Pular para o conteúdo principal

POR QUE AS ESQUERDAS SÃO TÃO CONFUSAS CULTURALMENTE?

O FATO DE HAVER DOIS LOBOS BRIGANDO NÃO SIGNIFICA QUE UM DELES SEJA NECESSARIAMENTE UM ALIADO DAS OVELHAS.

O que faz as esquerdas serem tão confusas quando o assunto são temas de alguma forma relacionados à cultura em geral?

Tão exemplares e consistentes quando se fala em assuntos econômicos, políticos e jornalísticos, elas pisam na bola quando chegam ao terreno de valores culturais, como a música, a religião e o futebol.

Nesse terreno, há uma preocupante complacência, que não raro sucumbe a gafes que fazem os esquerdistas abrirem caminho para a perigosa réplica dos reacionários da direita.

Seduzidos pela fumaça que exala um falso cheiro de povo pobre, um perfume muitas vezes forjado pela mídia venal, as esquerdas chegam mesmo a serem presas de um pensamento desejoso.

Dessa forma, atribuem a figuras como funqueiros, "médiuns espíritas", mulheres-objetos  e jogadores de futebol a chave que abrirá o portão da esperada revolução social do Terceiro Milênio.

Se tornam presas fáceis dessa visão com base na utopia que não consegue decidir se estes fenômenos estão acima de polarizações ideológicas ou que eles seriam um foco de um suposto esquerdismo latente.

Num comentário ligeiro, um ativista de esquerda deu como exemplo de "prática comunista" a trajetória de um famoso "médium" de Minas Gerais, extremamente adorado, mas de obra irregular e suspeita, marcada por livros fake atribuídos a autores mortos.

O problema é que o "médium" havia sido, em vida, uma das figuras mais reacionárias do país e expressou abertamente seu anti-comunismo num programa de TV de grande audiência, há 47 anos.

Brilhante quando fala de Economia e das questões do poder midiático, o esquerdista derrapou no seu pensamento desejoso e, sem querer, nivelou sua avaliação ao "achismo" dos membros do Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil) e dos bolsominions.

O próprio "médium", se vivo fosse, teria desmentido o "comunismo" talvez com estas palavras:

"O prezado irmão se engana em me classificar como partidário de uma doutrina infeliz, da qual nunca tive a menor identificação e cujos personagens, ainda que sejam merecidos de misericórdia divina, nunca me foram de apreço a ponto de me tornar adepto de sua causa".

As esquerdas criticam as fake news, mas adoram o "médium" dos livros fake e usam o modus operandi dos fabricantes de fake news ao interpretar a realidade conforme o pensamento desejoso.

No "funk", isso é ilustrativo.

As esquerdas, se comportando como o marido corno-manso que acredita que a esposa foi fazer serão extra com seus "priminhos", acredita ingenuamente que o "funk" e a Rede Globo estabelecem uma relação conflituosa de enfrentamento versus apropriação.

Quanta credulidade.

Antes do "funk" fazer proselitismo nas esquerdas, ele fez uma histórica parceria com as Organizações Globo que empurrou o gênero em tudo quanto era atração, tudo quanto era veículo da corporação da família Marinho.

Era campanha demais para uma corporação que supostamente usava o "funk" como apropriação.

Também era campanha demais para o "funk" alegar que estava fazendo enfrentamento na trincheira adversária, com tanto espaço que a Globo lhe dava de bandeja.

A credulidade atingiu seu ponto máximo com o esquema "raposas comandando a festa do galinheiro" no "baile funk" a que se reduziu a manifestação pró-Dilma Rousseff, em 17 de abril de 2016.

Rômulo Costa, da Furacão 2000, equipe que animou a festa, tem relações de amizade com figurões da Rede Globo, é BFF de Luciano Huck, a ponto de dar a ele o título de "embaixador brasileiro do funk".

O dono da Furacão 2000 também tem relações com políticos que estavam "no outro lado", comandando o golpe político de então, integrantes do PMDB (hoje MDB) e PSD cariocas.

