Pular para o conteúdo principal

89 FM E RÁDIO CIDADE SOAM VELHAS PARA A CULTURA ROCK


Só um país provinciano e conservador como o Brasil - sobretudo num Sul e Sudeste que decepcionaram com seu retrocesso cultural nos últimos anos - para que duas rádios de hit-parade bastante antiquadas sejam vistas como "vanguarda" só porque abraçam, em tese, um único estilo musical associado à rebeldia juvenil, o rock.

Depois de muito burburinho quando ressurgiram "explorando" a causa roqueira, respectivamente no final de 2012 e neste ano, as rádios 89 FM, de São Paulo, e Cidade, do Rio de Janeiro, não deram conta do recado, em relação à cultura rock, apesar do aparente bom desempenho na audiência.

Isso porque seu repertório e sua programação repetiram o mesmo desempenho fraco que fez as duas rádios abandonarem o rock, depois da promessa das duas rádios de "abranger" tanto os clássicos quanto as novidades, apesar da tardiamente assumida opção pelo "rock contemporâneo" (grunge, pop-rock "alternativo", nu metal, poppy punk) safra 1990-2000.

Depois de um retorno festejado pela grande mídia e pelos internautas - que, de forma exagerada e até equivocada, nivelava essas duas rádios às autênticas rádios de rock de outrora, quando tanto a 89 quanto a cidade nunca tiveram uma mentalidade realmente roqueira - , as duas rádios passaram a dar maior ênfase nos mesmos hits e nos locutores animadinhos.

PROVINCIANISMO

Ignorando as pressões da cultura rock lá de fora, que no Brasil reflete fora do mercado radiofônico, as duas rádios parecem se contentar em adaptar, na prática, o perfil histérico de rádios como Mix FM e Jovem Pan 2 com um "vitrolão" roqueiro ou coisa parecida.

O marketing das duas rádios é contraditório o tempo inteiro. As duas rádios querem ser "radicalmente rock" sem adotar o "radicalismo roqueiro", e, embora digam oficialmente que são dedicadas ao público roqueiro, atraem um público ouvinte que não é diferente dos que já ouvem rádios de pop dançante ou mesmo de música brega.

Isso não é boato. Pesquisas realizadas entre 2011 e 2014 nas ruas das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo mostram que 98% dos ouvintes das duas "rádios rock" já ouviam regularmente rádios do porte da Nativa FM (dos mesmos donos da 89), Jovem Pan 2, Band FM e Mix FM, ou da carioca Beat 98 e da paulista Energia 97 FM.

A visão é bastante provinciana, já que a 89 e a Cidade não conseguem acompanhar as tendências do rock que vão fora do hit-parade internacional. Considerar como bandas "novas" grupos tipo Young Guns (imitação do Korn e do Linkin Park) nem de longe é ser "descolado", mas deslocado mesmo.

A veiculação dos mesmíssimos sucessos - dá para adivinhar, por exemplo, quais as músicas do Red Hot Chili Peppers que as duas rádios tocarão - de maneira repetitiva, apesar de um rodízio maior de canções e artistas tocados, diminui o impacto das duas rádios no meio radiofônico, transformando toda a euforia de 2012 até meses atrás em conversa para boi dormir.

REACIONARISMO DIMINUIU, PORQUE PEGOU MAL DEMAIS

O que também diferiu nas duas rádios é a diminuição do reacionarismo de seus adeptos, que até estava começando nas redes sociais, mas a lembrança de 2005 e 2006, quando o reacionarismo extremo dos fanáticos pelas duas emissoras abalou sua reputação, o que contribuiu pelo abandono do rock nessa época.

Isso porque a blogosfera e a Internet como um todo chegaram a um nível em que o poderio midiático não é mais tão absoluto. Mesmo o mais reacionário defensor de um veículo midiático hoje pode ser desmoralizado pelas redes sociais, e o debate sobre mídia ocorre de tal forma que até mesmo os grupos Abril e Folha, que antes protegiam a 89 FM, perderam o prestígio de antes.

