Pular para o conteúdo principal

SILAS MALAFAIA TAMBÉM VENDEU "LIVROS DE SABEDORIA" FORA DAS LIVRARIAS

PONHA UMA BOINA OU PERUCA, UNS ÓCULOS ESCUROS, MAIS CALMANTE E PALAVRAS DÓCEIS, QUE A REPUTAÇÃO DE SILAS MALAFAIA MELHORA ENTRE A ELITE DO BOM ATRASO.

É vergonhoso e muito triste ver que um filmeco de ultimésima categoria como o medonho Nosso Lar 2, um misto, grotesco de tão ruim, de novela de quinta categoria, de ficção científica e de filme de fantasia, ter feito um aparente sucesso, suficiente para animar o "meio espírita" brasileiro, essa religião que nunca passou de um Catolicismo medieval de botox, transmissor de ideias dignas do Século XII travestidas de pretenso futurismo astral.

É de cortar o coração ver que essa religião, o Espiritismo brasileiro, ser alvo de blindagem extrema, graças a um pacto de silêncio que esconde aspectos sombrios como a morte suspeita, por possível "queima de arquivo", o sobrinho do famoso impostor religioso, um reacionário "médium" que usava peruca e, depois, boina (mais parecendo uma versão live action do Eustáquio de Coragem, o Cão Covarde), além da religião servir de "lavagem de dinheiro" de empresários e latifundiários.

Apesar de tantos aspectos sombrios e do fato do Espiritismo brasileiro feder a catacumbas escuras cheia de mofo acumulado em dez séculos, a religião é vista de maneira tão positiva por pessoas incautas que se acham "cultas" que esse "kardecismo sem Kardec" torna-se um refúgio para pessoas burras ou de níveis sofríveis de inteligência posarem de "sábias" e, apelando para a falsa modéstia, de "dedicados aprendizes" desse pseudo-intelectualismo cheio de dogmas retrógrados.

Percorrendo a cidade de São Paulo, vejo, com preocupação, as bancas de jornais anunciando a venda de livros do tal "médium" obscurantista (as iniciais são as consoantes da palavra "caixa"), cujo apoio à ditadura militar foi tão radical e irredutível que faz o Cabo Anselmo parecer um cosplei do capitão Lamarca. É de causar nojo a insistência do mercado em livros tão obscurantistas, com atribuição fake a autores mortos e com apelos retrógrados e trevosos do tipo "tem que se aceitar, calado e submisso, uma série de intermináveis desgraças, visando encurtar o caminho para Deus".

De vez em quando vem algum trouxa botando frases desse obscurantista medieval para "alegrar o dia", e é lamentável que esse recurso infeliz foi jogado para um WhatsApp de corretores de imóveis, do qual estou inscrito, um ambiente que não deveria ser para mensagens religiosas, pois seu propósito é vender imóveis. 

Tive que apagar a postagem sem clicar em cima - senão a mensagem iria contaminar meu celular, na lista de arquivos do WhatsApp - e, mais tarde, as mensagens postadas até poucos dias atrás. Hoje o perfil está, no meu celular, apenas com mensagens postadas nos últimos cinco dias.

É assustador ver que o impostor obscurantista religioso de Minas Gerais, com seus 400 livros de ideias medievais, seja alvo de tanta adoração cega e de uma blindagem que nunca deveria haver, mas é motivada por uma falsa caridade que incluiu tanto mensagens fake de supostos mortos para enganar familiares e amigos quanto a humilhante formação de grandes filas de miseráveis para receber uma micharia de mantimentos que mal conseguem durar dois dias.

Mas esse "médium" não é idolatrado pelo povo pobre nem pelos cidadãos comuns, mas pela elite do bom atraso, ela mesma, a burguesia de chinelos que um dia achou que Sérgio Moro era o "enviado de Deus na Terra" e que agora se disfarça de "esquerdista" aproveitando a fase pelego do presidente Lula.

A elite do bom atraso tem nesse "médium da peruca" o Silas Malafaia para chamar de seu, embora sob o contexto do "não-raivismo" dessa "sociedade do amor" sem medo e sem (o verdadeiro) amor, ridicularizando quem prefere passar as noites de sábado em casa lanchando leite e biscoitos.

Lembremos que tanto "espíritas" quanto "neopenteques" foram financiados pela ditadura militar para enfraquecer o Catolicismo que, nos anos 1970, vivia a ascensão da Teologia da Libertação, que promovia mobilização popular e denunciava os abusos da violência ditatorial. Sob a desculpa de investir em "novidades da fé" e na "diversidade religiosa", o "médium de peruca", Edir Macedo e R. R. Soares se lançaram para recuperar o ultraconservadorismo religioso.

