A "boa" sociedade, o seja, aquela elite do atraso que se converteu em apoiadora obsessiva de Lula - a ponto de não aceitar críticas contra ele, porque o presidente, até quando erra feio, "está sempre certo" - para não pagar os ônus do bolsonarismo, vive se esbaldando na positividade tóxica. Com sorte para ganhar em concorrências que vão de concursos públicos a loterias, esse pessoal bem de vida não é amigo do uso responsável do dinheiro que acumulam.
Se considerando a "sociedade mais legal do planeta", esse pessoal tenta parecer invisível, se aparentando o "mais normal possível". Precisam dar a impressão de que não são a burguesia "positiva" que estabelece supremacia no senso comum do povo brasileiro, sempre se passando por "gente como a gente" para ficar bem na fita e na foto.
Como são retrógrados e precisam parecer "modernos", esses burgueses precisam adotar artifícios como falar gírias estranhas como a farialimer "balada" e "dialetos" em portinglês como "doguinho", "boy" "lovezinho", "dangeroso", "crazyzão". Se são valentões a comandar linchamentos digitais na Internet para derrubar a reputação de quem discorda da linha de pensamento da "galera irada", eles precisam se passar por "nerds" forjando postura de débeis-mentais e bancando os palhações o tempo todo, já que pega bem nas redes sociais um agressor se fantasiando de vítima e bancando o "legalzão".
Essa é uma amostra do estado de espírito da elite do bom atraso, essa gente "legal pra caramba" que fica rindo alto que nem hienas no cio até nas altas horas da noite, pouco se importando com o vizinho que precisa trabalhar ou a pessoa idosa ou doente que precisa dormir cedo para se sentir minimamente bem.
E se esse pessoal tem um gosto musical bastante convencional - preso a trilhas de novelas ou aos listões musicais da Jovem Pan e da 89 FM/Rádio Cidade, isso quando não mergulham fundo nas breguices do momento, sejam eles sofrentes, piseiros, funqueiros, trapeiros, arrocheiros, axézeiros ou o brega-vintage que a Rede Globo quer que seja visto como "vanguarda" - , tem também um jeito de gastar dinheiro, colocando o supérfluo e ate o nocivo acima do necessário.
Fanáticos por futebol - o único esporte pelo qual esses amantes da mesmice gourmetizada se dedicam a apreciar com regularidade - , são capazes de passar uma jornada inteira, do meio-dia de domingo às duas da madrugada de segunda-feira, sentados no bar, bebendo cerveja e falando sobre futebol e sobre frivolidades pessoais.
Posam de generosos na redes sociais, a ponto de, quando Lula tomou posse, se gabarem de viverem e apoiarem um "novo tempo de amor e solidariedade", mas julgam "não ter dinheiro" para ajudar alguém com problemas financeiros, doando apenas pequenos trocados, mas são capazes de torrar fortunas com cigarros - o entorpecente nocivo e cancerígeno que a "boa" sociedade exalta como "símbolo de liberdade e prazer" - e cervejas, pouco se ligando com o ônus das quimioterapias que virão mais adiante. Até porque como essa elite se acha "a mais legal do planeta", ela também se julga "invulnerável".
Elas tentam convencer o contrário, mas elas defendem a desigualdade social, pelo fato da "boa" sociedade merecer ganhar em concursos públicos, loterias, promoções de produtos oferecendo prêmios de meio ou de um milhão e abocanhar bons empregos, como o humorista de carreira que inventou uma "carreira de jornalista" longa demais para a idade dele só para conseguir emprego de analista de redes sociais.
Essa "boa" sociedade também adora jogar comida fora, nos almoços em restaurantes da moda. Compram pratarrões de comida para parecer que compram comida farta, mas depois de umas cinco garfadas, jogam tudo fora, sem a menor cerimônia, por dois motivos: esta elite não quer parecer esfomeada e, jogando comida fora, dá a impressão de pressa, sugerindo uma vida "movimentada".
Na religião, usam o Espiritismo brasileiro - agora visto como uma tendenciosa "antítese" do neopentecostalismo, por causa da ausência da cosmética do raivismo - como a expressão principal de uma pretensa cultura intelectual, tratando o Saber e o Conhecimento de maneira confusa, um engodo "gnóstico" que mistura Horóscopo, Astronomia, Psicologia, Ocultismo em geral e noções vagas de Física.
O Espiritismo brasileiro é um refúgio e uma "água com açúcar" para esta elite do bom atraso, pois a religião está associada a uma caridade tão fajuta quanto a de Luciano Huck, mas suas ideias do século XII da Idade Média, trazidas a partir de um horrendo e rabugento "médium da peruca" de Uberaba, que foi pioneiro na publicação de mensagens fake (atribuídas, em grande parte, a mortos famosos), agradam muito o moralismo blazê dessa "boa" elite.
Essa "boa" sociedade também prioriza uma leitura de livros que fujam do verdadeiro Conhecimento. Essa "boa" elite tem medo de senso crítico, e quando lê livros precisa ver o ato de leitura como um analgésico, daí a alegação, que parece bonita mas é estúpida, de "ler livros para relaxar", pouco importando se o best seller da moda acrescenta ou subtrai em relação ao correto funcionamento cerebral, valendo mais pelo sucesso comercial, pelo conteúdo acessível e pelo prestígio do autor no show business, independente de ser ele talentoso ou não.
Essa "boa" sociedade, na verdade, envergonha o país, com seu padrão de vida que tenta parecer "universal" e "isento", como se essa parcela de brasileiros tivesse que servir de "exemplo" e "modelo de vida" para a humanidade planetária. É constrangedor que essa elite, que se camufla pela "invisibilidade ideológica", fantasiados de "gente normal", se ache "dona de tudo" e, insatisfeita em dominar o Brasil, acha que, através do apoio ao governo Lula, possa também dominar o mundo. Que o destino impeça a realização de tais loucuras.
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