ONYX LORENZONI, MINISTRO DA CASA CIVIL, COMETEU GAFE AO COMPARAR O PORTE DE ARMA EM CASA COM A GUARDA DE UM LIQUIDIFICADOR.
O governo Jair Bolsonaro não completou um mês.
São apenas 18 dias e só em confusões dá um grande livro.
Se juntarmos o que ocorreu na campanha presidencial e no processo de transição do governo, o livro ficaria ainda mais grosso.
Vamos a uma pequena seleção de incidentes que já fazem o governo Jair Bolsonaro cair no ridículo.
Em primeiro lugar, vamos ao que se seguiu com o catastrófico anúncio da liberação do porte de armas para cidadãos comuns.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já zoado pelo histórico de corrupção (recebeu propina da JBS) e pelo sobrenome que lembra marca de chuveiro (no caso Lorenzeti), cometeu uma grande gafe.
Ao comentar a decisão armamentista do "mito" que (des)governa nosso país, Lorenzoni exigiu que as famílias guardassem os revólveres em cofres.
Segundo ele, o revólver oferece tanto perigo às crianças quanto um liquidificador.
"A gente vê criança pequena botar o dedo dentro do liquidificador e ligar o liquidificador e perder o dedinho. Então, nós vamos proibir os liquidificadores? Não. É uma questão de educação, é uma questão de orientação. No caso da arma, é a mesma coisa. Então, a gente colocou isso [a exigência de cofre] para mais uma vez alertar e proteger as crianças e os adolescentes", disse ele.
A declaração causou má repercussão nas redes sociais. O pessoal zoou muito.
Houve um internauta que narrou um hipotético assalto no qual ele mostrou o liquidificador e o ladrão, assustado, fugiu.
Houve o trocadilho do prenome do astro Arnold Schwarzenegger que virou Arno Schwarzenegger, o "liquidificador do futuro".
Vamos a um segundo episódio que repercutiu mal.
Foi a habitual seletividade da Justiça brasileira, já que nosso Judiciário costuma ser duro demais com petistas e associados, mas é mole demais com não-petistas.
Luiz Fux acatou o pedido de Flávio Bolsonaro, filho do presidente e senador ainda não empossado devido ao recesso parlamentar, e suspendeu os inquéritos sobre o ex-assessor da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz.
Fabrício era acusado de fazer movimentações financeiras ilícitas em favor de familiares, como a atual esposa do presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, e o próprio Flávio.
As movimentações envolveram R$ 1,2 milhão. Queiroz é conhecido por ser amigo íntimo de Jair e um de seus companheiros de pesca.
Fux, que é ministro do Supremo Tribunal Federal de plantão devido ao recesso do Legislativo, fez essa decisão temporariamente, até que o colega Marco Aurélio Mello, relator do caso, retome os trabalhos e dê seu parecer.
A decisão de Fux frustrou os bolsonaristas, ainda que o ministro do STF atribuísse foro privilegiado a Flávio Bolsonaro, que nunca foi investigado mesmo quando era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Decepcionados, os cidadãos comuns que clamavam pelo "combate à corrupção" se indignaram com essa "colherzinha de chá" a Fabrício Queiroz, na investigação que permanece sob sigilo e sofreu essa pausa amiga.
Com esse escândalo, o caso Fabrício Queiroz-Flávio Bolsonaro pode fazer com que Ministério Público e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) estejam na mira do STF.
O incidente arruinou a imagem de Jair Bolsonaro entre seus seguidores e se torna uma crise comparável ao escândalo Collor-PC Farias de mais de 25 anos atrás.
Mais outro escândalo: uma funcionária que colaborou no disparo de fake news no WhatsApp, a serviço da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, ganhou cargo em seu governo.
Taíse de Almeida Feijó ganhou um cargo comissionado na Secretaria-Geral da Presidência de Gustavo Bebianno, e ela começará ganhando R$ 10,3 mil.
Isso é aparelhamento do Estado pelo bolsonarismo. E muitos bolsonaristas imaginavam que isso nunca iria acontecer.
Mas ocorreu. E foi um prêmio pela fraude cometida. Uma moça que espalhou notícias falsas de interesse favorável a Jair Bolsonaro ganhou cargo em seu governo.
