O Brasil reacionário já vem desde os anos 1990, a década que não acabou mas está de volta.
Isso porque a mídia venal e seu público de reaças contribuiu para a decadência do Brasil da privataria, dos tempos temerosos e do bolsonarismo.
Telefonias móveis com serviço caro e ruim, mas que ofereceram WhatsApp para o pessoal ficar no seu autismo digital, alheio à realidade do mundo.
Enquanto a sociedade conservadora esperava Dilma Rousseff ser derrubada pelo golpismo político, jurídico e midiático, ecos da privataria faziam uma barragem em Mariana se romper.
Foi em 05 de novembro de 2015. O número de mortos não era muito grande, mas evidentemente prevenível, porque o desastre ocorreu por uma omissão nos cuidados da barragem.
O desastre de Mariana atingiu várias cidades mineiras e o lodo chegou até o litoral do Espírito Santo.
E como a Vale, que administra hidrelétricas e barragens, não aprendeu a lição, veio mais uma tragédia, só que maior.
O desastre ambiental teve mais mortos. Até ontem, quando editava este texto, foram 65 mortos.
Fico imaginando a lama caindo, como um tsunami de lodo, arrastando casas, carros, pessoas, animais.
O advogado da Vale, Sérgio Bermudes, ainda se atreveu a dizer que a diretoria da empresa não tem responsabilidade pela tragédia e nem sua diretoria se afastaria do comando.
Fora esses dados óbvios, o mais estranho é que o governo Jair Bolsonaro já havia autorizado a vinda de ajuda humanitária de Israel.
Até aí nada demais. Mas a equipe israelense foi chamada para tarefas que brasileiros poderiam fazer, como trabalhar na busca de mortos.
A ação era mais uma propaganda da aliança do Brasil com Israel, que não é um mal em si, mas, no contexto atual, sela a parceria de dois países subordinados aos EUA de Donald Trump.
É irônico, porque cubanos não podem ser chamados para serem médicos de regiões distantes ou inacessíveis do Brasil e israelenses podem ser chamados para pequenas ações de âmbito tecnológico ou de busca por vítimas.
O Brasil possui pessoal e tecnologia para socorrer as vítimas e trabalhar para busca de desaparecidos e de veículos e demais objetos.
A "parceria" com Israel, dentro da ótica bolsonarista, pode trazer algo sinistro para o país.
Enquanto isso, a tragédia segue com seus mortos e a Vale perdeu, ontem, mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado.
Ou seja, a Vale não vale mais coisa alguma.
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