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A FICÇÃO ESTATÍSTICA DAS SUPOSTAS PESQUISAS DE OPINIÃO

LULA ESTÁ MUITO PREOCUPADO COM SUA PROPAGANDA PESSOAL.

Na bolha lulista, foi comemorada uma suposta pesquisa de opinião, divulgada pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem da FSB Comunicação (da Fundação Soares Brandão), na qual Lula teve um "aumento consistente" de aprovação para 62%, enquanto a desaprovação vai para 29%. Para celebrar o resultado, foi informado que, supostamente (conforme nossa avaliação), 21,5 mil pessoas teriam sodo consultadas, em grande parte de forma presencial. A quantidade seria, além disso, dez vezes maior do que o número que se costuma atribuir a essas supostas pesquisas.

Embora muitos representantes do mercado e do marketing garantam que essas supostas pesquisas são verídicas e expressam um recorte da realidade, preferimos duvidar disso, até por se tratar de uma consultoria encomendada pelo mercado, cada vez mais satisfeito com o presidente, um ex-líder sindical convertido a uma mascote da burguesia.

O governo Lula é o mais fraco e medíocre dos três mandatos, mas é o mais ambicioso em termos de propaganda pessoal de Lula e o mais empenhado em artifícios publicitários, que tentam dar a impressão de que o atual mandato realiza mais do que a realidade mostra. E vemos que essas realizações são muito ínfimas, com um tímido aumento salarial diante de reduções temporárias dos preços dos alimentos. 

A impressão que se tem é que, nos dois mandatos anteriores, Lula já fez mais pelo país, embora muitíssimo longe da grandeza de Getúlio Vargas, cujas realizações sobreviveram ao próprio presidente e só começaram a ser, em parte, desmontadas por Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo neoliberal que agora é "amigo de infância" de Lula e aliado da "democracia de um homem só".

Não se vê essas pesquisas acontecerem. Até parece que elas são institucionais, realizam levantamentos, se é que o fazem, nos próprios institutos ou nas empresas clientes. Mas a verdadeira pesquisa de campo não se vê uma sombra sequer, além do fato de ser duvidoso escolher um pequeno número de pessoas para representar toda uma população.

Quem saiu exaltando os resultados da suposta pesquisa de opinião é o pessoal bem de vida e agora compõem a esquerda lacradora que blinda o governo Lula. Quando muito, são os chamados "pobres remediados" que assimilaram valores burgueses. Não é o proletariado raiz, não é o campesinato de agricultores famintos que, junto a filósofos suicidas e sobrinhos de "médiuns de peruca", desaparecem debaixo dos arquivos. Também não são os sem-tetos forçados a viver nas ruas sujas. Não são os solteirões em busca de sossego na privacidade do lar. 

Esses apoiadores de Lula são pessoas que pouco importam se o salário mínimo está a R$ 1.412 porque ganha, no mínimo, nove vezes a mais que isso. Mesmo os pobres "remediados" podem comprar bons carros, mesmo a prestações, e a fazer festas na laje todo fim de semana.

E junte-se a ficção estatística das supostas pesquisas de opinião com outros artifícios, como as cerimônias para lançamento de medidas do governo, que mais parecem encenações. Enquanto isso, o litro de leite é dificilmente permanece abaixo de quatro reais, a carne de boa qualidade não vai abaixo de 35 reais o quilo e a cesta básica estoura o limite de 150 reais por pessoa.

E ainda temos que levar a sério uma suposta pesquisa de opinião. Fora da bolha, o povo se sente abandonado por Lula.

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