Além disso, as duas rádios, que em tese simbolizam um ideal de rebeldia - ainda que caricato e de conteúdo ideológico bastante conservador - , ficaram duramente abaladas com os extremos da trolagem e até da haqueagem promovida por seus adeptos, o que fez a 89 e a Cidade terem sua imagem associada a "delinquentes golpistas".

Por isso o reacionarismo diminuiu, para evitar a repercussão negativa, já que, na prática, as duas rádios adotam uma atitude de risco, já que estão indiferentes às pressões do público roqueiro, enquanto se tornam presas à mediação de interesses comerciais.

INTERESSES COMERCIAIS CASTRADORES

As duas rádios assumiram essa atitude de risco de serem "roqueiras, mas nem tanto", apesar da imagem publicitária sempre sugerir o contrário. E isso, embora seja comercialmente viável, impôs um preço caro à reputação das duas rádios, bastante baixa entre o público roqueiro autêntico, aquele que vê o rock não como um "som maneiro", mas como um estado de espírito.

A 89 FM chegou a ser uma moderada rádio de rock entre o final de 1985, quando surgiu, até meados de 1987, com seu projeto "antirrádio", superestimado pela mídia paulista, que fundia aspectos das rádios do Grande RJ Fluminense FM e Estácio FM.

Já a Rádio Cidade tem um fardo mais duro. A emissora surgiu alheia ao perfil roqueiro, que no ano de seu surgimento, 1977, era representado pela antiga Eldo Pop FM (depois extinta para dar lugar à atual Beat 98). Em vez disso, a Cidade estabeleceu seu carisma através de uma programação pop eclética, com ênfase na disco music, e uma linguagem despretensiosa e descontraída.

No entanto, pegando carona no fim da Fluminense FM (que então havia virado afiliada da Jovem Pan 2), a Rádio Cidade demonstrou a posterior frustração de não ter tido o carisma vanguardista da antiga rádio de rock niteroiense. A Cidade foi pioneira num estilo pop de fazer rádio, mas esse estilo se banalizou e na busca de uma outra façanha a rádio dos 102,9 mhz foi passada para trás.

Daí a indigesta opção em assumir o rock, dentro de limites muito rígidos de programação, já adotados pela 89. A Cidade não passou pelo estágio "antirrádio", nem adotou uma lógica alternativa de fazer programação, tendo já em 1995 optado por uma lógica mais comercial, que a 89 adotou de 1988 em diante.

Isso cria um grande impasse. As duas rádios não podem ousar, mas também não podem recuar. Ficam prisioneiras no seu estilo de programação, não podendo ser muito comerciais a ponto de virarem pop e também não podendo ser muito segmentadas a ponto de abrir mão de aspectos pop como a locução.

Elas não podem, por exemplo, tocar bandas mais seminais de rock nem sair das "músicas de trabalho" e "grandes sucessos" para não parecerem "radicais", e também não podem mergulhar fundo em tendências mais pop, como o "happy rock", apesar deste ser derivado das aventuras pseudo-punk que iam do Não Religião e Velhas Virgens até Detonautas Roque Clube e CPM 22.

Aparentemente, esse impasse parece ser comercialmente viável, vide a ênfase que as duas emissoras têm em criar programas humorísticos em sua grade diária (como "Hora dos Perdidos" e "Quem Não Faz Toma").

Mas, a título de segmento rock, isso traz um resultado bastante negativo para as duas emissoras, que não saem da mesma ciranda das rádios pop convencionais. Na prática, as duas rádios se tornam paralíticas diante dessa postura em cima do muro entre o comercial e o alternativo.

Querendo agradar tanto ouvintes médios quanto roqueiros exigentes, a 89 e Cidade se contradizem e fracassam o tempo todo. Vetam bandas como Cine e Restart, mas têm problemas de aceitação por parte de fãs de bandas como Ramones e The Smiths. Contratam locutores animadinhos, mas tentam passar a imagem de "rádios rock sérias". Não conseguem.

