ALEXANDRE PIRES E DANIEL - Ídolos da geração brega dos anos 90, apesar de muitos anos de carreira, se comportam como se fossem calouros de reality shows musicais.
Era uma vez uma geração que distorcia elementos da Música Popular Brasileira dentro de uma perspectiva próxima à dos ídolos da música brega dos anos 70. Gente que mistura elementos pasteurizados da MPB dos anos 80 com a cosmética da breguice luxuosa de Michael Sullivan & Paulo Massadas e que começou a fazer sucesso a partir de 1990.
Chitãozinho & Xororó, Latino, Luiz Caldas, Raça Negra, Zezé di Camargo & Luciano, e grupos que foram desfeitos ou geraram cantores solo como Chiclete Com Banana (de Bell Marques), João Paulo & Daniel (do qual restou o último), Leandro & Leonardo (idem), Soweto (que gerou o cantor Belo), Só Pra Contrariar (idem para Alexandre Pires). Ou então o romantismo piegas de Fábio Jr. e o sensualismo grotesco do É O Tchan.
Tudo isso era considerado baixaria no cenário cultural de 1990-1997. Nomes que representavam o gosto duvidoso e o comercialismo extremo que transformava a cultura popular numa caricatura pra lá de grosseira. Mas que a blindagem intelectual, não sem a ajuda financeira dos barões da mídia e até de George Soros, fez defendê-los sob o pretexto de "romper os preconceitos", como se aceitar qualquer coisa, até de forma pré-concebida, fosse fazer essa "ruptura".
Apesar de toda a blindagem, de toda a choradeira derramada até mesmo em artigos acadêmicos, teses de pós-graduação e documentários cinematográficos, para não dizer reportagens da mídia impressa ou audiovisual, e com a ajudinha marginal das trolagens dos reacionários "júnior" da Internet (aprendizes de Reinaldo Azevedo escondidos em fóruns e mídias sociais), essa geração até agora não disse a que veio.
Muito pelo contrário, uma observação mais cautelosa revela que todos esses nomes, mais outros que lhes são derivados, já deram o que tinham que dar no final dos anos 90. Em 2002, quando iniciou toda a blindagem intelectual - que depois alimentou a trolagem dos talibãs digitais - , nomes como Alexandre Pires e Zezé di Camargo & Luciano já estavam ultrapassados.
E tudo isso se considerarmos que esses "artistas" deram o que tiveram que dar, porque eles funcionavam mais como fabricantes de hits comerciais, eles eram os ídolos e símbolos máximos daquelas FMs "populares" controladas por políticos, oligarquias regionais e latifundiários que receberam as "concessões" dessas rádios da célebre dupla coronelista ACM / Sarney.
Os neo-bregas foram símbolo disso. Símbolo da Era Collor e do crescimento das FMs presenteadas por ACM e Sarney, e que tiveram apenas seus poucos anos de sucessos populares, quando pareciam ter ao menos algum ranço de novidade, por mais tosca que esta seja.
Passado o tempo, porém, eles, em vez de dar um ponto final, queriam ampliar seus mercados, e vários deles fingiram serem "artistas de MPB", enganando muita gente direitinho com covers oportunistas que camuflam bem o fraco repertório autoral deles.
Por isso, a gente observa, com a maior atenção possível, que nomes como Chitãozinho & Xororó, Alexandre Pires, Leonardo e Daniel, apesar de tantos anos de carreira, nunca vão além de um desempenho que se nivela ao mais iniciante dos calouros pré-fabricados de reality shows musicais. Desses que pensam que fazer boa música é vestir bons paletós e cantar num palco bem iluminado.
Nenhum deles representou qualquer renovação artística na música brasileira. A única coisa que fizeram foi botar sucessos nas rádios, algo pra lá de banal. Mesmo com todo o esforço de reconhecer em todos eles alguma grande coisa, não dá para ver qualquer façanha, por mínima que seja, da parte deles. E dificilmente se esquece que eles, no fundo, são cafonas, comerciais e artisticamente inexpressivos.
Se muitas pessoas acabam gostando deles, é porque eles trabalham a sua própria imagem de fetiches, tal como as sub-celebridades que nada fazem, mas das quais a mídia sempre tem alguma coisa para falar e exibir.
