A atriz Cláudia Abreu, durante sua participação no programa Altas Horas, que Serginho Groisman apresenta na Rede Globo, deu um recado para os defensores do fascismo.
Ela está preocupada, como tantos cidadãos sérios do Brasil, com a ascensão da extrema-direita diante do catártico (porém masoquista) favoritismo, nas pesquisas, da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República.
Isso é muito, muito preocupante, e mostra que o reacionarismo das redes sociais anda ultrapassando os limites digitais, ameaçando botar o Brasil a perder.
Esses reaças - que conheci a partir dos tempos do Orkut, diante da "galera irada" da comunidade "Eu Odeio Acordar Cedo" - cada vez mais saem do armário, achando que seu obscurantismo social, político e ideológico representam o "novo" no Brasil.
Não, não representam o novo. Representam o velho, à volta à ditadura militar que os moleques que só querem "ir pra balada c'a galera" (observem o cacófato e se lembrem que "balada" é gíria patenteada por Luciano Huck e Tutinha) não viveram de verdade.
Eles defendem propostas retrógradas como a redução do salário mínimo e o fim da Petrobras como se isso fosse combater a "vagabundagem que envergonha o país".
Mal sabem eles que, com Bolsonaro no poder, não haverá mais o recreio digital das redes sociais nos celulares.
Os seguidores de Bolsonaro serão os primeiros a pagar o preço da vitória política dele. Ninguém vai sair milionário com a vitória de seu "mito".
Pelo contrário. O máximo de recompensa que os bolsonaristas terão é coordenar as fazendas de trabalhos forçados que o "mito" irá promover para "garantir emprego" aos "vagabundos comunistas".
E tudo isso a troco de salário de fome. E não adianta bolsonarista pedir dinheiro para seu ídolo. Bolsonaro deixa claro que pedir aumento salarial é coisa de "vagabundo comunista", da "corja do PT".
A liberdade acabará até para aqueles que pedem o fim da ditadura militar ou apertam o voto, diante da urna eletrônica, a qualquer aventureiro que exibir o sobrenome Bolsonaro.
A coisa é séria e eis o que Cláudia Abreu havia dito, no programa Altas Horas:
"Acho que hoje em dia, o Brasil do jeito que está, e o mundo, com a extrema direita ganhando corpo… E essa eleição tão perigosa que está se aproximando aqui no Brasil. A gente tem que prestar bastante atenção, porque a gente já teve coisas muito sérias no Brasil, como falta de liberdade e abuso de poder. Não é brincadeira. Se a gente brincar, a gente vai regredir. Vai voltar para uma época sem liberdade",
Houve gente que não gostou do que Cláudia Abreu disse. A verdade causa dor em muitas pessoas.
Mas, infelizmente, há muita gente que se comporta como morsa do Alasca quando, sob o pretexto de querer cair na água e nadar, se salta para o precipício e morre abatida no chão.
O que o pessoal não entende que, quando Cláudia deu seu depoimento, ela não falou em ideologia alguma, mas sim pelo risco do autoritarismo destruir o país.
E, como o contexto de hoje é muito mais complexo, são os defensores da extrema-direita os primeiros a serem prejudicados pelo governo que querem eleger.
Haverá perda de liberdade e não haverá mais aquele tempo livre para os reaças ficarem teclando no celular o tempo todo.
A coisa é muito séria e muito grave. A Internet não pode ser o vaso sanitário para os internautas ficarem vomitando quando tiverem vontade.
Do mesmo modo, as urnas eleitorais também não são sacos de vômito para a catarse alheia dos reacionários impulsivos.
Realmente, não se pode brincar com o reacionarismo. O feitiço pode virar contra o feiticeiro.
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