As duas rádios, repetindo esse mesmo desempenho dos anos 90 e 2000, acabam soando muito velhas e ultrapassadas para a cultura rock, mesmo a brasileira. Mas o próprio rádio FM, como um todo, está ultrapassado e mofado, quando pouca coisa se salva da mesmice bolorenta de uma frequência viciada pelo comercialismo e que vai assimilar de vez o pior do rádio AM.

Por isso, o mercado radiofônico e os "tietes de rádio FM" vão demorar muito a perceber o quanto as duas "rádios rock" são ultrapassadas, superficiais e extremamente paralíticas, e que aquela declaração raivosa dos adeptos da 89 e Cidade para que quem não gostasse das duas rádios que fosse ouvir MP3 acaba sendo uma propaganda e tanto que prejudica as duas rádios.

Afinal, o YouTube é que anda mostrando arquivos musicais de rock bem mais consistentes, abrangentes e ousados que as duas rádios se recusam a tocar. Coisas que nos anos 80 só se ouvia na Fluminense FM e na antiga 97 Rock FM aparecem na íntegra no YouTube, abastecendo as coleções auditivas dos roqueiros inclusive com LPs inteiros e faixas de Lados B.

Daí a dúvida de que o "hoje e sempre" das rádios 89 e Cidade será mesmo para valer. Amanhã vai ser outro dia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

BRASIL PASSOU POR SEIS DÉCADAS DE RETROCESSOS SOCIOCULTURAIS

ANTES RECONHECIDA COMO SÉRIO PROBLEMA HABITACIONAL, A FAVELA (NA FOTO, A ROCINHA NO RIO DE JANEIRO) TORNOU-SE OBJETO DA GLAMOURIZAÇÃO DA POBREZA FEITA PELAS ELITES INTELECTUAIS BRASILEIRAS. A ideia, desagradável para muitos, de que o Brasil não tem condições para se tornar um país desenvolvido está na deterioração sociocultural que atingiu o Brasil a partir de 1964. O próprio fato de muitos brasileiros se sentirem mal acostumados com essa deterioração de valores não significa que possamos entrar no clube de países prósperos diante dessa resignação compartilhada por milhares de pessoas. Não existe essa tese de o Brasil primeiro chegar ao Primeiro Mundo e depois “arrumar a casa”, como também se tornou inútil gourmetizar a decadência cultural sob a desculpa de “combater o preconceito”. Botar a sujeira debaixo do tapete não limpa o ambiente. Nosso país discrimina o senso crítico, abrindo caminho para os “novos normais” que acumulamos, precarizando nosso cotidiano na medida em que nos resig...

“ROCK PADRÃO 89 FM” PERMITE CULTUAR BANDAS FICTÍCIAS COMO O VELVET SUNDOWN

Antes de irmos a este texto, um aviso. Esqueçamos os Archies e os Monkees, bandas de proveta que, no fundo, eram muito boas. Principalmente os Monkees, dos quais resta vivo o baterista e cantor Micky Dolenz, também dublador de desenhos animados da Hanna-Barbera (também função original de Mark Hamill, antes da saga Guerra nas Estrelas).  Essa parcela do suposto “rock de mentira” até que é admirável, despretensiosa e suas músicas são muito legais e bem feitas. E esqueçamos também o eclético grupo Gorillaz, influenciado por hip hop, dub e funk autêntico, porque na prática é um projeto solo de Damon Albarn, do Blur, com vários convidados. Aqui falaremos de bandas farsantes mesmo, sejam bandas de empresários da Faria Lima, como havíamos descrito antes, seja o recente fenômeno do Velvet Sundown, grupo de hard rock gerado totalmente pela Inteligência Artificial.  O Velvet Sundown é um quarteto imaginário que foi gerado pela combinação de algoritmos que produziram todos os elementos d...