A geração neo-brega só prevaleceu na mídia porque sabe trabalhar o marketing pessoal, são produtos de mídia, conseguem se alimentar até de factoides, mesmo quando estão musicalmente confusos.
É o caso de gente como Zezé di Camargo & Luciano, que, pelo jeito, pagou o preço do pretensiosismo. O filme sobre a dupla, Os Dois Filhos de Francisco, apesar do forte lobby da intelectualidade "bacaninha" e da atitude politicamente correta de "reconhecimento artístico" da dupla, só fez piorar a carreira dos dois irmãos goianos.
A partir daí, os dois cantores se perderam, foram desmascarados no seu pseudo-progressismo com Zezé di Camargo militando no reacionário "Cansei" (o irmão não participou por cautela), e os dois se perderam musicalmente, quando outrora, se a dupla era musicalmente ruim, pelo menos tinha algum caminho, por mais tosco que fosse. Hoje a dupla tenta bajular Raul Seixas que, se vivo fosse, nunca iria gostar desse puxa-saquismo.
Na axé-music, a prepotência de Bell Marques, Durval Lélis e sobretudo Ivete Sangalo é um dado típico. Ivete tenta fazer, de forma piorada, a mania de pegar carona em qualquer tendência musical como Caetano Veloso (que, no entanto, conseguia ter conhecimento de causa). Já Bell e Durval tentam disfarçar o revival com o aspecto "novidadeiro" das carreiras solo.
A geração neo-brega se prevaleceu mais pelo apoio da mídia e pela blindagem intelectual. Mas como artistas eles nunca representaram qualquer inovação, tanto que, quando lançam material novo, eles não sobrevivem à provisória execução nas rádios.
E, no fundo, eles apenas se alimentam do revival deles mesmos, até porque o que eles fazem hoje não é mais do que correr atrás de seus próprios rabos tentando se projetar no presente às custas de um sucesso que eles só conseguiram fazer nos anos 90.
A mídia dá todo o cartaz para esses ídolos, eles lotam públicos, aparecem na TV, cantam para eventos de ponta, fazem comerciais diversos etc, mas a contribuição cultural deles, na verdade, se resume a uma palavra: NADA.
Era uma vez uma geração que distorcia elementos da Música Popular Brasileira dentro de uma perspectiva próxima à dos ídolos da música brega dos anos 70. Gente que mistura elementos pasteurizados da MPB dos anos 80 com a cosmética da breguice luxuosa de Michael Sullivan & Paulo Massadas e que começou a fazer sucesso a partir de 1990.
Chitãozinho & Xororó, Latino, Luiz Caldas, Raça Negra, Zezé di Camargo & Luciano, e grupos que foram desfeitos ou geraram cantores solo como Chiclete Com Banana (de Bell Marques), João Paulo & Daniel (do qual restou o último), Leandro & Leonardo (idem), Soweto (que gerou o cantor Belo), Só Pra Contrariar (idem para Alexandre Pires). Ou então o romantismo piegas de Fábio Jr. e o sensualismo grotesco do É O Tchan.
Tudo isso era considerado baixaria no cenário cultural de 1990-1997. Nomes que representavam o gosto duvidoso e o comercialismo extremo que transformava a cultura popular numa caricatura pra lá de grosseira. Mas que a blindagem intelectual, não sem a ajuda financeira dos barões da mídia e até de George Soros, fez defendê-los sob o pretexto de "romper os preconceitos", como se aceitar qualquer coisa, até de forma pré-concebida, fosse fazer essa "ruptura".
Apesar de toda a blindagem, de toda a choradeira derramada até mesmo em artigos acadêmicos, teses de pós-graduação e documentários cinematográficos, para não dizer reportagens da mídia impressa ou audiovisual, e com a ajudinha marginal das trolagens dos reacionários "júnior" da Internet (aprendizes de Reinaldo Azevedo escondidos em fóruns e mídias sociais), essa geração até agora não disse a que veio.
Muito pelo contrário, uma observação mais cautelosa revela que todos esses nomes, mais outros que lhes são derivados, já deram o que tinham que dar no final dos anos 90. Em 2002, quando iniciou toda a blindagem intelectual - que depois alimentou a trolagem dos talibãs digitais - , nomes como Alexandre Pires e Zezé di Camargo & Luciano já estavam ultrapassados.
