A sociedade autoproclamada "democrática", "esquerdista" e "do amor" é hipócrita. Composta por descendentes das elites golpistas e escravocratas, ela se constitui na atual elite do bom atraso, querendo lacrar bonito nas redes sociais defendendo valores do tipo "tudo de bom".
É uma sociedade tida como "generosa", mas egoísta, gananciosa e meritocrática, tristes qualidades escondidas sob seus trajes informais e seu jeito festivo e hedonista, mais preocupada com a "liberdade" para si mesma do que para a qualidade de vida dos mais necessitados e aflitos.
Obtendo protagonismo no cenário político atual, com o presidente Lula convertido em um grande pelego, exagerando em discursos e cerimônias de campanha, a burguesia de chinelos tenta enganar, se passando por "todo o povo brasileiro", mostrando que, neste "Brasil único", uns são mais únicos que os outros.
O Brasil vive a supremacia dos poucos "predestinados" que ganham demais sem necessidade, e gastam muito com supérfluos. Quem tem dívidas a pagar não vê a cor do dinheiro. Quem no entanto só pensa em viagens à toa, só para impressionar os amigos, e em fazer festinhas todo fim de semana, vê o dinheiro inundar seus cofres, ainda que com base em sorteios de capitalizações, loterias, promoções.
Este é um país desigual, onde comediantes fingem ser jornalistas veteranos para conquistar fácil cargos de Comunicação. Onde atletas de concursos públicos são aprovados e investidos em cargos para depois reclamarem dos salários que não lhes permitem fazer aquela viagem para a Flórida no fim de ano.
Pessoas com orgulho de jogar comida fora, ainda se arrogando em dizer que não são obrigadas a comer toda a comida oferecida. E isso num país onde muitos passam fome. Depois a gente chama a "boa" sociedade de burguesa, de elite do atraso, e o pessoal não gosta.
É constrangedor viver esse momento, que em tese não deveria ser de aprofundamento das desigualdades sociais, mas que na prática significa o agravamento desta situação. E ver Lula tornando-se um grande pelego, vivendo o clima do "tô nem aí", ignorando críticas, vivendo do culto à sua personalidade e se achando excessivamente confiante no seu destino, também envergonha, e muito.
A sociedade que tomou o poder no Brasil de Lula é hipócrita. Ganha demais sem necessidade para gastar à toa, feito perdulários compulsivos e festivos. É a mesma elite golpista, descendente dos facínoras do passado, que não mudou em sua essência, "mudando" apenas na aparência para continuar sempre a mesma, esnobando a pobreza dos outros e desprezando, sorridente, a agonia dos que vêm as dívidas acumularem e o dinheiro escapar de suas mãos.
Vamos ter Carnaval e a "boa" sociedade, a "sociedade do amor" desses decepcionantes tempos lulistas de hoje, vai se entupir de cerveja enquanto outras pessoas precisam melhorar sua alimentação e não têm grana para isso. Essa elite já está usando, há um bom tempo, a fantasia carnavalesca de "gente simples", para fazer bonito na folia nordestina, se misturando aos pobres que, no fundo, lhes são desprezíveis e insignificantes.
Mas que essa sociedade "sem preconceitos", mas muitíssimo e cruelmente preconceituosa, tem que deixar seus preconceitos perversos para os bolsonaristas. A "boa" sociedade lulista tem que esconder sua fobia ao povo pobre, vendo-o com falsa benevolência mas impondo aos miseráveis o mesmo papel sociocultural subserviente e submisso de séculos atrás, em troca de relativa proteção institucional e precária ou seletiva ajuda financeira.
A "boa" sociedade, a repaginada elite do atraso, a burguesia de chinelos invisível a olho nu que se acha "pobre" só porque vai curtir a festa junina em Juazeiro, mostra todo o seu pior cinismo, a sua pior arrogância, o seu mais perverso desprezo social, quando, entre outras coisas, sugere, feito amigos da onça, que os trabalhadores que recebem um salário mínimo de R$ 1.412 peçam para os patrões darem aumento salarial. Ah, o patronato ficou tão bonzinho... Depois não gostam que chamem Lula de pelego.
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