ESSA É A "FELICIDADE" DA BURGUESIA ILUSTRADA.
A burguesia ilustrada, que agora se faz de “progressista, democrática e de esquerda”, tenta esconder sua herança das velhas oligarquias das quais descendem. Acionam seus “isentões”, os negacionistas factuais, que atuam como valentões que brigam com os fatos. Precisam manter o faz-de-conta e se passar pela “mais moderna sociedade humana do planeta”, tendo agora o presidente Lula como fiador.
A burguesia ilustrada vive sentimentos confusos. Está cheia de dinheiro, mas jura que é “pobre”, criando pretextos tão patéticos quanto pagar IPVA, fazer autoatendimento em certos postos de gasolina, se embriagar nas madrugadas e falar sempre de futebol. Isso fora os artifícios como falar português errado, quase sempre falando verbos no singular para os substantivos do plural.
Ao mesmo tempo megalomaníaca e auto-depreciativa, a burguesia ilustrada criou o termo “gente como a gente” como uma forma caricata da simplicidade humana. É capaz de celebrar o que entendem como “felicidade” no lazer tóxico da bebedeira, cantando precárias canções cafonas que falam de frustrações amorosas. Casais celebram o amor cantando temas de dor de corno como “Evidências”, nas vozes de Chitãozinho & Xororó.
Trata-se de uma classe ao mesmo tempo presunçosa e ressentida. Ela não possui a verdadeira grandeza pessoal, investindo numa carteirada ioiô para obter vantagens, manipulando as reputações de cima para baixo ou vice-versa para evitar problemas.
A burguesia ilustrada é tão confusa que ela leva para outros setores esse aspecto contraditório. No que se refere ao Conhecimento, preferem produzir um engodo que mistura pseudociência e misticismo com algumas coisas manjadas sobre ciência. No que se refere a cultuar a beleza e coisas sublimes, recorrem ao que há de mais abjeto na religiosidade brasileira.
É quando a burguesia ilustrada investe na sua religião preferida, o Espiritismo brasileiro, que já é contraditório por ser o Catolicismo medieval sob nova identidade, digamos, “jurídica”. Pois nota-se a adoração ao “médium da peruca” de Uberaba, feioso, ranzinza, cafona e reacionário, para o qual durante muitos anos foi visto, pasmem, como “símbolo de beleza genuína, de vibrações elevadas e ideias modernas “.
É lastimável uma sensação assim, pois ela gera uma positividade tóxica e uma morbidez emocional bastante preocupante, ainda mais porque o "médium" é visto erroneamente como "progressista" mediante apelos medievais em suas obras "psicografadas" para que os oprimidos sofram calados em troca de "terrenos maravilhosos no céu".
Essa é a burguesia ilustrada que faz de tudo até para prolongar a vida útil da caduca gíria “balada”, um dos maiores produtos do culturalismo marqueteiro e mercantil da Faria Lima, uma gíria ligada a um alucinógeno que é difundida até para crianças. Uma elite que não sabe se anda de cabeça erguida ou se fica cabisbaixa. Uma elite vira-lata que acha que pode ter pedigree e quer dominar o mundo com sua inferioridade essencial, apesar de todo o aparato de modernidade superior.
Mas o complexo de superioridade não exime essa classe de ter também o complexo de vira-lata, pois sua precariedade sociocultural é gritante. A burguesia ilustrada luta para prevalecer não só acima da sociedade brasileira como busca se impor ao mundo com seu atraso estarrecedor. Assim não dá para o Brasil virar um país desenvolvido.
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