THE POLICE - CARIOCAS ACHAM QUE O REPERTÓRIO DO GRUPO SÓ TEM COMPOSIÇÕES DE STING, MAS HÁ EXCELENTES COMPOSIÇÕES DE ANDY SUMMERS E STEWART COPELAND.
Algo errado está acontecendo no Rio de Janeiro. Aliás, há muita coisa acontecendo nesta região metropolitana que seria preciso um longo livro para descrever cada problema de forma resumida.
Antes um dos importantes polos culturais do Brasil, o Rio de Janeiro sucumbiu a uma mesmice que contaminou até mesmo os chamados cultos, que se supõem de um gosto cultural mais sofisticado.
No cinema, no teatro, na literatura, na música, observa-se que os cariocas estão tão apegados ao chamado mainstream que qualquer coisa que seja "um pouco menos óbvia" é considerada "lado B".
Como o tal novo disco do rapper Drake, Scorpion, que faz a festa daqueles que acham que rock'n'roll é reggae, techno e hip hop, mas não rock.
O bitolamento (nada a ver com Beatles) é tanto que os cariocas chegam a se contentar com os poucos greatest hits que ouvem de cada intérprete.
Vide a aberrante gafe de rebaixar bandas de rock clássico, como AC/DC e Deep Purple, a one-hit wonders, respectivamente com "Back in Black" e "Smoke on the Water".
Os músicos dão um duro danado para serem conhecidos por uma única música, ou, na melhor hipótese, a um punhado de "grandes sucessos"?
E o caso do Police? O pessoal acha que o cantor Sting é o único compositor do repertório da famosa banda inglesa.
Não, não é. Há composições de autoria ou co-autoria de Andy Summers e Stewart Copeland, músicos que, em trabalhos solo, são bem mais inspirados do que Sting (que, solo, deixa muito a desejar).
Na MPB, há aquele vício de só associar a qualidade da música brasileira à função gastronômica de "descer redondo".
Com isso, misturam-se alhos com bugalhos, misturando clássicos da MPB mais recentes (diga-se anos 1970, 1980 e um pouco posterior a isso) com a breguice cosmética dos anos 1980 e 1990.
E isso quando, na maluca onda trash politicamente correta do Brasil, uma música piegas como "Evidências", de José Augusto e consagrado pelos canastrões Chitãozinho & Xororó, virou um pretenso "clássico cult".
Paciência. É o país cujas redes sociais tem mais gente escrevendo o que não deve do que gente com algo relevante a dizer.
No teatro, o que se vê é a volta daquela questão do teatro americanizado e elitista, num contexto ainda bastante complexo do que nos tempos da supremacia do Teatro Brasileiro de Comédia.
Para piorar, a "boa fase" do teatro do Rio de Janeiro inclui franquias de obras infantis da Disney. Teve até musical (?!) dos Vingadores (Avengers) da Marvel (hoje subsidiária da Disney).
No cinema, as comédias americanizadas brasileiras fazem o gosto padrão, num contexto em que filmes comerciais de Hollywood reivindicam o mesmo tratamento do cinema intelectualizado europeu.
Na literatura, a preferência a livros que não buscam o Conhecimento, mas representam uma fuga a ele. Até o misticismo travestido de "conhecimento" se insere neste quadro.
Em personalidades, os cariocas ficam se gabando em admirarem a figura da pintora espanhola Frida Kahlo, da qual só conhecem pelas sobrancelhas grossas e pelo visual exótico. Mas não sabem uma obra sequer feita por ela.
Os cariocas viraram aquelas pessoas dependentes da mídia.
E não é só o "povão", que ouve a música e lê o livro que o poder midiático associado determinar.
O público mais culto, predominante no Rio de Janeiro, decepciona pela indigência cultural e pelo superficialismo de referências.
É preciso sacudir esse pessoal e evitar apreciar a cultura só por causa do poder midiático de parte de seus divulgadores.
Algo errado está acontecendo no Rio de Janeiro. Aliás, há muita coisa acontecendo nesta região metropolitana que seria preciso um longo livro para descrever cada problema de forma resumida.
Antes um dos importantes polos culturais do Brasil, o Rio de Janeiro sucumbiu a uma mesmice que contaminou até mesmo os chamados cultos, que se supõem de um gosto cultural mais sofisticado.
No cinema, no teatro, na literatura, na música, observa-se que os cariocas estão tão apegados ao chamado mainstream que qualquer coisa que seja "um pouco menos óbvia" é considerada "lado B".
Como o tal novo disco do rapper Drake, Scorpion, que faz a festa daqueles que acham que rock'n'roll é reggae, techno e hip hop, mas não rock.
O bitolamento (nada a ver com Beatles) é tanto que os cariocas chegam a se contentar com os poucos greatest hits que ouvem de cada intérprete.
Vide a aberrante gafe de rebaixar bandas de rock clássico, como AC/DC e Deep Purple, a one-hit wonders, respectivamente com "Back in Black" e "Smoke on the Water".
Os músicos dão um duro danado para serem conhecidos por uma única música, ou, na melhor hipótese, a um punhado de "grandes sucessos"?
E o caso do Police? O pessoal acha que o cantor Sting é o único compositor do repertório da famosa banda inglesa.
Não, não é. Há composições de autoria ou co-autoria de Andy Summers e Stewart Copeland, músicos que, em trabalhos solo, são bem mais inspirados do que Sting (que, solo, deixa muito a desejar).
Na MPB, há aquele vício de só associar a qualidade da música brasileira à função gastronômica de "descer redondo".
Com isso, misturam-se alhos com bugalhos, misturando clássicos da MPB mais recentes (diga-se anos 1970, 1980 e um pouco posterior a isso) com a breguice cosmética dos anos 1980 e 1990.
E isso quando, na maluca onda trash politicamente correta do Brasil, uma música piegas como "Evidências", de José Augusto e consagrado pelos canastrões Chitãozinho & Xororó, virou um pretenso "clássico cult".
Paciência. É o país cujas redes sociais tem mais gente escrevendo o que não deve do que gente com algo relevante a dizer.
No teatro, o que se vê é a volta daquela questão do teatro americanizado e elitista, num contexto ainda bastante complexo do que nos tempos da supremacia do Teatro Brasileiro de Comédia.
Para piorar, a "boa fase" do teatro do Rio de Janeiro inclui franquias de obras infantis da Disney. Teve até musical (?!) dos Vingadores (Avengers) da Marvel (hoje subsidiária da Disney).
No cinema, as comédias americanizadas brasileiras fazem o gosto padrão, num contexto em que filmes comerciais de Hollywood reivindicam o mesmo tratamento do cinema intelectualizado europeu.
Na literatura, a preferência a livros que não buscam o Conhecimento, mas representam uma fuga a ele. Até o misticismo travestido de "conhecimento" se insere neste quadro.
Em personalidades, os cariocas ficam se gabando em admirarem a figura da pintora espanhola Frida Kahlo, da qual só conhecem pelas sobrancelhas grossas e pelo visual exótico. Mas não sabem uma obra sequer feita por ela.
Os cariocas viraram aquelas pessoas dependentes da mídia.
E não é só o "povão", que ouve a música e lê o livro que o poder midiático associado determinar.
O público mais culto, predominante no Rio de Janeiro, decepciona pela indigência cultural e pelo superficialismo de referências.
É preciso sacudir esse pessoal e evitar apreciar a cultura só por causa do poder midiático de parte de seus divulgadores.
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