O pensamento desejoso das esquerdas eventualmente migrava para as mulheres-objetos, que não são "patrimônio" exclusivo do "funk", mas através dele conheceram o auge da visibilidade e da fama.

As feministas de esquerda, em parte, de maneira inexplicável, tentavam entender a objetificação sexual como uma suposta forma de empoderamento feminista das classes populares, sendo a imagem da mulher-objeto, nesse ponto de vista, um jogo de dominação do inconsciente masculino.

Grande engano. As mulheres-objetos trabalhavam uma imagem machista da sensualidade feminina, porque as mulheres que são empoderadas não veem a sensualidade como um fim em si mesmo, e só usam a sensualidade com mais sutileza e conforme a necessidade da situação.

O silêncio que as esquerdas faziam com as mulheres-objetos só era quebrado quando o caso era escancarado, como a Ju Isen nas passeatas reacionárias do "Fora Dilma".

Já teve ex-integrante da Banheira do Gugu que namorou Alexandre Frota, já teve mulher-fruta defendendo a Operação Lava Jato, e as esquerdas se calavam.

As esquerdas ficavam cheias de dedos ao tentar explicar por que as mulheres-objetos eram "feministas", promovendo um claro disparate entre o que era "empoderamento feminino" nas classes médias e nas classes populares.

Nessa época, nas classes populares havia a ilusão de que "se podia tudo" e falácias como "direito à sensualidade" e "liberdade do corpo" eram estimuladas pelo discurso das esquerdas médias.

Nas classes médias é que se valia o princípio da reação contrária ao assédio sexual e à hipersexualização, que nas "periferias" rolava solta.

Era um discurso apoiado na glamourização da pobreza, na qual as "solidárias" classes médias infiltradas nas esquerdas - vindo sobretudo da intelectualidade "bacana" - viam nas comunidades pobres, em vez de ambientes de sofrimento e luta, como sendo paraísos de morros e pouco asfalto.

Era um discurso que prometia combater o preconceito, mas ofereceu preconceitos ainda maiores, até porque a própria glamourização da pobreza pelo "popular demais" já é um preconceito social.

E aí veio o fiasco da Copa do Mundo de 2018 para vermos a ilusão cultural das esquerdas que, no futebol, parecem atuar como se fossem o coral oficial do narrador Galvão Bueno.

A relação dúbia com o craque Neymar, mesmo quando ele manifestou seu apoio, em 2014, a Aécio Neves, deixava as esquerdas confusas em campo.

Com isso, abriu-se a área para o contra-ataque dos reacionários vestidos de camisetas da CBF, em 2016, que não eram um time coeso nem estava jogando bem, e ainda fez gol de mão ajudados por um juiz irregular que permitiu a este time qualquer gol, mesmo com impedimento ou cometendo falta.

A esperança do hexa fez as esquerdas acreditarem que o título seria a senha para abrir-se a cela de Lula e soltá-lo para concorrer livremente às eleições e assumir a Presidência da República.

Mas Neymar se comportou de maneira nervosa nas redes sociais e o que ele fez foi esbanjar riqueza, luxo e privilégios de personalidade de elite.

Com isso, caiu-se mais uma vez o mito de que os "heróis" da CBF dariam sua contribuição à causa esquerdista.

Ronaldo Fenômeno, o astro da Copa de 2002 (que foi um fiasco e o "penta" teve cheiro de armação), revelou depois ser um dos "coxinhas" a pedir "Fora Dilma" nas passeatas de 2016.

Mas, apesar de tantos incidentes assim, as esquerdas parecem imaginar uma narrativa surreal, como nos desenhos surreais para adultos do Comedy Central e do Cartoon Network.

Um grupo no qual um espírito de um antigo "médium espírita", uma mulher-fruta, um MC do "funk de raiz" e um craque da CBF executarão um plano de invadir a prisão da Polícia Federal em Curitiba.

O insólito grupo, então, pegaria a penca de chaves do carcereiro durante o sono deste e ia para a cela onde estava Lula e, tcharam, soltá-lo e levá-lo ao sonhado caminho para o Planalto.