“GALERA”: OUTRA GÍRIA BEM AO GOSTO DA FARIA LIMA

Além da gíria “balada” - uma gíria que é uma droga, tanto no sentido literal como no sentido figurado - , outra gíria estúpida com pretensões de ser “acima dos tempos e das tribos” é “galera”, uma expressão que chega a complicar até a nossa língua coloquial. A origem da palavra “galera” está no pavimento principal de um navio. Em seguida, tornou-se um termo ligado à tripulação de um navio, geralmente gente que, entre outras atividades, faz a faxina no convés. Em seguida, o termo passou a ser adotado pelo jornalismo esportivo porque o formato dos estádios se assemelhava ao de navios. A expressão passou a ser usada, também no jornalismo esportivo, para definir o conjunto de torcedores de futebol, sendo praticamente sinônimo de “torcida”. Depois o termo passou a ser usado pelo vocabulário bicho-grilo brasileiro, numa época em que havia, também, as sessões de cinema mostrando notícias do futebol pelo Canal 100 e também a espetacularização dos campeonatos regionais de futebol que preparavam...

LULA DEVERIA SE APOSENTAR E DESISTIR DA REELEIÇÃO

Com o anúncio recente do ator estadunidense Michael Douglas de que iria se aposentar, com quase 81 anos de idade, eu fico imaginando se não seria a hora do presidente Lula também parar. O marido de Catherine Zeta-Jones ainda está na sua boa saúde física e mental, melhor do que Lula, mas o astro do filme Dia de Fúria (Falling Down) , de 1993, decidiu que só vai voltar a atuar se o roteiro do filme valer realmente a pena  Lula, que apresenta sérios problemas de saúde, com suspeitas de estar enfrentando um câncer, enlouqueceu de vez. Sério. Persegue a consagração pessoal e pensa que o mundo é uma pequena esfera a seus pés. Seu governo parece brincadeira de criança e Lula dá sinais de senilidade quando, ao opinar, comete gafes grotescas. No fim da vida, o empresário e animador Sílvio Santos também cometeu gafes similares. Lula ao menos deveria saber a hora de parar. O atual mandato de Lula foi uma decepção sem fim. Lula apenas vive à sombra dos mandatos anteriores e transforma o seu at...

A FALSA RECUPERAÇÃO DA POPULARIDADE DE LULA

LULA EMPOLGA A BURGUESIA FANTASIADA DE POVO QUE DITA AS NARRATIVAS NAS REDES SOCIAIS. O título faz ficar revoltado o negacionista factual, voando em nuvens de sonhos do lulismo nas redes sociais. Mas a verdade é que a aparente recuperação da popularidade de Lula foi somente uma jogada de marketing , sem reflexão na realidade concreta do povo brasileiro. A suposta pesquisa Atlas-Bloomberg apontou um crescimento para 49,7%, considerado a "melhor" aprovação do presidente desde outubro de 2024. Vamos questionar as coisas, saindo da euforia do pesquisismo. Em primeiro lugar, devemos pensar nas supostas pesquisas de opinião, levantamentos que parecem objetivos e técnicos e que juram trazer um recorte preciso da sociedade, com pequenas margens de erros. Alguém de fato foi entrevistado por alguma dessas pesquisas? Em segundo lugar, a motivação soa superficial, mais voltada ao espetáculo do que ao realismo. A recuperação da popularidade soa uma farsa por apenas envolver a bolha lulist...

ATÉ PARECE BRIGUINHA DE ESCOLA

A guerra do tarifaço, o conflito fiscal movido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, leva ao paroxismo a polarização política que aflige principalmente o Brasil e que acaba envolvendo algumas autoridades estrangeiras, diante desse cenário marcado por profundo sensacionalismo ideológico. Com o "ativismo de resultados" pop das esquerdas woke  sequestrando a agenda esquerdista, refém do vício procrastinador das esquerdas médias, que deixam as verdadeiras rupturas para depois - vide a má vontade em protestar contra Michel Temer e Jair Bolsonaro, acreditando que as instituições, em si, iriam tirá-los de cena - , e agora esperam a escala 6x1 desgastar as mentes e os corpos das classes trabalhadoras para depois encerrar com essa triste rotina de trabalho. A procrastinação atinge tanto as esquerdas médias que contagiaram o Lula, ele mesmo pouco agindo no terceiro mandato, a não ser na produção de meros fatos políticos, tão tendenciosos que parecem mais factoides. Lula transforma seu...