Silas Malafaia é um dos expoentes mais recentes dos neopentecostais, e é famoso por seus ataques hidrófobos, algo que até o "médium da peruca" também teve, vide a raiva, com apetite digno de um bolsonarista hoje, pela desconfiança dos amigos de um jovem falecido, Jair Presente, tiveram em relação às delirantes "psicografias" que carregavam seu nome. Mas a turma que põe mensagens do "médium" para "alegrar o dia" prefere ver, nesses obscurantistas religiosos, as "fadas-madrinhas" do mundo real, então paciência. É a elite do bom atraso, estúpido!

Mas aí me lembro de, por volta de 2009 a 2011, que uma rede de supermercados do Grande Rio vendia livros de Malafaia nas caixas registradoras, como se vende pastilhas, aparelhos de barbear e até refrigerantes guardados em pequenos refrigeradores.

Os livros de Malafaia - que deixaram de ser vendidos, depois dos primeiros escândalos contra o pastor, hoje bolsonarista - também se passavam por "livros de sabedoria" vendidos fora das livrarias, remetendo ao passado vitimista dos neopentecostais que, como "novidade religiosa", buscavam expansão através da choradeira, aquela conversa de "vítima de preconceito" que marcou, mais tarde, o discurso intelectual em prol da bregalização cultural da música popularesca de sucesso.

Hoje Malafaia é denunciado por seu raivismo discursivo, seu ódio sociopata e a defesa de pautas obscurantistas bem mais escancaradas que os "espíritas", por isso facílimas de serem reconhecidas. Os "espíritas" é que, evitando a estética e a gramática do raivismo, podem fazer apologia da desgraça alheia, desejando o pior para o próximo, por meio de uma fala suave, com a boca cheia de mel. Dizem que a cicuta é um veneno com sabor doce, e pelo jeito só falta colocar o "h" após a primeira letra.

É por causa desse obscurantismo religioso que o Brasil permanece na areia movediça do atraso, e é lamentável que o atual momento político de Lula se mostre incapaz de ver essa complexidade, já que o próprio lulismo é simpático a esse obscurantismo e seus valores retrógrados de "amor ao próximo", restritos ao assistencialismo meramente paliativo e profundamente paternalista, que trata o povo pobre de forma pior do que cãezinhos e gatinhos resgatados das ruas por instituições de proteção dos animais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FUNQUEIROS, POBRES?

As notícias recentes mostram o quanto vale o ditado "Quem nunca comeu doce, quando come se lambuza". Dois funqueiros, MC Daniel e MC Ryan, viraram notícias por conta de seus patrimônios de riqueza, contrariando a imagem de pobreza associada ao gênero brega-popularesco, tão alardeada pela intelectualidade "bacana". Mc Daniel recuperou um carrão Land Rover avaliado em nada menos que R$ 700 mil. É o terceiro assalto que o intérprete, conhecido como o Falcão do Funk, sofreu. O último assalto foi na Zona Sul do Rio de Janeiro. Antes de recuperar o carro, a recompensa prometida pelo funqueiro foi oferecida. Já em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, outro funqueiro, MC Ryan, teve seu condomínio de luxo observado por uma quadrilha de ladrões que queriam assaltar o famoso. Com isso, Ryan decidiu contratar seguranças armados para escoltá-lo. Não bastasse o fato de, na prática, o DJ Marlboro e o Rômulo Costa - que armou a festa "quinta coluna" que anestesiou e en

FIQUEMOS ESPERTOS!!!!

PESSOAS RICAS FANTASIADAS DE "GENTE SIMPLES". O momento atual é de muita cautela. Passamos pelo confuso cenário das "jornadas de junho", pela farsa punitivista da Operação Lava Jato, pelo golpe contra Dilma Rousseff, pelos retrocessos de Temer, pelo fascismo circense de Bolsonaro. Não vai ser agora que iremos atingir o paraíso com Lula nem iremos atingir o Primeiro Mundo em breve. Vamos combinar que o tempo atual nem é tão humanitário assim. Quem obteve o protagonismo é uma elite fantasiada de gente simples, mas é descendente das velhas elites da Casa Grande, dos velhos bandeirantes, dos velhos senhores de engenhos e das velhas oligarquias latifundiárias e empresariais. Só porque os tataranetos dos velhos exterminadores de índios e exploradores do trabalho escravo aceitam tomar pinga em birosca da Zona Norte não significa que nossas elites se despiram do seu elitismo e passaram a ser "povo" se misturando à multidão. Tudo isso é uma camuflagem para esconder

DEMOCRACIA OU LULOCRACIA?