Vamos ao quarto incidente, desta vez envolvendo o "fisólofo" Olavo de Carvalho.
Foi quando o "pençador" soube que um grupo de políticos do PSL viajou para a China, visando buscar parcerias comerciais no país asiático.
Irritado e entendendo a excursão como uma "rendição ao comunismo", o "intelectuau" que brinca de ser patriota vivendo recluso nos EUA chamou os políticos de "idiotas", "semianalfabetos", "palhaços" e "caipiras".
Um dos membros da excursão, Vinícius Aquino, responsável pelo boneco Pixuleco (caricatura de Lula com roupa de presidiário), se sentiu ofendido pelo "fisólofo".
Aquino disse que irá processar Olavo de Carvalho, por se sentir agredido por aquele que era admirado pelo jovem bolsonarista.
"O Olavo de Carvalho fez um vídeo infeliz falando um monte de asneira. Eu tinha muito respeito por ele, até me chamar de analfabeto", desabafou Aquino.
Ver Olavo de Carvalho brigando com bolsonaristas é o fim da picada.
E olha que Aquino, que é consultor jurídico, trabalha como assessor de Alexandre Frota, deputado federal pelo PSL paulista.
Frota foi elogiado por Olavo: "O Brasil precisa de mais gente como você".
Mas Frota defendeu o pessoal que foi para a China.
"O Brasil tem a China como seu maior exportador, são 26% de exportação, fortuna imensa. Hoje, aqui no Brasil, Paulo Guedes me confirmou encontro com o embaixador da China na agenda oficial. Aos chiliquentos o Paulo também é analfabeto? Vocês vão interferir? Vão pagar essa conta?", escreveu o ex-ator no seu perfil no Twitter.
Enquanto isso, o governo Jair Bolsonaro mostra que não dá para ter um pingo de otimismo.
Até agora a situação não melhorou e não tende a melhorar.
O governo ainda não completou um mês e já se mostra um grande desastre.
É tanta confusão que não dá para Jair Bolsonaro ser autoritário. E ele nem é homem de palavra, com tantos recuos que anda fazendo no seu governo.
Eu estou preparado para Jair deixar o poder ainda este ano, embora tudo possa acontecer. O Brasil está numa situação ainda mais frágil que a do governo Temer.
O governo Jair Bolsonaro não completou um mês.
São apenas 18 dias e só em confusões dá um grande livro.
Se juntarmos o que ocorreu na campanha presidencial e no processo de transição do governo, o livro ficaria ainda mais grosso.
Vamos a uma pequena seleção de incidentes que já fazem o governo Jair Bolsonaro cair no ridículo.
Em primeiro lugar, vamos ao que se seguiu com o catastrófico anúncio da liberação do porte de armas para cidadãos comuns.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já zoado pelo histórico de corrupção (recebeu propina da JBS) e pelo sobrenome que lembra marca de chuveiro (no caso Lorenzeti), cometeu uma grande gafe.
Ao comentar a decisão armamentista do "mito" que (des)governa nosso país, Lorenzoni exigiu que as famílias guardassem os revólveres em cofres.
Segundo ele, o revólver oferece tanto perigo às crianças quanto um liquidificador.
"A gente vê criança pequena botar o dedo dentro do liquidificador e ligar o liquidificador e perder o dedinho. Então, nós vamos proibir os liquidificadores? Não. É uma questão de educação, é uma questão de orientação. No caso da arma, é a mesma coisa. Então, a gente colocou isso [a exigência de cofre] para mais uma vez alertar e proteger as crianças e os adolescentes", disse ele.
A declaração causou má repercussão nas redes sociais. O pessoal zoou muito.
Houve um internauta que narrou um hipotético assalto no qual ele mostrou o liquidificador e o ladrão, assustado, fugiu.
Houve o trocadilho do prenome do astro Arnold Schwarzenegger que virou Arno Schwarzenegger, o "liquidificador do futuro".
Vamos a um segundo episódio que repercutiu mal.
Foi a habitual seletividade da Justiça brasileira, já que nosso Judiciário costuma ser duro demais com petistas e associados, mas é mole demais com não-petistas.
Luiz Fux acatou o pedido de Flávio Bolsonaro, filho do presidente e senador ainda não empossado devido ao recesso parlamentar, e suspendeu os inquéritos sobre o ex-assessor da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz.
