ATÉ AGORA, NÃO SE VIU UM "CHEGA DE FIU-FIU" PARA A VIDA NOTURNA, E MACHISTAS LEVAM A MELHOR NOS ASSÉDIOS EM BARES E BOATES.
A ocorrência de feminicídios alerta para um problema que nem mesmo as feministas de esquerda conseguem imaginar.
Esse problema se refere ao fato de que muitas relações sociais que terminam em feminicídio começam no recreio etílico das noitadas.
Bares e boates são ambientes pouco confiáveis para se arrumar alguém, e não são muito aconselháveis para se procurar um grande amor.
A supremacia das noitadas, em seu monopólio como ambiente de paqueras, praticamente privatizou a vida amorosa, apesar de tantas alegações em contrário.
Primeiro, porque é uma associação entre a mídia venal, que constrói uma narrativa na qual só bares e boates valem para se paquerar ou procurar alguém para namorar, e esses estabelecimentos, que buscam lucrar com esse processo de encontros de futuros casais.
Ninguém desconfia dessa armadilha. Nem mesmo as esquerdas.
Esses estabelecimentos são inacessíveis para quem não usa automóvel nem pode gastar uma fortuna com táxi. Para entrar, tem que pagar ingresso ou, então, alguma rodada de refeições ou bebidas.
Se não existe almoço grátis, também não existe noitada grátis.
Esse monopólio de bares e boates na busca pela vida amorosa é um embuste que pega desprevenido quem não está no status quo dos rapazes "ixpertos" nem das moças "transadas".
Portanto, a vida noturna ("balada", em jargão da Rede Globo/Jovem Pan/Reserva) não é para fracos, muito menos para os chamados losers.
As mulheres, infelizmente, também levam a pior, mas não sabem e aderem, na boa-fé, nesse verdadeiro comércio das emoções baratas, como se fosse o paraíso na Terra.
Tudo bem que elas militem na causa "Chega de Fiu-Fiu", no que se diz aos assédios constantes e constrangedores que elas sofrem.
Mas há um certo radicalismo e uma certa imprudência nisso.
Além de rejeitar, de forma generalizada, locais públicos em período diurno, deixam, em contrapartida, o caminho livre para os assédios nos estabelecimentos noturnos.
Isso é um grande gancho para os assediadores normalmente hostilizados pelas mulheres mudarem o turno e adotarem novas estratégias.
Durante o consumo de bebidas alcoólicas, há todo um simulacro de bom humor, descontração e afetividade. Tudo fica lindo após um gole de cerveja.
Neste caso, as mulheres ficam mais receptivas e os homens, mais maliciosos, porém com uma certa compostura.
Eles podem deixar até mesmo a tara de lado e criar um bate-papo cheio de tiradas divertidas e bem-humoradas.
Há simulações de carinho, de afeto, de sensualidade, de química sexual, de entrosamento social que fazem com que, momentaneamente, homem e mulher estranhos entre si pareçam terem sido feitos um para o outro.
A afinidade postiça do tempo e do espaço, frequentando os mesmos lugares e os mesmos horários, cria a ilusão de casais falsamente afins.
Em muitos casos, essas relações ilusórias quebram com a realidade, e divergências aparecem, e em muitos casos graves.
Recentemente, tivemos casos de feminicídios envolvendo uma empresária que passava férias na Austrália, e, recentemente, uma funcionária pública que trabalhava em Brasília.
As duas foram mortas por homens cujo nível de intimidade sugere que os casais, tragicamente desfeitos (os homens que cometeram esses crimes hoje estão presos), teriam se conhecido em ambientes de vida noturna, o que é muito comum.
Não obtive informações a respeito, mas a qualidade dessas relações, de nível afetivo bastante superficial, dá indícios de que haviam sido sustentados pela ilusão da badalação e da diversão etílica e noctívaga.
Não há um cuidado em se prevenir contra assédios na vida noturna porque o álcool, verdadeiro dopante das consciências humanas, fora o consumo de drogas ilícitas, produz a fantasia de que bares e boates parecem sempre como a cozinha de casa.