  TUDO É FESTA - ANIMAÇÃO DE LULA ESTÁ EM DESACORDO COM A SOBRIEDADE COM QUE SE DEVE TER NA VERDADEIRA RECONSTRUÇÃO DO BRASIL. AQUI, O PRESIDENTE DURANTE EVENTO DA VOLKSWAGEN DO BRASIL. O que poucos conseguem entender é que, para reconstruir o Brasil, não há clima de festa. Mesmo quando, na Blumenau devastada pela trágica enchente de 1983, se realizou a primeira Oktoberfest, a festa era um meio de atrair recursos para a reconstrução da cidade catarinense. Imagine uma cirurgia cujo paciente é um doente em estado terminal. A equipe de cirurgiões não iria fazer clima de festa, ainda mais antes de realizar a operação. Mas o que se vê no Brasil é uma situação muito bizarra, que não dá para ser entendida na forma fácil e simplória das narrativas dominantes nas redes sociais. Tudo é festa neste lulismo espetaculoso que vemos. Durante evento ocorrido ontem, na sede da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, Lula, já longe do antigo líder sindical de outros tempos, mais parecia um showm

FOMOS TAPEADOS!!!!

Durante cerca de duas décadas, fomos bombardeados pelo discurso do tal "combate ao preconceito", cujo repertório intelectual já foi separado no volume Essa Elite Sem Preconceitos (Mas Muito Preconceituosa)... , para o pessoal conhecer pagando menos pelo livro. Essa retórica chorosa, que alternava entre o vitimismo e a arrogância de uma elite de intelectuais "bacanas", criou uma narrativa em que os fenômenos popularescos, em boa parte montados pela ditadura militar, eram a "verdadeira cultura popular". Vieram declarações de profunda falsidade, mas com um apelo de convencimento perigosamente eficaz: termos como "MPB com P maiúsculo", "cultura das periferias", "expressão cultural do povo pobre", "expressão da dor e dos desejos da população pobre", "a cultura popular sem corantes ou aromatizantes" vieram para convencer a opinião pública de que o caminho da cultura popular era através da bregalização, partindo d

VIRALATISMO MUSICAL BRASILEIRO

  "DIZ QUE É VERDADE, QUE TEM SAUDADE .." O viralatismo cultural brasileiro não se limita ao bolsonarismo e ao lavajatismo. As guerras culturais não se limitam às propagandas ditatoriais ou de movimentos fascistas. Pensar o viralatismo cultural, ou culturalismo vira-lata, dessa maneira é ver a realidade de maneira limitada, simplista e com antolhos. O que não foi a campanha do suposto "combate ao preconceito", da "santíssima trindade" pró-brega Paulo César de Araújo, Pedro Alexandre Sanches e Hermano Vianna senão a guerra cultural contra a emancipação real do povo pobre? Sanches, o homem da Folha de São Paulo, invadindo a imprensa de esquerda para dizer que a pobreza é "linda" e que a precarização cultural é o máximo". Viralatismo cultural não é só Bolsonaro, Moro, Trump. É"médium de peruca", é Michael Sullivan, é o É O Tchan, é achar que "Evidências" com Chitãozinho e Xororó é um clássico, é subcelebridade se pavoneando

ESQUERDAS CORTEJANDO UMA CANTORA IDENTITARISTA... MAS CAPITALISTA

CARTAZ DA BOITEMPO JUNTANDO KARL MARX E MADONNA NO MESMO BALAIO. O Brasil está tendo uma aula gratuita do que é peleguismo, com Lula fazendo duplo jogo político enganando o povo pobre e se aliando com os ricos, e do que é pequena burguesia, com uma elite de classe média abastada que aoosta num esquerdismo infantilizado, identitarista e indiferente aos verdadeiros problemas das classes trabalhadoras. As esquerdas mainstream do Brasil, as esquerdas médias, são a tradução local da pequena burguesia falada pela teoria marxista. Uma esquerda que quer soar pop e que, através dos “brinquedos culturais” que fazem do Brasil a versão vida real da novela das 21 horas da Rede Globo, quer o mundo da direita moderada convertido num pretenso patrimônio esquerdista. Isso faz as esquerdas soarem patéticas em muitos momentos. Como se observa tanto na complacência do jornalista Julinho Bittencourt, da Revista Fórum, com o fato da apresentação de Madonna em Copacabana, no Rio de Janeiro, não ter músicos e

