As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana".
Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida.
Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo.
Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e enganou as esquerdas e permitiu o voto tranquilo do golpe que derrubou Dilma Rousseff - serem os super-ricos do "funk", vemos as gerações recentes de funqueiros esbanjando riqueza com bens supérfluos e tudo.
A exemplo dos craques de futebol que esbanjam riqueza abusiva - Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Robinho dos Santos, Marcelinho Carioca e, principalmente, Neymar - , também houve a conversa furada de que "eles ganharam de forma merecida, tendo direito a comprar o que quiserem".
Só que isso se torna abusivo e, além disso, os ex-pobres passam a integrar a nova burguesia. O que poucos conseguem admitir é que o "funk" nunca foi de esquerda, e neste caso é inútil o funqueiro fazer textão usando a pobreza como carteirada e com isso tentar justificar seu falso esquerdismo, uma escolha feita para obter as verbas estatais de Lula.
Me lembro de uma mensagem hipócrita de um funqueiro no tempo que eu fazia O Kylocyclo, que dizia: "Bota mais dinheiro que o funk melhora". Foi em 2009. Mas desde 2002 o "funk" recebeu grandes somas de dinheiro e nunca melhorou musicalmente, sendo o mesmo lixo grotesco, arrogante e com poses de vitimismo barato.
Devemos denunciar essa velha ordem social que agora tenta sobreviver ao naufrágio bolsonarista, querendo se passar por "predestinada" sob o comando de um confuso Lula. Os funqueiros fazem parte dessa velha ordem, pois são um subproduto do culturalismo que os pobres tinham que assimilar da Tv da ditadura militar. E o "funk", queiram ou não, é "irmão" de Bolsonaro, no sentido de que ambos surgiram nos anos 1990 dentro do contexto de degradação sociocultural do Rio de Janeiro. Essa realidade dói, mas é a realidade.
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