NEM SEMPRE OS BACANINHAS TÊM RAZÃO

Nesta suposta recuperação da popularidade de Lula, alimentada pelo pesquisismo e sustentada pelos “pobres de novela” - a parcela “limpinha” de pessoas oriundas de subúrbios, roças e sertões - , o faz-de-conta é o que impera, com o lulismo se demonstrando um absolutismo marcado pela “democracia de um homem só”. Se impondo como candidato único, Lula quer exercer monopólio no jogo político, se recusando a aceitar que a democracia não está dentro dele, mas acima dele. Em um discurso recente, Lula demoniza os concorrentes, dizendo para a população “se preparar” porque “tem um monte de candidato na praça”. Tão “democrático”, o presidente Lula demoniza a concorrência, humilhando e depreciando os rivais. Os lulistas fazem o jogo sujo do valentonismo ( bullying ), agredindo e esnobando os outros, sem respeitar a diversidade democrática. Lula e seus seguidores deixam bem claro que o petista se acha dono da democracia. Não podemos ser reféns do lulismo. Lula decepcionou muito, mas não podemos ape...

RADIALISMO ROCK: FOMOS ENGANADOS DURANTE 35 ANOS!!

LOCUTORES MAURICINHOS, SEM VIVÊNCIA COM ROCK, DOMINAVAM A PROGRAMAÇÃO DAS DITAS "RÁDIOS ROCK" A PARTIR DOS ANOS 1990. Como o público jovem foi enganado durante três décadas e meia. A onda das “rádios rock” lançada no fim dos anos 1980 e fortalecida nos anos 1990 e 2000, não passou de um grande blefe, de uma grande conversa para búfalos e cavalos doidos dormirem. O que se vendeu durante muito tempo como “rádios rock” não passavam de rádios pop comuns e convencionais, que apenas selecionavam o que havia de rock nas paradas de sucesso e jogavam na programação diária. O estilo de locução, a linguagem e a mentalidade eram iguaizinhos a qualquer rádio que tocasse o mais tolo pop adolescente e o mais gosmento pop dançante. Só mudava o som que era tocado. Não adiantava boa parte dos locutores pop que atuavam nas “rádios rock” ficarem presos aos textos, como era inútil eles terem uma boa pronúncia de inglês. O ranço pop era notório e eles continuavam anunciando bandas como Pearl Jam e...

A CORTINA DE FUMAÇA DA "SOBERANIA" DO GOVERNO LULA

LULISTAS ALEGAM QUE O PRESIDENTE LULA "RECUPEROU" A POPULARIDADE, MAS OS FATOS DIZEM QUE NÃO. O triunfalismo cego dos lulistas teve mais um impulso diante dos tarifaços do presidente dos EUA, Donald Trump, que pelo jeito transferiu a sua esfera de reality show  para a polarização política. Lula, supostamente vitorioso no episódio, havia se reunido ontem com o empresariado para responder à medida lançada pelo empresário-presidente na pátria de Titio Samuca. Essa suposta vitória se deu pela campanha que os lulistas - que, na prática, são a maior e principal corrente dos movimentos identitários brasileiros - estão lançando, a partir do próprio Governo Federal, defendendo a "soberania" brasileira, em tese insubmissa aos EUA. Lula também anunciou a criação de dois comitês para reagir ao tarifaço do presidente estadunidense. Dizemos em tese, porque nosso culturalismo brasileiro - que vai além das pautas politicistas do "jornalismo da OTAN" - se vale por uma músi...