ALEGRIA TÓXICA DO É O TCHAN É CONSTRANGEDORA

O saudoso Arnaldo Jabor, cineasta, jornalista e um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC - UNE), era um dos críticos da deterioração da cultura popular nos últimos tempos. Ele acompanhava a lucidez de tanta gente, como Ruy Castro e o também saudoso Mauro Dias que falava do "massacre cultural" da música popularesca. Grandes tempos e últimos em que se destacava um pensamento crítico que, infelizmente, foi deixado para trás por uma geração de intelectuais tucanos que, usando a desculpa do "combate ao preconceito" para defender a deterioração da cultura popular.  O pretenso motivo era promover um "reconhecimento de grande valor" dos sucessos popularescos, com todo aquele papo furado de representar o "espírito de uma época" e "expressar desejos, hábitos e crenças de um povo". Para defender a música popularesca, no fundo visando interesses empresariais e políticos em jogo, vale até apelar para a fal

O PESADELO GAÚCHO QUE DESAFIA O "SONHO BRASILEIRO"

O CENTRO DE PORTO ALEGRE COM ÁGUA QUE ATINGIU CINCO METROS DE ALAGAMENTO. Não há como sonhar grande. O risco de cair da cama é total. A terrível tragédia do temporal no Rio Grande do Sul é algo que nos faz parar para pensar. Isso é normal para um país próspero? Falta alguma consciência ambiental no nosso país? Até o fechamento deste texto, 56 pessoas morreram e vários estão entre feridos, desabrigados e desaparecidos. Porto Alegre, Caxias do Sul e Gramado estão entre as inúmeras cidades atingidas por chuvas intensas, vendavais, trovoadas e transborda de rios, entre eles o Guaíba. E nós manifestamos pesar sobre essa traumatizante ocorrência e solidariedade às vítimas. A situação é muito triste, mas não deixa de ser lamentável o oportunismo das subcelebridades, aspirantes a super-ricos, de oferecer doações milionárias para as vítimas das enchentes. Uma sociedade que, em condições naturais, quer demais para si e, egoísta, não quer abrir mão do supérfluo para ajudar o próximo a ter o neces

BRASIL NO APOGEU DO EGOÍSMO HUMANO

A "SOCIEDADE DO AMOR" E SEU APETITE VORAZ DE CONSUMIR O DINHEIRO EM EXCESSO QUE TEM. Nunca o egoísmo esteve tão em moda no Brasil. Pessoas com mão-de-vaca consumindo que nem loucos mas se recusando a ajudar o próximo. Poucos ajudam os miseráveis, poucos dão dinheiro para quem precisa. Muitos, porém, dizem não ter dinheiro para ajudar o próximo, e declaram isso com falsa gentileza, mal escondendo sua irritação. Mas são essas mesmas pessoas que têm muito dinheiro para comprar cigarros e cervejas, esses dois venenos cancerígenos que a "boa" sociedade consome em dimensões bíblicas, achando que vão viver até os 100 anos com essa verdadeira dieta do mal à base de muita nicotina e muito álcool. A dita "sociedade do amor", sem medo e sem amor, que é a elite do bom atraso, a burguesia de chinelos invisível a olho nu, está consumindo feito animais vorazes o que seus instintos veem como algo prazeroso. Pessoas transformadas em bichos, dominadas apenas por seus instin

FLUMINENSE FM E O RADIALISMO ROCK QUE QUASE NÃO EXISTE MAIS

É vergonhoso ver como a cultura rock e seu mercado radiofônico se reduziram hoje em dia, num verdadeiro lixo que só serve para alimentar fortunas do empresariado do entretenimento, de promotoras de eventos, de anunciantes, da mídia associada, às custas de produtos caros que vendem para jovens desavisados em eventos musicais.  São os novos super-ricos a arrancar cada vez mais o dinheiro, o couro e até os rins de quem consome música em geral, e o rock, hoje reduzido a um teatro de marionetes e um picadeiro da Faria Lima, se tornou uma grande piada, mergulhada na mesmice do hit-parade . Ninguém mais garimpa grandes canções, conformada com os mesmos sucessos de sempre, esperando que Stranger Things e Velozes e Furiosos façam alguma canção obscura se popularizar. Nos anos 1980, houve uma rádio muito brilhante, que até hoje não deixou sucessora à altura, seja pelos critérios de programação, pelo leque amplo de músicas tocadas e pela linguagem própria de seus locutores, seja pelo alcance do s