Ainda há uma ilusão de fraternidade e intimidade que não se deveria sequer cogitar nesses lugares.
A exemplo dos acidentes de trânsito, frutos da combinação perigosa entre álcool e volante, os feminicídios são muitas vezes efeitos tardios da combinação, não menos arriscada, entre álcool (e, em muitos casos, outras drogas) e desejo sexual.
As relações se tornam intensas e apaixonadas enquanto dura a ilusão das noitadas e da "festa sem fim", que um dia encontra seu fim.
Depois desse fim, relações meramente superficiais apenas são forçadamente consolidadas pelas circunstâncias, com casais indiferentes entre si mas "unidos" conforme as conveniências sociais.
Geralmente, as mulheres se enjoam dos maridos ou namorados que esquecem de (ou talvez revelam nunca) amá-las e que deixam de ser os "rapazes divertidos e bem-humorados" das primeiras noitadas.
Surgem divergências e conflitos e, quando as mulheres decidem se separar deles, eles não gostam, pois, apesar de não amá-las, as mantém como lembrança dos fetiches sexuais das noitadas e como troféus da conquista dos embalos de qualquer dia à noite.
Eles não gostam e, cedo ou tarde, partem para a sangrenta vingança.
É certo que homens assim se encontram em qualquer lugar, mas as noitadas movidas a álcool e drogas demonstram que homens perigosos são muito mais comuns nesses ambientes de suposta felicidade e descontração.
Ou seja, se as mulheres querem se prevenir de assédios agressivos e perigosos, deveriam começar nos ambientes onde esse perigo mais acontece, as casas noturnas.
Enquanto o "Chega de Fiu-Fiu" não chega à "balada" (copyright Tutinha e Luciano Huck), o "encanto de Cinderela" se desfará como se fosse um trágico filme de terror e suspense.
E a ilusão etílica dos agitos noturnos um dia terá como desfecho os velórios e sepultamentos de belas moças que caíram nas conversas "divertidas" de rapagões atrativos ou robustos.
Um dia talvez tenhamos que difundir o aviso "se beber, não paquere (e nem aceite ser paquerado)".
A ocorrência de feminicídios alerta para um problema que nem mesmo as feministas de esquerda conseguem imaginar.
Esse problema se refere ao fato de que muitas relações sociais que terminam em feminicídio começam no recreio etílico das noitadas.
Bares e boates são ambientes pouco confiáveis para se arrumar alguém, e não são muito aconselháveis para se procurar um grande amor.
A supremacia das noitadas, em seu monopólio como ambiente de paqueras, praticamente privatizou a vida amorosa, apesar de tantas alegações em contrário.
Primeiro, porque é uma associação entre a mídia venal, que constrói uma narrativa na qual só bares e boates valem para se paquerar ou procurar alguém para namorar, e esses estabelecimentos, que buscam lucrar com esse processo de encontros de futuros casais.
Ninguém desconfia dessa armadilha. Nem mesmo as esquerdas.
Esses estabelecimentos são inacessíveis para quem não usa automóvel nem pode gastar uma fortuna com táxi. Para entrar, tem que pagar ingresso ou, então, alguma rodada de refeições ou bebidas.
Se não existe almoço grátis, também não existe noitada grátis.
Esse monopólio de bares e boates na busca pela vida amorosa é um embuste que pega desprevenido quem não está no status quo dos rapazes "ixpertos" nem das moças "transadas".
Portanto, a vida noturna ("balada", em jargão da Rede Globo/Jovem Pan/Reserva) não é para fracos, muito menos para os chamados losers.
As mulheres, infelizmente, também levam a pior, mas não sabem e aderem, na boa-fé, nesse verdadeiro comércio das emoções baratas, como se fosse o paraíso na Terra.
Tudo bem que elas militem na causa "Chega de Fiu-Fiu", no que se diz aos assédios constantes e constrangedores que elas sofrem.
Mas há um certo radicalismo e uma certa imprudência nisso.
