM FÔLEGO. ACIMA, NA PRAÇA CHARLES MULLER, NO PACAEMBU, TAMBÉM NA CAPITAL PAULISTA, O LULISMO MOSTRA-SE FRÁGIL.

A julgar pela presença de bolsomínions em Brasília, teria sido um fiasco a manifestação pró-Bolsonaro neste domingo, Primeiro de Maio, feriado do Dia do Trabalho.

Mas, infelizmente, a máquina de produzir factoides do "mito" reverteu o que poderia ter sido, realmente, sua decadência, que este blogue já mencionou em manifestações anteriores.

As manifestações pró-Bolsonaro, entre discursos e motociatas, marcadas pelo pretenso moralismo anti-Judiciário, demonizando o Supremo Tribunal Federal e, pelo menos, dois ministros que peitaram o bolsonarismo, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, vieram com uma peça hilária.

Um cartaz simulando o anúncio do hipotético filme "O Ditador" (escrito em inglês, "The Dictator") mostravam Moraes e Barroso como "protagonistas", e a peça satírica tornou-se um grande apelo provocativo e golpista dos bolsonaristas constra as instituições.

Os atos da Avenida Paulista, aqui em São Paulo, tiveram mais gente que os atos na Praça Charles Miller, no Pacaembu, onde eu estive em dezembro do ano passado para um evento de exposição de ônibus.

Lula reviveu um papel que, há 50 anos, desempenhava com mais autenticidade e realismo: o do líder trabalhista prometendo governar em favor de trabalhadores e de miseráveis.

Foi num evento que contou com diversas centrais sindicais e vários movimentos sociais, e Lula pareceu mais vintage num discurso datado que evocava clichês do discurso petista.

Sem se dar conta das contradições que são em se aliar com forças divergentes ao seu projeto político e ao mesmo tempo preservar a integridade do programa de governo, Lula ainda cometeu uma gafe, generalizando a imagem negativa de policiais.

"Bolsonaro não gosta de gente, só gosta de policiais", disse Lula, se esquecendo que existem também bons policiais. Só mais tarde pediu desculpas. "Eles salvam muita gente", admitiu Lula.

Lula foi surfar na pauta bolsonarista e esculhambou a classe dos policiais como um todo. É prova que o petista não está sendo estratégico.

Os bolsonaristas não se acham derrotados. Pesquisando a imprensa, eu noto o semblante triunfalista dos bolsomínions, como também são conhecidos os apoiadores de Jair Bolsonaro.


Condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo STF, mas indultado por Bolsonaro, o deputado Daniel Silveira apareceu em um evento bolsonarista na Praia de Icaraí, por onde caminhei por várias manhãs de domingo quando eu morava em Niterói.

Provocador, o ex-policial Daniel Silveira posava de "vítima" e resolveu fazer uma galhofa com seu famoso ato, cometido há quatro anos, quando ele rasgou uma placa em homenagem à falecida vereadora Marielle Franco.

Ele exibiu uma placa de rua feita em homenagem a ele, e o dado mais risível é que Daniel é definido como um "mártir" e "defensor dos direitos individuais".

O que se percebe é que Bolsonaro não discursou muito em vídeos ou aparições no dia das manifestações bolsonaristas.

Jair deixou os outros falarem por ele. Infelizmente, o presidente Bolsonaro é um estrategista, ele quer dar a impressão de que é "democrático".

Por isso é que gente como Daniel Silveira e o também ex-policial Fabrício Queiroz, presente em Copacabana, Rio de Janeiro, entre outros mais ou menos destacados, falam em nome de Bolsonaro, que descansa sua imagem para poder falar quando a propaganda eleitoral começar para valer.

As esquerdas imaginam que Bolsonaro não falou para evitar fracasso maior contra ele.

Não. Por pior, nefasto e perigoso que Bolsonaro seja, ele é um estrategista.

Lula não é um estrategista e está cometendo sérios erros em sua pré-campanha.

Num Brasil distópico, ele foi à praia com sua Janja.

Lula se aliou aos golpistas de 2016. Deu um tiro no pé ao dizer que, se não aliasse com os golpistas de 2016, "só teria 10% da população" apoiando ele.

Isso tirou a máscara do "Lulão gigantão" que vence todas. Como um Lula que vence tudo vai depender de um político sem-votos como Geraldo Alckmin para ganhar as eleições?

Lula está mais próximo da classe média e, principalmente, dos identitaristas. Há muito tempo Lula abandonou as classes trabalhadoras.

A cada vez mais Lula mostra que tem a campanha mais confusa, contraditória e de pouca eficiência na corrida presidencial, apesar do favoritismo em supostas pesquisas eleitorais.

Lula não compreende a complexidade do momento atual e acha que pode fazer o que quiser.

Sem lidar com as contradições de suas ambições presidenciais, Lula começa a se desgastar, começando a sair do clima do "já ganhou" sob grande risco de ser derrotado.

E tudo isso porque Lula foi compactuar com os golpistas de 2016 que comemoraram a prisão do petista.

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