De vez em quando, as esquerdas vêm com um cacoete de defender o "funk" como "ativismo social", "expressão das periferias", "cultura provocativa" e outras desculpas. Um discurso choroso, apelativo, e um tanto alarmista. "Oh, não, estão incriminando o 'funk'!!", derrama de lágrimas a choradeira discursiva em vários sítios razoavelmente progressistas.
Antes de mais nada, a crítica a esse parágrafo acima não parte de um direitista revoltado nem de um esquerdista extremamente radical, mas de um esquerdista que, em tese, está no mesmo patamar daqueles que, talvez por boa-fé, derramem suas lágrimas pelos funqueiros.
O que as esquerdas não percebem é que o "funk" - seja o "funk carioca", o "funk ostentação" ou o que vier de parecido - nada tem de progressista. O "funk" é o "Cabo Anselmo" que deu certo, e essa observação parece muito menos "conspiratória" do que se imagina.
Quem conhece História sabe que o Cabo Anselmo era na verdade o sargento José Anselmo dos Santos, que veio do nada para chegar de carona na indignação dos militares de baixa patente (como sargentos, soldados e cabos) de não poderem concorrer a cargos políticos no Legislativo e nem sequer se casarem.
Esse movimento dos militares de baixa patente ocorreu entre setembro de 1963 e março de 1964. Os oficiais das Forças Armadas condenaram duramente esses protestos, porque viam neles a quebra da hierarquia militar. Eles pediram a prisão dos revoltosos e João Goulart, o então presidente, realizou a prisão.
No entanto, João Goulart resolveu anistiá-los, acreditando no mesmo efeito causado por Juscelino Kubitschek no caso dos revoltosos de Aragarças e Jacareacanga, mas sua atitude foi a gota d'água para toda a mobilização pelo golpe civil-militar de 1964.
Anos depois, Cabo Anselmo, que jurava ser marxista e adotava aquele discurso choroso do "militante coitadinho", revelou-se informante da CIA e denunciou para os órgãos de tortura vários de seus colegas e até mesmo uma ex-namorada, que foram mortos nos porões da repressão. Revelou-se um reacionário voraz, supostamente "desiludido" com as esquerdas.
O "FUNK" TEM APOIO DA CIA... MESMO!!
E para aqueles que gracejam feito hienas alucinadas quando se fala que o "funk" tem o apoio da CIA - para quem não sabe, um órgão vinculado ao Departamento de Estado dos EUA e historicamente acusado de promover espionagens e financiar ditaduras militares - , é bom que deixem de rir para não caírem em prantos ou ranger de dentes.
Isso porque a presença da CIA no "funk" se comprova quando uma das instituições financiadas por este órgão, a Fundação Ford, é claramente creditada no livro O Mundo Funk Carioca, do antropólogo Hermano Vianna, ligado a Fernando Henrique Cardoso.
Por outro lado, outros intelectuais propagandistas do "funk", como Pedro Alexandre Sanches, estão ligados a grupos como o Coletivo Fora do Eixo, entidade financiada pela Soros Open Society, do multimilionário George Soros, outra instituição financiada pela CIA para domesticar os movimentos esquerdistas nos países pobres e emergentes.
O patrocínio é claro e comprovado. Se o Overmundo, instituto fundado por Hermano Vianna (que cita a Fundação Ford como financiadora de seu trabalho de pesquisa) e está associado ao Coletivo Fora do Eixo, faz propaganda do "open business", uma das causas de George Soros, é impossível não haver associação esse instituto e o magnata especulador.
O próprio "funk" adota o mesmo discurso choroso de Cabo Anselmo. Aquela mesma choradeira "socializante", aquele mesmo dramalhão de "coitadinhos injustiçados". Até depois se revelar não mais do que um aliado do establishment e do poder político-midiático, algo que as forças progressistas se recusaram a admitir, mas são obrigadas a aceitar em silêncio.
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