Em muitos casos, esse pensamento desejoso se dá porque o "alienígena" em questão está dentro de um contexto em que dois direitistas entram em conflito ou não há aparente polarização ideológica.

Mas temos que tomar cuidado com a não-polarização, porque tem tanto direitista quanto falso esquerdista se valendo do discurso "sem esquerda nem direita".

No contexto de fragilidade política do Brasil, não é bom as esquerdas se comportarem como as ovelhas que, vendo dois lobos se brigando, acha que um deles necessariamente está no lado delas.

As ovelhas acolhem um dos lobos que acredita apoiar o rebanho e este lobo as devora.

Independente de haver polarização ou não, as esquerdas mesmo assim têm que tomar cuidado com aqueles que dizem apoiá-las.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PESQUISISMO E RELATORISMO

As mais recentes queixas a respeito do governo Lula ficam por conta do “pesquisismo”, a mania de fazer avaliações precipitadas do atual mandato do presidente brasileiro, toda quinzena, por vários institutos amigos do petista. O pesquisismo são avaliações constantes, frequentes e que servem mais de propaganda do governo do que de diagnóstico. Pesquisas de avaliação a todo momento, em muitos casos antecipando prematuramente a reeleição de Lula, com projeções de concorrentes aqui e ali, indo de Michelle Bolsonaro a Ciro Gomes. Somente de um mês para cá, as supostas pesquisas de opinião apontavam queda de popularidade de Lula, e isso se deu porque os próprios institutos foram criticados por serem “chapa branca” e deles se foi cobrada alguma objetividade na abordagem, mesmo diante de métodos e processos de pesquisa bastante duvidosos. Mas temos também outro vício do governo Lula, que ninguém fala: o “relatorismo”. Chama-se de relatorismo essa mania de divulgar relatórios fantásticos sobre s...

SIMBOLOGIA IRÔNICA

  ACIMA, A REVOLTA DE OITO DE JANEIRO EM 2023, E, ABAIXO, O MOVIMENTO DIRETAS JÁ EM 1984. Nos últimos tempos, o Brasil vive um período surreal. Uma democracia nas mãos de um único homem, o futuro de nosso país nas mãos de um idoso de 80 anos. Uma reconstrução em que se festeja antes de trabalhar. Muita gente dormindo tranquila com isso tudo e os negacionistas factuais pedindo boicote ao pensamento crítico. Duas simbologias irônicas vêm à tona para ilustraresse país surrealista onde a pobreza deixou de ser vista como um problema para ser vista como identidade sociocultural. Uma dessas simbologias está no governo Lula, que representa o ideal do “milagre brasileiro” de 1969-1974, mas em um contexto formalmente democrático, no sentido de ninguém ser punido por discordar do governo, em que pese a pressão dos negacionistas factuais nas redes sociais. Outra é a simbologia do vandalismo do Oito de Janeiro, em 2023, em que a presença de uma multidão nos edifícios da Praça dos Três Poderes, ...

A PRISÃO DE MC POZE E O VELHO VITIMISMO DO “FUNK”

A prisão do funqueiro e um dos precursores do trap brasileiro, o carioca MC Poze do Rodo, na madrugada de ontem no Rio de Janeiro, reativou mais uma vez o discurso vitimista que o “funk” utiliza para se promover. O funqueiro, cujo nome de batismo é Marlon Brandon Coelho Couto Silva, e que já deixou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes para ir a um presídio no bairro carioca de Benfica, tem entre o público da Geração Z e das esquerdas identitárias a reputação que Renato Russo teve entre o público de rock dos anos 1980, embora o MC não tenha 0,000001% do talento, pois se envolve em um ritmo marcado pela mais profunda precarização artístico-cultural. No entanto, MC Poze do Rodo foi detido por acusações de apologia ao crime organizado, ao porte ilegal de armas e à violência. Em várias vezes, Poze aparecia com armas nas fotos das redes sociais, o que poderia sugerir um funqueiro bolsonarista em potencial. A polícia do Rio de Janeiro enviou o seguinte comunicado:: “De acordo com as inves...