Fabrício era acusado de fazer movimentações financeiras ilícitas em favor de familiares, como a atual esposa do presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, e o próprio Flávio.
As movimentações envolveram R$ 1,2 milhão. Queiroz é conhecido por ser amigo íntimo de Jair e um de seus companheiros de pesca.
Fux, que é ministro do Supremo Tribunal Federal de plantão devido ao recesso do Legislativo, fez essa decisão temporariamente, até que o colega Marco Aurélio Mello, relator do caso, retome os trabalhos e dê seu parecer.
A decisão de Fux frustrou os bolsonaristas, ainda que o ministro do STF atribuísse foro privilegiado a Flávio Bolsonaro, que nunca foi investigado mesmo quando era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Decepcionados, os cidadãos comuns que clamavam pelo "combate à corrupção" se indignaram com essa "colherzinha de chá" a Fabrício Queiroz, na investigação que permanece sob sigilo e sofreu essa pausa amiga.
Com esse escândalo, o caso Fabrício Queiroz-Flávio Bolsonaro pode fazer com que Ministério Público e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) estejam na mira do STF.
O incidente arruinou a imagem de Jair Bolsonaro entre seus seguidores e se torna uma crise comparável ao escândalo Collor-PC Farias de mais de 25 anos atrás.
Mais outro escândalo: uma funcionária que colaborou no disparo de fake news no WhatsApp, a serviço da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, ganhou cargo em seu governo.
Taíse de Almeida Feijó ganhou um cargo comissionado na Secretaria-Geral da Presidência de Gustavo Bebianno, e ela começará ganhando R$ 10,3 mil.
Isso é aparelhamento do Estado pelo bolsonarismo. E muitos bolsonaristas imaginavam que isso nunca iria acontecer.
Mas ocorreu. E foi um prêmio pela fraude cometida. Uma moça que espalhou notícias falsas de interesse favorável a Jair Bolsonaro ganhou cargo em seu governo.
Vamos ao quarto incidente, desta vez envolvendo o "fisólofo" Olavo de Carvalho.
Foi quando o "pençador" soube que um grupo de políticos do PSL viajou para a China, visando buscar parcerias comerciais no país asiático.
Irritado e entendendo a excursão como uma "rendição ao comunismo", o "intelectuau" que brinca de ser patriota vivendo recluso nos EUA chamou os políticos de "idiotas", "semianalfabetos", "palhaços" e "caipiras".
Um dos membros da excursão, Vinícius Aquino, responsável pelo boneco Pixuleco (caricatura de Lula com roupa de presidiário), se sentiu ofendido pelo "fisólofo".
Aquino disse que irá processar Olavo de Carvalho, por se sentir agredido por aquele que era admirado pelo jovem bolsonarista.
"O Olavo de Carvalho fez um vídeo infeliz falando um monte de asneira. Eu tinha muito respeito por ele, até me chamar de analfabeto", desabafou Aquino.
Ver Olavo de Carvalho brigando com bolsonaristas é o fim da picada.
E olha que Aquino, que é consultor jurídico, trabalha como assessor de Alexandre Frota, deputado federal pelo PSL paulista.
Frota foi elogiado por Olavo: "O Brasil precisa de mais gente como você".
Mas Frota defendeu o pessoal que foi para a China.
"O Brasil tem a China como seu maior exportador, são 26% de exportação, fortuna imensa. Hoje, aqui no Brasil, Paulo Guedes me confirmou encontro com o embaixador da China na agenda oficial. Aos chiliquentos o Paulo também é analfabeto? Vocês vão interferir? Vão pagar essa conta?", escreveu o ex-ator no seu perfil no Twitter.
Enquanto isso, o governo Jair Bolsonaro mostra que não dá para ter um pingo de otimismo.
Até agora a situação não melhorou e não tende a melhorar.
O governo ainda não completou um mês e já se mostra um grande desastre.
É tanta confusão que não dá para Jair Bolsonaro ser autoritário. E ele nem é homem de palavra, com tantos recuos que anda fazendo no seu governo.
Eu estou preparado para Jair deixar o poder ainda este ano, embora tudo possa acontecer. O Brasil está numa situação ainda mais frágil que a do governo Temer.
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