E tudo isso se considerarmos que esses "artistas" deram o que tiveram que dar, porque eles funcionavam mais como fabricantes de hits comerciais, eles eram os ídolos e símbolos máximos daquelas FMs "populares" controladas por políticos, oligarquias regionais e latifundiários que receberam as "concessões" dessas rádios da célebre dupla coronelista ACM / Sarney.
Os neo-bregas foram símbolo disso. Símbolo da Era Collor e do crescimento das FMs presenteadas por ACM e Sarney, e que tiveram apenas seus poucos anos de sucessos populares, quando pareciam ter ao menos algum ranço de novidade, por mais tosca que esta seja.
Passado o tempo, porém, eles, em vez de dar um ponto final, queriam ampliar seus mercados, e vários deles fingiram serem "artistas de MPB", enganando muita gente direitinho com covers oportunistas que camuflam bem o fraco repertório autoral deles.
Por isso, a gente observa, com a maior atenção possível, que nomes como Chitãozinho & Xororó, Alexandre Pires, Leonardo e Daniel, apesar de tantos anos de carreira, nunca vão além de um desempenho que se nivela ao mais iniciante dos calouros pré-fabricados de reality shows musicais. Desses que pensam que fazer boa música é vestir bons paletós e cantar num palco bem iluminado.
Nenhum deles representou qualquer renovação artística na música brasileira. A única coisa que fizeram foi botar sucessos nas rádios, algo pra lá de banal. Mesmo com todo o esforço de reconhecer em todos eles alguma grande coisa, não dá para ver qualquer façanha, por mínima que seja, da parte deles. E dificilmente se esquece que eles, no fundo, são cafonas, comerciais e artisticamente inexpressivos.
Se muitas pessoas acabam gostando deles, é porque eles trabalham a sua própria imagem de fetiches, tal como as sub-celebridades que nada fazem, mas das quais a mídia sempre tem alguma coisa para falar e exibir.
A geração neo-brega só prevaleceu na mídia porque sabe trabalhar o marketing pessoal, são produtos de mídia, conseguem se alimentar até de factoides, mesmo quando estão musicalmente confusos.
É o caso de gente como Zezé di Camargo & Luciano, que, pelo jeito, pagou o preço do pretensiosismo. O filme sobre a dupla, Os Dois Filhos de Francisco, apesar do forte lobby da intelectualidade "bacaninha" e da atitude politicamente correta de "reconhecimento artístico" da dupla, só fez piorar a carreira dos dois irmãos goianos.
A partir daí, os dois cantores se perderam, foram desmascarados no seu pseudo-progressismo com Zezé di Camargo militando no reacionário "Cansei" (o irmão não participou por cautela), e os dois se perderam musicalmente, quando outrora, se a dupla era musicalmente ruim, pelo menos tinha algum caminho, por mais tosco que fosse. Hoje a dupla tenta bajular Raul Seixas que, se vivo fosse, nunca iria gostar desse puxa-saquismo.
Na axé-music, a prepotência de Bell Marques, Durval Lélis e sobretudo Ivete Sangalo é um dado típico. Ivete tenta fazer, de forma piorada, a mania de pegar carona em qualquer tendência musical como Caetano Veloso (que, no entanto, conseguia ter conhecimento de causa). Já Bell e Durval tentam disfarçar o revival com o aspecto "novidadeiro" das carreiras solo.
A geração neo-brega se prevaleceu mais pelo apoio da mídia e pela blindagem intelectual. Mas como artistas eles nunca representaram qualquer inovação, tanto que, quando lançam material novo, eles não sobrevivem à provisória execução nas rádios.
E, no fundo, eles apenas se alimentam do revival deles mesmos, até porque o que eles fazem hoje não é mais do que correr atrás de seus próprios rabos tentando se projetar no presente às custas de um sucesso que eles só conseguiram fazer nos anos 90.
A mídia dá todo o cartaz para esses ídolos, eles lotam públicos, aparecem na TV, cantam para eventos de ponta, fazem comerciais diversos etc, mas a contribuição cultural deles, na verdade, se resume a uma palavra: NADA.
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