O ATRASO CULTURAL OCULTO DA GERAÇÃO Z

Fico pasmo quando leio pessoas passando pano no culturalismo pós-1989, em maioria confuso e extremamente pragmático, como se alguém pudesse ver uma espessa cabeleira em uma casca de um ovo. Não me considero careta e, apesar dos meus 54 anos de idade, prefiro ir a um Lollapalooza do que a um baile de gala. Tenho uma bagagem cultural maior do que mimha idade sugere, pelas visões de mundo que tenho, até parece que sou um cidadão mediano de 66 anos. Mas minha jovialidade, por incrível que pareça, está mais para um rapazinho de 26 anos. Dito isso, me preocupa a existência de ídolos musicais confusos, que atiram para todos os lados, entre um roquinho mais pop e um som dançante mais eroticamente provocativo, e no meio do caminho entre guitarras elétricas e sintetizadores, há momentos pretensamente acústicos. Nem preciso dizer nomes, mas a atual cena pop é confusa, pois é feita por uma geração que ouviu ao mesmo tempo Madonna e AC/DC, Britney Spears e Nirvana, Backstreet Boys e Soundgarden. Da...

LÉO LINS E A DECADÊNCIA DE HUMORISTAS E INFLUENCIADORES

LÉO LINS, CONDENADO A OITO ANOS DE PRISÃO E MULTA DE MAIS DE R$ 300 MIL POR CONTA DE PIADAS OFENSIVAS. Na semana passada, a Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, condenou o humorista Léo Lins a oito anos de prisão, três deles em regime inicialmente fechado, e multa no valor de R$ 306 mil por fazer piadas ofensivas contra grupos minoritários.  Só para sentir a gravidade do caso, uma das piadas sugere uma sutil apologia ao feminicídio: "Feminista boa é feminista calada. Ou morta". Em outra piada machista, Léo disse: "Às vezes, a mulher só entende no tapa. E se não entender, é porque apanhou pouco". Léo também fez piadas agredindo negros, a comunidade LGBTQIA+, pessoas com HIV, indígenas, evangélicos, pessoas com deficiência, obesos e nordestinos, entre outros. O vídeo que inspirou a elaboração da sentença foi o espetáculo Perturbador, um vídeo gravado em 2022 no qual Léo faz uma série de comentários ofensivos. Os defensores de Léo dizem qu...

ELITE DO BOM ATRASO PIROU NAS REDES SOCIAIS

A BURGUESIA DE CHINELOS NÃO QUER OUTRO CANDIDATO EM 2026. SÓ QUER LULA. A elite do bom atraso, a “frente ampla” social que vai do “pobre de novela” - tipo que explicaremos em outra postagem - ao famoso muito rico, mas que inclui também a pequena burguesia e a parcela “legal” da alta burguesia, enlouqueceu nas redes sociais, exaltando o medíocre governo Lula e somente desejando ele para a Presidência da República na próxima eleição. Preso a estereótipos que deixaram de fazer sentido na realidade, como governar para os pobres e deixar a classe média abastada em segundo plano, Lula na prática expressa um peleguismo que é facilmente reconhecido por proletários, camponeses, sem-teto e servidores públicos, que veem o quanto o presidente “quer, mas não quer muito” trabalhar para o bem-estar dos brasileiros. Lula tem como o maior de seus inúmeros erros o de tratar a reconstrução do Brasil como se fosse uma festa. Esse problema, é claro, não é percebido pela delirante elite do bom atraso que, h...