Além de rejeitar, de forma generalizada, locais públicos em período diurno, deixam, em contrapartida, o caminho livre para os assédios nos estabelecimentos noturnos.
Isso é um grande gancho para os assediadores normalmente hostilizados pelas mulheres mudarem o turno e adotarem novas estratégias.
Durante o consumo de bebidas alcoólicas, há todo um simulacro de bom humor, descontração e afetividade. Tudo fica lindo após um gole de cerveja.
Neste caso, as mulheres ficam mais receptivas e os homens, mais maliciosos, porém com uma certa compostura.
Eles podem deixar até mesmo a tara de lado e criar um bate-papo cheio de tiradas divertidas e bem-humoradas.
Há simulações de carinho, de afeto, de sensualidade, de química sexual, de entrosamento social que fazem com que, momentaneamente, homem e mulher estranhos entre si pareçam terem sido feitos um para o outro.
A afinidade postiça do tempo e do espaço, frequentando os mesmos lugares e os mesmos horários, cria a ilusão de casais falsamente afins.
Em muitos casos, essas relações ilusórias quebram com a realidade, e divergências aparecem, e em muitos casos graves.
Recentemente, tivemos casos de feminicídios envolvendo uma empresária que passava férias na Austrália, e, recentemente, uma funcionária pública que trabalhava em Brasília.
As duas foram mortas por homens cujo nível de intimidade sugere que os casais, tragicamente desfeitos (os homens que cometeram esses crimes hoje estão presos), teriam se conhecido em ambientes de vida noturna, o que é muito comum.
Não obtive informações a respeito, mas a qualidade dessas relações, de nível afetivo bastante superficial, dá indícios de que haviam sido sustentados pela ilusão da badalação e da diversão etílica e noctívaga.
Não há um cuidado em se prevenir contra assédios na vida noturna porque o álcool, verdadeiro dopante das consciências humanas, fora o consumo de drogas ilícitas, produz a fantasia de que bares e boates parecem sempre como a cozinha de casa.
Ainda há uma ilusão de fraternidade e intimidade que não se deveria sequer cogitar nesses lugares.
A exemplo dos acidentes de trânsito, frutos da combinação perigosa entre álcool e volante, os feminicídios são muitas vezes efeitos tardios da combinação, não menos arriscada, entre álcool (e, em muitos casos, outras drogas) e desejo sexual.
As relações se tornam intensas e apaixonadas enquanto dura a ilusão das noitadas e da "festa sem fim", que um dia encontra seu fim.
Depois desse fim, relações meramente superficiais apenas são forçadamente consolidadas pelas circunstâncias, com casais indiferentes entre si mas "unidos" conforme as conveniências sociais.
Geralmente, as mulheres se enjoam dos maridos ou namorados que esquecem de (ou talvez revelam nunca) amá-las e que deixam de ser os "rapazes divertidos e bem-humorados" das primeiras noitadas.
Surgem divergências e conflitos e, quando as mulheres decidem se separar deles, eles não gostam, pois, apesar de não amá-las, as mantém como lembrança dos fetiches sexuais das noitadas e como troféus da conquista dos embalos de qualquer dia à noite.
Eles não gostam e, cedo ou tarde, partem para a sangrenta vingança.
É certo que homens assim se encontram em qualquer lugar, mas as noitadas movidas a álcool e drogas demonstram que homens perigosos são muito mais comuns nesses ambientes de suposta felicidade e descontração.
Ou seja, se as mulheres querem se prevenir de assédios agressivos e perigosos, deveriam começar nos ambientes onde esse perigo mais acontece, as casas noturnas.
Enquanto o "Chega de Fiu-Fiu" não chega à "balada" (copyright Tutinha e Luciano Huck), o "encanto de Cinderela" se desfará como se fosse um trágico filme de terror e suspense.
E a ilusão etílica dos agitos noturnos um dia terá como desfecho os velórios e sepultamentos de belas moças que caíram nas conversas "divertidas" de rapagões atrativos ou robustos.
Um dia talvez tenhamos que difundir o aviso "se beber, não paquere (e nem aceite ser paquerado)".
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