GOVERNO LULA AGRAVA SUA CRISE

INDICADO POR LULA PARA O BANCO CENTRAL, GABRIEL GALÍPOLO PREFERIU MANTER OS JUROS ALTOS "POR MUITO TEMPO". Enquanto o governo Lula limita gastos mensais com universidades federais, a farra das ONGs nas ditas “emendas parlamentares” é de R$ 274 milhões. Na viagem para a China, Lula é acusado de gastar café com valor equivalente a R$ 56 e de conprar um terno no valor equivalente a R$ 850. Quanto às universidades públicas, a renomada Academia Brasileira de Ciências acusa o governo Lula de desmontar as instituições de ensino superior público através desses cortes financeiros. Lulistas blindam Janja quando ela quebrou o protocolo da conversa entre o marido e o presidente chinês Xi Jinping, para falar de sua preocupação com o Tik Tok. Em compensação, Lula não cumpriu a promessa de implantar o Plano Nacional de Transição Energética, que iria tirar o Brasil da dependência de combustível fóssil. Mas o presidente ainda quer devastar a Amazônia Equatorial para extrair mais petróleo. Lul...

QUANDO A CAPRICHO QUER PARECER A ROCK BRIGADE

Até se admite que o departamento de Jornalismo das rádios comerciais ditas “de rock” é esforçado e tenta mostrar serviço. Mas nem de longe isso pode representar um diferencial para as tais “rádios rock”, por mais que haja alguma competência no trabalho de seus repórteres. A gente vê o contraste que existe nessas rádios. Na programação diária, que ocupa a manhã, a tarde e o começo da noite, elas operam como rádios pop convencionais, por mais que a vinheta estilo “voz de sapo” tente coaxar a palavra “rock”. O repertório é hit-parade, com medalhões ou nomes comerciais, e nem de longe oferecem o básico para o público iniciante de rock. Para piorar, tem aquele papo furado de que as “rádios rock” não tocam só os “clássicos”, mas também as “novidades”. Papo puramente imbecil. É aquela coisa da padaria dizer que não vende somente salgados, mas também os doces. Que diferença isso faz? O endeusamento, ou mesmo as passagens de pano, da imprensa especializada às rádios comerciais “de rock” se deve...

A ILUSÃO DE QUERER PARECER O “MAIS LEGAL DO PLANETA”

Um dos legados do Brasil de Lula 3.0 está na felicidade tóxica de uma parcela de privilegiados. A obsessão de uns poucos bem-nascidos em parecer “gente legal”, em atrair apoio social, os faz até manipular a carteirada para cima e para baixo, entre um sentimento de orgulho aqui e uma falsa modéstia ali, sempre procurando mascarar a hipocrisia que não consegue se ocultar nas mentes dessas pessoas. Com a patrulha dos negacionistas factuais, “isentões” designados para promover o boicote ao pensamento crítico nas redes sociais, a “boa” sociedade que é a elite do bom atraso precisa parecer, aos olhos dos outros, as mais positivas possíveis, daí o esforço desesperado para criar um ambiente de conformidade e até de conformismo, sobretudo pela perigosa ilusão de acreditar que o futuro do Brasil será conduzido por um idoso de 80 anos. Quando ouvimos falar de períodos de supostas regeneração e glorificação do “povo brasileiro”, nos animamos no primeiro momento, achando que agora o Brasil será a n...

APOIO DAS ESQUERDAS AO "FUNK" ABRIU CAMINHO PARA O GOLPE DE 2016

MC POZE DO RODO, COM SEU CARRO LAMBORGHINI AVALIADO EM TRÊS MILHÕES DE REAIS. A choradeira das esquerdas médias diante da prisão de MC Poze do Rodo tenta reviver um hábito contraído há 20 anos, quando o esquerdismo passou a endossar o discurso fabricado pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo para "socializar" o "funk", um dos ritmos do comercialismo brega-popularesco que passou a blindar por uma elite de intelectuais sob inspiração do antigo IPES-IBAD, só que sob uma retórica "pós-tropicalista". A revolta contra a prisão do funqueiro e alegações clichês como "criminalização da cultura" e "realidade da favela" feita por parlamentares e jornalistas da mídia esquerdista se tornam bastante vergonhosas e, em muitos casos, descontextualizada com a real preocupação com as classes pobres da vida real, que em nenhum momento são representadas ou se identificam com o "funk" ou o trap. O "funk" e o trap apenas falam sobre o ...